sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O nome dela

Tudo ia bem até a chegada daquela vizinha. A mulher morava sozinha e reclamava de tudo, do calor, do frio, do vento, da falta de vento, reclamava até das reclamações que ouvia na TV sempre em alto volume. Godalberto, o vizinho, queria reclamar, mas dava medo, a vizinha parecia imponente. Num churrasco com um amigo foi aconselhado por esse a esperar, “logo ela morre”, disse o amigo. Mas era difícil, a mulher brigava com o carteiro, com o homem da luz e o da água. Dona Josefina, mulher do Godalberto fez bolinhos de banana e disse para Godalberto levar os bolinhos, “converse com ela e descubra seu nome”, disse a Josefina.
Godalberto pensou, “pra que ir até lá, logo ela morre e tudo acaba pra que me incomodar”?
Mas a última palavra sempre é a de Godalberto que disse:
- Ta bom mulher, já ouvi, já to indo.
Antes de decidir se bateria palmas a megera vem, Godalberto respira fundo e diz:
- Boa tarde senhora, eu sou o Godalberto, moro ao lado e trouxe bolinhos que minha mulher fez – Godalberto, enquanto olhava para a mulher via em seu rosto uma senhora surrada e pensou “ela não vai durar muito” – Então para ser simpático perguntou:
- Como é seu nome minha senhora?
- Meu nome é Esperança, Dona Esperança.

Na abundância de palavras...

Quem muito fala acaba ofendendo – Essa é outra maneira de ler a frase aí de cima.
Na abundância de palavras não falta transgressão. Talvez até pensemos, será?
Quem de nós já não falou algo que não queria ou não deveria ter falado?
Às vezes é algo simples:
- Ah, você está grávida!
- Não, não estou.
Em certa ocasião, como já relatei no livro e aqui na coluna, depois de ouvir um senhor me perguntar sobre os conflitos entre palestinos e libaneses, falei um pouco do que conhecia sobre o assunto, mas tive abundância de palavras e disse:
- Na verdade não passam de um bando de loucos, malucos mesmo – Então o cliente na cadeira disse:
- Sou filho de palestino e libanesa. Meus pais morreram lá, em conflitos – E agora, eu tinha saída?
Não é por outro motivo que muitas vezes comunicadores acabam falando alguma bobagem. No intuito de preencherem seu tempo, falam o que não deveriam ter falado, ou será que revelam pensamentos preconceituosos?
De qualquer maneira a “cadeira do barbeiro ou a cadeira da vida” tem me mostrado a importância de medir as palavras. Nem sempre é apropriado dizer tudo o que pensamos.
Seria bom nos perguntar: Como isso que vou dizer será entendido pelo meu filho ou filha, esposa ou marido, amigo ou amiga? Expressões como você “nunca” faz nada ou você “sempre” faz isso. Esse assunto é maravilhoso, vamos voltar a falar sobre isso?
As duas primeiras expressões encontram-se em Provérbios 10: 19.

Quando é hora de desistir?

Estou escrevendo e assistindo ao Jornal Nacional e sou surpreendido com a noticia. Um homem é encontrado no Haiti depois de ficar soterrado por 11 dias. O rapaz de 24 anos havia ficado esses onze dias soterrado e seu irmão todos os dias comparecia ao local onde o supermercado havia desabado, na esperança de ouvir algum sinal do irmão, ele não queria desistir. E acharam seu irmão com vida.

“Deus é Pai e não padrasto” Ditado discutível.

Pessoas estão adotando órfãos da tragédia no Haiti. Abraçam com carinho e amor crianças até então desconhecidas. Com certeza há padrastos e madrastas que são verdadeiros pais e mães.

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Juvenal a loirinha e o Totó.

A rotina de Juvenal transformou-se quando conheceu uma loirinha. Ela passou repentinamente a pegar o ônibus no mesmo lugar que Juvenal. Do ponto final do Bela Vista enquanto aguardava o coletivo via a loirinha atravessando a rua. Sempre que a via ela já estava em frente à Maxifarma em direção ao ponto final.
Juvenal viajava entre muitos pensamentos. Às vezes imaginava-se com elegância atendendo um moderno celular ou então com um carrão passando próximo ao ônibus, só para que a loirinha o admirasse. Mas a coisa era diferente. Lá estava ele do jeito de sempre.
Certo dia o Totó, seu cachorrinho, lhe faria uma desagradável surpresa. Juvenal estava de calça nova, sapato novo e camisa nova. Pensava: é hoje.
Para sua boa surpresa a loirinha fixa um olhar penetrante que vai varias vezes dos pés a cabeça. Ele fica tentando imaginar o que ela estaria pensando a seu respeito. Mas, seu pensamento é interrompido pela voz do cobrador que diz:
- E amigo, esse cachorro é seu?
Depois de olhar para o chão e trocar um rápido olhar com Totó, sente o rosto pegar fogo de tanta vergonha e diz:
- Não, o cachorro não é meu. Nunca o vi.
- Ah, desculpe – diz o cobrador que segue procurando pelo dono do cachorro.
Disfarçadamente Juvenal olha para a loirinha que ri da situação.
Juvenal pensa em jogar Totó pela janela, mas seria crueldade imperdoável.
Enquanto ainda se recupera do susto, ouve o cobrador:
- Amigo, o cachorro é teu sim. Não sai do teu lado e não para de abanar o rabo.
Agora o mundo de Juvenal havia caído. Todos riam muito. Até a loirinha. Logo ele que queria causar boa impressão. Ele pensava: por que isso não acaba como cena de novela quando a coisa fica feia. Mas, se ele queria alivio a situação ainda iria piorar, pelo menos um pouco. O motorista, educadamente depois de parar o ônibus na descida da Avenida Brasil, olha para Juvenal e fala:
- Calma rapaz. Pegue seu cachorrinho e o coloque para fora com calma – Entre muitos risos, alguns debochados outros só engraçados, Juvenal pega Totó, e mesmo com vontade de atirá-lo pela janela o conduz calmamente para fora do coletivo.
Agora a parte mais difícil. Entrar de novo no ônibus e passar pela loirinha que com tudo isso ainda olha para Juvenal e com uma voz suave:
- Seu cachorrinho é lindo.
Assim que salta do ônibus no Centro ele começa aquela coisa tipo, de toda coisa ruim se pode tirar coisas boas. Talvez...
Bom, depois de não conseguir notar nada de bom no que havia acontecido um amigo no serviço o anima:
-E, ela falou contigo cara. Tu chamaste atenção dela!
Aquilo soou bem as orelhas ainda quentes de Juvenal que nunca mais viu a loirinha.

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Haiti e empatia

A tragédia no Haiti te fez sofrer? Fez com que lamentasse e sentiu-se impotente diante tamanho sofrimento? Quando nos colocamos no lugar de outra pessoa ou pessoas, acabamos sofrendo juntos ou é claro se é coisa boa, nos alegra também. Isso é empatia, compartilhar sentimentos. E fazer o que em relação a essa tragédia?
Talvez orarmos por eles e refletirmos sobre como estamos conduzindo nossa vida hoje.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

E queria elogios

Eurico fica desanimado pelo fato de não receber muitos elogios. Em certa ocasião quando ele mais dois amigos realizam um ótimo trabalho na empresa o tão esperado reconhecimento parece estar próximo. O chefe, em público, começa a falar sobre o trabalho realizado. Eurico, sente o rosto ficar vermelho e pensa, é hoje.
Seu Evaristo inicia falando:
- Temos aqui funcionários altamente competentes. São ousados, e é disto que gosto. Antonio, com jeito extrovertido me surpreendeu com tamanha dedicação. Filipe, que parece um tanto desligado é um verdadeiro gênio. – Nesse momento, Eurico, estufa o peito, engole a saliva e prepara-se para ouvir o quê o chefe havia preparado a seu respeito. Quando seu Evaristo olha para Eurico e abre a boca, alguém grita:
- Seu Evaristo, o prefeito chegou – Seu Evaristo se desculpa e sai.
Eurico fica desolado. Os dois amigos tentando amenizar a situação convidam Eurico para um chope.
No dia seguinte, o chefe está num restaurante quando falando sobre um dos recentes projetos da empresa, cita o nome de Eurico. Um funcionário de outra grande empresa diz:
- Eurico trabalha em sua empresa? Meu Deus, esse rapaz é ótimo. É um dos melhores nesse ramo na grande Florianópolis. Além de tudo, é educado e honesto.
O chefe, seu Evaristo, fica empolgado com os elogios e fica ansioso para contar isso a Eurico no dia seguinte, logo cedo. Na manhã seguinte, assim que vê Eurico o chama e diz:
- Eurico, preciso falar com você. Ontem encontrei o fulano de tal e ele falou algo a seu respeito - Eurico, claro, conhecia bem fulano de tal e sem titubear disse:
- Ah seu Evaristo, este fulano de tal é um grande mentiroso, mentiroso mesmo - afirmou Eurico. E logo ele que tanto queria um elogio.

De suar embaixo da água

Sim nosso foco é São José. Aliás, o São José em Foco tem sido muito bem recebido aqui no município e fora dele. Iniciei com essa pequena justificativa porque estive de férias nos últimos onze dias e estive em nossas praias. O calor está insuportável, acredito que num dia desses suei dentro da água, na praia. Sei que não sou o único sofrendo com todo esse calor, amigo leitor e leitora, mas, o que deixa a desejar é ver chuveiros que não funcionam a quatro anos em Ponta das Canas. E para piorar, logo ao lado dos chuveiros de enfeite, há uma cisterna. A cisterna que não tem mais serventia continua ali. Ainda bem que alguém de bom coração, colocou uma tabua por cima, aliás, duas madeiras de caixaria, para evitar aquela tragédia muitas vezes seguida da horrível frase – Deus quis assim – Seja em Florianópolis ou em São José, o calor não deve nos distrair nas ruas. A famosa Célio Veiga continua nos deixando “ligados” por causa dos buracos e sem contar, nossos amigos motoristas imprudentes. Vamos continuar suando mais alguns dias, mas, logo virão dias melhores, melhores no clima, os dias são os mesmos ou será que não?

Se a gente tem algum problema...

Uma menina de rua há poucas semanas salvou de um estupro uma garotinha que havia se perdido de sua mãe por um momento. A menina que é viciada em drogas virou noticia nacional e conseguiu uma internação. Durante uma entrevista, quando lhe perguntaram sobre o dia-a-dia debaixo de um viaduto com outros amigos de rua ela disse:
- Aqui é bom, somos todos amigos. Um ajuda o outro e compartilha tudo que tem, até um pequeno chocolate. Se a gente tem algum problema, todos se interessam em ouvir e ajudar – Vivendo naquela situação, ela ainda diz – “Se a gente tem algum problema...”.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Não é bom observador

Você se considera um bom observador?
Repara com facilidade quando sua esposa muda o penteado ou faz as sobrancelhas?
Para elas é frustrante quando o marido não repara, se bem que, elas devem estar se acostumando.
O pai chega a casa e a filha demonstra que tem novidade. O pai começa a quebrar a cabeça, que por sinal é bem dura, mas arrisca:
- Cortou o cabelo? – Nada com os cabelos.
- Ah, suas sobrancelhas. – Mais um fora.
A filha, vira-se e mostra a orelha. O pai diz:
- Um brinco novo? – Não, o brinco não é novo. A filha desiste e diz:
- Fiz mais um furo na orelha, pai. Agora tenho dois furos em cada orelha.
- Ah, filha, você ainda não tinha?
Mas um amigo do pai, o Zé, também não é bom observador. Ele sai para uma noite que para ele, seria a noite. Em um clube em Florianópolis demonstra o charme. Deixa que os olhos verdes filmem tudo, ou todas a sua volta. Logo observa uma linda mulher que está bebendo sozinha. Zé observa e aproxima-se. A bela mulher troca olhares com Zé que gentilmente a cumprimenta. Eles conversam, bebem e divertem-se. As horas passam rapidamente e Zé acredita que será uma noite inesquecível, e seria mesmo.
Ela o convida para um passeio. Ele diz que seu carro está na oficina. Ela diz que seu carro está logo ali, por que não no seu carro?
Ao entrarem no carro se acomodam e Zé repara algo diferente no carro e diz “ hum, carrinho de deficiente”. A bela mulher e muito bem empregada rapidamente o olha surpresa. Zé não entende aquele olhar surpreso. A bela mulher levanta o braço e só então Zé percebe que não é nada observador, pois ela não tem a mão direita. Agora Zé entende o porquê do carro adaptado e percebe que ali terminou sua noite.

Padre

Padre em entrevista a rádio CBN, no dia 24 de dezembro, fala respeito do casamento. O Prates lhe pergunta sobre o divórcio e ele diz que um dos motivos para o fim da união ou o divórcio é o fim do amor. O padre diz que se não há mais amor, por que continuar juntos? Quer dizer, os filhos, muitas vezes pequenos, podem sofrer, o importante é a felicidade dos pais. O padre em resposta a pergunta sobre outras religiões comenta que a igreja católica vai bem, tem história e que as outras não têm “história”. Não entendi a que história ele se referia, inquisição, cruzadas? Mas o que tenho notado é que muitas “pequenas” religiões mesmo sem muita “história” estão crescendo bastante.

Saudosismo

Claro que sim, gosto não se discuti. Alguns gostam e se divertem com atuais programas de humor. Infelizmente, esses programas de humor começam, seguem e terminam sempre da mesma maneira, sem criatividade. Saudosismo veio à tona na terça-feira passada, com o especial de Chico Anysio. Seu programa foi ao ar entre 1982 e 1990. Semana passada o humorista reviveu grandes personagens e até a escolinha do professor Raimundo que comemora 57 anos foi especial. Em vez de usar outros atores, o próprio Chico estava em cada cadeira com diversos de seus personagens. Saudades dos bons programas de humor. Será que ele volta e toma o lugar de algum programa de sábado à noite?

Calma, calma.

É isso que se precisa na agência bancaria do Bela Vista. Na última quarta-feira, depois de esperar uma hora e meia para abrirmos uma conta, acabamos desistindo ou adiando.