sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Saber responder

Em tempos de pouca paciência o seguinte conselho é útil em todas as ocasiões, com quase todas as pessoas: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira”. Provérbios 15:1 Bíblia. João Ferreira de Almeida. Quem já experimentou sentiu o valor desse conselho. Diante o marido ou esposa, filhos, pais, amigos, colegas de trabalho ou escola, trânsito. Ser do tipo “não levo desaforo pra casa”, além de mostrar certa fraqueza e falta de domínio, pode levar a coisas piores. Ofensas irreparáveis e violência extrema são algumas das conseqüências de não aplicar o sábio conselho do Grande Livro.

Fim de noite

Osmar estava sem carro aquele final de semana, mas não seria um carro na oficina que o deixaria em casa. Depois de um banho especial e uma barba que o deixou com o rosto feito bumbum de neném ele ainda passa Kaiak e sente que está irresistível. Com uma boa roupa e cabelo ajeitado pega um táxi em Biguaçu e vai a seu clube preferido. Assim que entra deixa seus olhos verdes olharem em todas as direções acreditando que será à noite. De repente avista uma bela mulher. Ela é morena, cerca de trinta anos e olhos azuis. Osmar aproxima-se e elogia seu cabelo. Antes mesmo que ela o agradeça ele oferece uma bebida. A morena aceita com um lindo sorriso. Conversa vai e vem. Ela diz que é promotora pública e está neste clube pela primeira vez. Disse que estava ali para se divertir. Já por volta da meia noite despedem-se e ele diz que irá pegar um táxi. A bela morena oferece uma carona e Osmar prontamente aceita, pensa que sua noite está apenas começando. Assim que entra no carrão da promotora nota algo interessante. O carro tem adaptações e Osmar diz: -Hum, você tem carrinho de deficiente? A morena com ar de decepção levanta lentamente o braço esquerdo e só então Osmar vê o que não havia notado em duas horas de bate-papo. A mulher não tem a mão esquerda. Osmar tenta remendar. Tenta consertar. Até se desculpar, mas, depois de alguns estragos alguns consertos não dão jeito. Com um clima alterado, Osmar sai do carro e pensa que devia ser mais observador. Fim de noite.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Exame íntimo – Colonoscopia

Sempre achei que o exame do toque fosse o mais delicado, o mais íntimo, o mais difícil. Um dia alguém falou sobre uma tal de Colonoscopia. Deram detalhes. Começaram comparando com uma Endoscopia, mas a diferença estava no caminho percorrido por um tubo luminoso, longo e flexível com uma câmera. Enquanto na Endoscopia entra pela boca e vai até o estômago, o que me fazia pensar em dor e enjoo, na Colonoscopia o trajeto é outro, a começar pela entrada. Torcia para que nunca precisasse desse exame, ou então que fizesse só depois dos 70, com todo respeito aos da casa dos 70, mas é que nessa idade, imagino, o homem tem mais coragem, mais maturidade. Imaginar a entrada do aparelho se dói, se dá enjoo, é horrível. Pois enfim chegou o dia, bem mais cedo que eu poderia imaginar. A preparação é de fato delicada. Laxantes, dieta, muito Gatorade, nada de comida. Lá no HU, ótimo atendimento por sinal, tanto pelas enfermeiras bem como pela higiene do local, dei continuidade a preparação. Um líquido nada gostoso que deveria tomar em pouco mais de uma hora. Tomei em menos de meia hora. Sabendo que iria várias vezes ao banheiro e querendo proteger a parte do corpo que seria invadida levei lenço umedecido. Minha mulher meu repreendeu por eu desfilar de avental e roupão e com o pacote de lenços umedecidos pelos corredores do hospital. Nada de vergonha. Nove visitas ao banheiro. Acertei em levar os lencinhos. Finalmente minha chamada. O médico, a enfermeira, e mais três estagiários, duas moças e um rapaz, na faixa dos 20 anos. Os três jovens evitavam me encarar, não sei se por vergonha ou se lá no fundo estavam com vontade de rir, vai saber o que passa pela cabeça deles. Fiquei apreensivo imaginando o início do exame. Anestesiado, virei de, digamos, de costas para o pessoal e os deixei a vontade para o exame. O medo da dor foi uma triste surpresa. Esperava que doesse, não doeu nada, do começo ao final, nada de dor. Não sei até que ponto isso é bom. Ano que vem farei 40 anos. Será a vez do toque, já fiz um parecido, mas depois da Colonoscopia acho que tudo fica mais fácil, refiro-me a exames. Se já fez esses exames, parabéns. Se ainda não fez por medo ou preconceito, mude de ideia amigo. Esses exames podem significar vida, e não fazê-los, a morte. É sério. Quando fizer o seu, não deixe de contar aos amigos, incentive-os. A Colonoscopia pode revelar problemas tais como o câncer, entre outros é claro, que se detectados a tempo tem grandes chances de cura.

Saber responder

Em tempos de pouca paciência o seguinte conselho é útil em todas as ocasiões, com quase todas as pessoas: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira”. Provérbios 15:1 Bíblia. João Ferreira de Almeida. Quem já experimentou sentiu o valor desse conselho. Diante o marido ou esposa, filhos, pais, amigos, colegas de trabalho ou escola, trânsito. Ser do tipo “não levo desaforo pra casa”, além de mostrar certa fraqueza e falta de domínio, pode levar a coisas piores. Ofensas irreparáveis e violência extrema são algumas das conseqüências de não aplicar o sábio conselho do Grande Livro.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O sofá do Aderbal

Aderbal sonhava em ter um sofá bonito em casa. Sempre que andava pela Felipe Schmidt, olhava as lojas que exibiam belos sofás. Quando ainda solteiro, mas já namorando, foi encontrar a amada no Shopping Itaguaçu, iriam ao cinema. Mas é claro, Aderbal primeiro admirou um belo sofá e pensou que quando casado, teria um daqueles em sua casa, mesmo que fosse uma humilde casa. De repente, lembra da namora e caminha em direção ao cinema. Aderbal é um sujeito um tanto romântico e pensa em comprar balas para a amada. Numa dessas lojas vê balas coloridas e mesmo sabendo que tem pouco dinheiro pede duzentos gramas de bala. Aderbal pensa que vira o preço do quilo, mas que nada, era o preço de cem gramas. Quando a simpática moça lhe dá o preço, ele fica pasmo. Envergonhado, não diz que se confundiu com o preço, achando que era preço do quilo, não de cem gramas, a bala era cara mesmo. Aderbal paga a conta e nota que sobrou exatamente o valor das entradas do cinema. Ele fica preocupado com a possibilidade de a namorada pedir pipocas ou algo parecido. Não tinha dinheiro nem para uma água. Assim que se encontram começam aquelas coisas de namorados: -Oi amor. -Oi meu lindo. Senti saudades. -Eu também. Você ta linda. Vamos? -Hum, vamos meu cheiro. Ela olha para a pequena lanchonete, ali no cinema. Aderbal, vendo seu olhar, lembra que não tem mais um centavo. Antes que ela peça algo, ele diz: -Ta com sede, Helena? Porque se estiver com sede tem um bebedouro aqui. Aproveite e tome água agora e não terá de levantar depois. Meio sem entender o deselegante convite ela vai até o bebedouro e toma água. Três anos depois... Casados, Aderbal e Helena resolvem comprar um sofá. Havia chegado o dia tão aguardado por Aderbal. Assim que entram no Koerich, ele vê o sofá. O sofá é um sonho. Faz até lembrar aqueles sofás das novelas das nove. Aderbal senta, estica-se, Helena senta na outra ponta, o sofá forma um L. Chega o vendedor e diz: -Ah, vejo que gostaram. É muito confortável, não é mesmo? -O, e se é! – diz Aderbal, empolgado. -Querem ver outros? -Não, não, é esse mesmo, é o sofá que sempre sonhei! Feita a compra se despedem do vendedor e vão aguardar o sofá em casa. -Aderbal, Aderbal- grita a Helena- O caminhão chegou, o sofá chegou. Os entregadores pedem licença para entrar e tentam: -Pra lá, não, pra cá, vira, vira, não, não, ah meu Deus – diz um dos entregadores. O outro olha para Aderbal e diz: -Olha amigo, não entra de jeito nenhum, não vai caber na sua sala. Aderbal, desconsolado, mede daqui, mede dali e nota que não cabe mesmo. Tristes, olham os homens levarem de volta o esperado sofá. Aderbal senta no chão da pequena sala, da pequena casa. Helena com as mãos na cintura não sabe o que dizer. Mas Aderbal levanta-se e a convida para irem ao cinema. Antes de saírem, Aderbal olha para Helena e diz: -Se estiver com sede, tem água na geladeira.

Opiniões

Quando damos nossa opinião a respeito de um assunto de pouca importância pouca importância terá nossa opinião. Quando o assunto é sério merece uma séria opinião. Portanto quando opinar sobre algo relevante seja no âmbito religioso, político, social, cultural; certifique-se de mais informações, conheça bem o assunto em questão. Verifique os fatos, o que é boato, o que é verdadeiro. Simplesmente dizer que a voz do povo é a voz de Deus é o fim. E opiniões “vazias” é o que mais se ouve por aí.

Seu Manual

- Seu Manual eu li: Cada convidado como em média “duzentos gramas” de carne. Está certo? - Sim. Duzentos gramas, e não “duzentas gramas”. - Obrigado!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Pare e pense

Alguns acham que não é muito bom pensar demais. Talvez acreditem que o pensar demais inibi decisões. Outros gostam de boas reflexões. Veja dois casos. Primeiro - O exemplo deixado nessa crônica. O dono de um pequeno comércio, amigo do poeta Olavo Bilac, (1865 – 1918) abordou-o na rua: - Senhor Bilac, estou precisando vender o meu sítio que o senhor tão bem conhece. Será que poderia redigir um anúncio para o jornal? Bilac escreveu: - Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes na varanda. Meses depois, o poeta encontrou o homem e perguntou se havia conseguido vender o sítio. - Nem pense nisso – disse o homem. E acrescentou – Quando li seu anúncio é que percebi a maravilha que tenho. Como é comum darmos valor a algo apenas depois de perdê-lo. Não precisa ser assim. Segundo – Um rapaz contou que assim que chegou a adolescência começou a sentir vergonha de beijar seu pai, principalmente em público. Depois pensou melhor e achou aquilo uma bobagem, sabe lá por quanto tempo terei meu pai comigo, refletiu o jovem de 15 anos. Em menos de um ano seu pai adoeceu e morreu. Ele diz que se sente feliz por não ter deixado de demonstrar o carinho que sentia pelo pai, inclusive em público. Quem sabe se tivéssemos o hábito de pensar sempre antes de falar e agir faríamos muitas coisas diferentes. Olhar a volta e ver o que temos hoje, trabalho, saúde, amigos, planos, esperança. Não esperar por datas comerciais para distribuir beijos e abraços e reafirmar nosso amor, nosso carinho aos que realmente amamos. Um radialista dizia: - Não é bom parar, porque se parar a gente pensa e se pensar a gente chora. O problema não é o parar e o chorar. O problema é se choramos de saudades, alegrias, ou remorsos. O amigo do poeta Olavo Bilac conseguiu parar e pensar. Viu o quanto tinha. O garoto de 15 anos parou e pensou sobre a brevidade da vida, sobre por quanto tempo teria seu pai por perto. Ambos foram beneficiados por parar e pensar.

O tal sujeito

O barbeiro Zezinho era um cara paciente, para alguns até um tanto bobo. O Gervásio, do cachorro-quente, era durão, não levava desaforo pra casa, e nem fazia fiado. Um tal sujeito, novo no bairro, tinha uma lábia fora de sério. O tal sujeito foi até o carrinho de cachorro-quente de Gervásio e lhe passou uma conversa. Aquela história de que acabou de pegar um serviço, ainda não recebeu e ta separado, tudo muito difícil. Conseguiu o quase impossível, um cachorro-quente fiado. No dia seguinte passou a conversa no barbeiro Zezinho. O sujeito pediu fiado, cabelo, barba e bigode. Disse que até havia comprado um cachorro-quente no vizinho, Gervásio, mas que ainda não tinha recebido para poder pagá-lo. Assim que fizesse cabelo e barba iria ao banco retirar dinheiro. Voltaria imediatamente pagar o barbeiro. O Zezinho aceitou. Enquanto Zezinho barbeava o bom de papo, ficou sabendo que ele iria até o banco a pé, na Rua Leoberto Leal, em Barreiros. Como era um dia muito quente, Zezinho sentiu pena do sujeito e lhe ofereceu dinheiro para o ônibus. Disse que poderia pagar junto com o cabelo e a barba. O sujeito aceitou. Ainda bem que o tal sujeito não preferiu um taxi. No dia seguinte, logo cedo, Gervásio foi até o salão de Zezinho e disse: - É verdade que tu fizeste fiado para aquele cara? Ele fez cabelo, barba e ainda tu deu dinheiro pra ele pegar o ônibus? Tu és muito burro! O barbeiro respondeu: - Tu também vendeste um cachorro-quente pra ele, não vendeu? - Ah, mas eu não vou deixar assim. Acabei de descobrir onde ele trabalha e fui até lá. Dei uma dura nele. O cara ficou apavorado. Disse que ainda hoje vem me pagar. De bobo eu não tenho é nada! No dia seguinte o barbeiro foi curioso até o carrinho de cachorro-quente do Gervásio e perguntou: - E aí Gervásio. O cara veio te pagar? - O Zezinho, tu nem sabe. O cara é gente fina mesmo. Esteve aqui ontem à noite, levou mais três cachorros-quentes, uma coca-cola, e uma cerveja e disse que vêm pagar nós dois ainda hoje. Oito anos depois Zezinho e Gervásio ainda estão esperando o tal sujeito. Talvez esteja voltando a pé.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Unidos e separados

Depois de anos de união, seu Álvaro e dona Maria decidiram pela separação. Diálogos, discussões, desacordos, e talvez desilusões levaram um casamento de 15 anos ao triste fim. Separações são sempre dolorosas, sempre deixam cicatrizes e como essas marcas não precisam ser físicas, nem sempre são tratadas. Marido sofre, esposa sofre e filhos sofrem muito. Três meses haviam se passado desde a separação quando a família foi surpreendida por uma notícia mais difícil que a primeira. Dona Maria fora diagnosticada com uma doença degenerativa. Grave, sem cura, penosa. Seu Álvaro levou consolo a ex-esposa e a filha Bruna de 14 anos. Ao olhar para a ex-companheira percebeu que apenas um consolo, um abraço e um tudo vai ficar bem, seria pouco, muito pouco. Seu Álvaro decidiu que a partir daquele dia, embora divorciado, cuidaria de dona Maria sempre, quanto tempo e com o que fosse necessário. Com o tempo lhe apareceu um novo relacionamento, uma nova união. Com uma condição inegociável. A nova esposa teria de concordar plenamente com seu apoio a dona Maria. Os anos foram passando e a doença aos poucos destruindo a qualidade de vida de dona Maria. Precisava de ajuda para praticamente tudo. Até ficar sentada já era difícil. A única resistência dela era quando ia ao banheiro. Mesmo com todo o apoio de seu Álvaro e sua anterior convivência, isso não lhe conformava. Ele também nisso a respeitava. Criou mecanismos simples e úteis para ela ficar mais a vontade. Treze anos se passaram. Dona Maria descansou. Seu Álvaro chorou ao lado daquela que um dia fora sua namorada, um dia sua esposa, um dia sua amiga e paciente. Hoje seu Álvaro diz que se lhe perguntassem por que eles se separaram não mais encontraria uma resposta cabível. Ele apenas sabe que estiveram sempre unidos.

Indelicadezas

Sempre é bom guardar boas expressões, bons conselhos. Outro dia um cliente amigo, seu Marinho, psicólogo, disse: - Como é triste quando alguém chega até nós e desabafa sobre algum problema, sobre alguma dificuldade que está passando, e a pessoa que ouve a interrompe contando um problema seu. Anula a angústia do outro. Gostei dessa reflexão. Arte de comunicação é mesmo ouvir!

Verdades podem doer

Falar ou escrever pode ter consequências. Aparentemente todos gostam da verdade, ou pelo menos, dizem gostar. Uma jovem estudante catarinense expressou-se a respeito da escola em que estudava e tem tido duras consequências. Na imprensa os que costumam falar a verdade a princípio são elogiados. As pessoas dizem: “Esse é corajoso, fala a verdade, diz o que outros não têm coragem”. Até o dia em que o “elogiado” diz ou escreve algo que dói. Dói porque é verdade ou por que foi grosseiro? Descartada a grosseria fica a verdade, que muitas vezes dói. Exemplo: Dizer que com o feriadão pela frente vários irresponsáveis vão morrer e matar. Famílias chorando, camas vazias, carros arrebentados estampados nas capas dos jornais. A velha desculpa: Era pra ser assim. Tinha que acontecer. Chegou a sua hora. Não precisava ter sido assim. Poderia não ter acontecido. Hora marcada? Isente-se de culpa os culpados. A verdade é que falta responsabilidade.

Seu Manual

- Seu Manual eu li: No acidente, Pedro quebrou a omoplata. Está certo? - Sim. É a omoplata!

Eurico só queria um elogio

Pobre do Eurico parecia que tudo de bom que fazia passava despercebido. Jamais recebia um elogio. Nem pais, nem tios, nem professores, nem as meninas, nem as mulheres. E o detalhe é que ele era um cara e tanto. Trabalhador competente no ramo da informática, educado com todos: sujeito especial. Incrível que ninguém o elogiava. Certo dia na empresa em que trabalhava houve uma confraternização, e seu Evaristo, dono da empresa, faria vários elogios a vários funcionários. Eurico e seus amigos tinham a certeza: É hoje, é hoje que Eurico receberá o tão esperado e merecido elogio. Seu Evaristo começa seu discurso: - Temos em nossa empresa funcionários da mais alta qualidade. Lucas, com seu jeito introvertido é um exemplo de sensatez. Maria Eduarda, parece séria demais, é uma empreendedora. E segue com os elogios. Finalmente seu Evaristo olha para Eurico e abre a boca; nesse instante é interrompido por uma secretária e sai. Frustração. Mais uma vez sem elogios. Um chope com os amigos o reanima. Em outro lugar, num restaurante de Florianópolis, seu Evaristo janta com empresários. Quando seu Evaristo cita o nome de Eurico um empresário bem sucedido a sua frente diz: - Eurico trabalha em sua empresa? Meu Deus. Esse rapaz é um dos melhores do ramo aqui da região. Honesto e dedicado. Queria eu tê-lo em minha empresa. Que competência! Seu Evaristo lembra com constrangimento que jamais havia notado isso e jamais havia elogiado Eurico. Como fui tolo, que injustiça, pensou seu Evaristo. Decidiu que na manhã seguinte elogiaria o grande funcionário. Manhã seguinte, assim que seu Evaristo vê Eurico o chama e diz: - Eurico, bom dia. Quero falar com você. - Bom dia, seu Evaristo – O patrão prossegue: - Eurico, ontem estive num jantar com importantes empresários e alguém falou muito sobre você – Seu Evaristo se referia ao homem que havia elogiado a Eurico - Me diga, Eurico, lembra do “fulano de tal”? – Eurico responde com convicção: - Claro que conheço seu Evaristo, é o homem mais mentiroso que conheci em todo a minha vida. Não confie nele!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A fé nos gols

João Marcos é repórter há mais de dez anos. Atualmente cobre partidas de futebol como repórter de campo. Tem lá suas dúvidas quando o assunto é religião. Acha tudo muito confuso. Certo domingo João Marcos fora escalado para cobrir um jogo em sua cidade. Depois de conversar com o narrador e outros colegas João vai até o vestiário onde pretende fazer algumas entrevistas. Assim que chega a porta ouve algo que lhe soa estranho. Aproxima-se e olha lá dentro. Conta pelo menos seis jogadores de mãos dadas rezando, ou orando. Pedem por gols, pedem por vitória. João Marcos não dado a religião admira a fé dos jogadores. Pensa em não atrapalhar. Vai rapidamente até o vestiário onde está o time adversário. Pensa em conseguir ali junto ao colega da mesma emissora alguma entrevista e logo voltaria ao primeiro vestiário, quem sabe a oração já tenha terminado. Bruno, o colega de João Marcos, assim que o vê, diz: - Silêncio, João – João caminha bem devagar e espia dentro do vestiário. Vê uns três ou quatro jogadores rezando, ou orando. Aproxima o ouvido com cuidado para não atrapalhar e escuta pedidos ao SENHOR. Tem haver com gols, tem haver com vitória. João Marcos novamente surpreende-se com tamanha fé de tantos jogadores, depois passa a quebrar a cabeça. Lembra que os pedidos por gols e vitórias eram feitos a mesma pessoa em vestiários diferentes. A quem o SENHOR ouviria? Pensava João. A partida começa. Aos dezoito minutos do primeiro tempo gol para o time da casa. João Marcos pensa: É eles foram mesmo ouvidos pelo SENHOR. Aos trinta e seis minutos ainda do primeiro tempo o time visitante marca seu primeiro gol. João põe a mão na cabeça, até atrapalha-se ao passar para o narrador detalhes sobre o gol. Ele volta a pensar: O SENHOR ouviu também o outro time. No segundo tempo mais um gol para cada time. A partida termina empatada. João Marcos não gosta dessa expressão, empatada, acha-a grosseira. Naquela noite João Marcos volta para casa pensando no que vira e ouvira nos vestiários. Os pedidos. Quem seria favorecido? Havia algum goleiro menos merecedor? Lembrou que até antes de lutas já vira pessoas rezando, a quem o SENHOR atenderia, pensava o repórter. Será isso que chamam de fé? O repórter pensou em fazer sua primeira oração ou talvez rezar, mas pensava em o que pedir? O que dizer? Achou melhor apenas agradecer, havia muito a agradecer. Ele tem dois filhos e na qualidade de pai se tivesse que um dia intervir por um de seus filhos qual ajudaria? Qual prejudicaria? Pensou que mesmo como pai imperfeito jamais favoreceria um filho em favor de outro, que dizer do SENHOR? Pai e Filho “lá em cima” pensou ele, devem ter outras preocupações. Afinal de contas, a partida terminou empatada.

Dia do radialista

Dia 7 de novembro é o dia do radialista. Seja FM ou AM, musical ou voltada a notícias, o rádio continua sendo um baita companheiro. Lá nos anos 80 quando descobri esta maravilha me apaixonei. Por inúmeras vezes ligava para as emissoras e concorria a prêmios, mas o objetivo era conhecer o estúdio, era ver como funcionavam as coisas lá dentro. Algumas vezes fui convidado e entrei. Hoje lembro com muito carinho dos radialistas: Mambaí (estive em seu programa semana passada na Biguaçu FM), do Nabor Prazeres, Walter Filho, Clayton Ramos, Marcelo Fernandes, Prates, Mário Motta, e o Walter Souza, companheiro de todas as manhãs. A todos, de todas as emissoras, um grande abraço e os parabéns pela arte de vir até nós todos os dias, toda uma vida.

Seu Manual

- Seu Manual eu li: Seu doce preferido é a musse de chocolate. Está certo? - Sim. É a musse. (Não o musse) - Obrigado!

domingo, 4 de novembro de 2012

Tal avô, tal o neto

Lá pelas 17:00 h toca o telefone. Seu Valdemar atende: - Alô. - Oi vô, sou eu, tudo bem? Seu Valdemar tem mais de 10 filhos e pelo que sabe 23 netos. Achou chato perguntar o nome, então pensou: Leonardo, João Vitor, Lucas, Guilherme, Vinícius, Eduardo, achou enfim que fosse o Lucas. E continuou a conversa: - E você, como está meu neto? - Estou bem vô. Desculpe não ter ido te visitar nos últimos dias, é que estou com muita tosse – De fato seu Valdemar notou que a conversa era constantemente interrompida pela tosse do neto do outro lado da linha. Mas a conversa segue: - E teus pais estão bem? - Ah, estão bem, obrigado. Pediram para eu lhe mandar um abraço. - Obrigado, mande outro. - O vô está bem de saúde? - Sim, na medida do possível. Com quase 80 não dá pra reclamar. - Está sozinho em casa? - Sim. Tua avó saiu – Lucas sentiu um calafrio. A sua avó havia morrido há dois anos. Ou o avô havia se casado de novo sem que ele soubesse, ou era o tal do Alzheimer. O neto preferiu fingir que não tinha ouvido nada sobre a avó. Seguiram a conversa: - E essa tosse, está tomando algum xarope? – - Estou vô, mas, sabe como é que é. O tal do cigarro é que acaba comigo. Tenho que largar o fumo – Agora era a vez de seu Valdemar ficar perplexo. Nenhum dos seus filhos e nenhum de seus netos jamais havia fumado. Lucas fumando, impossível, pensou. Resolveu fazer de conta que não havia ouvido o neto falar sobre o cigarro. Seu Valdemar resolveu chamar o neto pelo nome e disse: - Lucas, te cuida meu neto – O rapaz do outro lado da linha disse: - Lucas? O senhor me chamou de Lucas? Meu nome é Gustavo. Filho do Reginaldo. Vô Antônio, o vô está bem? - Antônio? Meu nome não é Antônio. Meu nome é Valdemar. - Meu Deus, senhor, desculpe, disquei o número errado.

Não sei, nunca comi

Natanael gostava de fazer graçinhas. Por onde quer que andasse, Biguaçu, Antônio Carlos, Palmas e até São José. Era um verdadeiro abusado. Nunca se deu ao trabalho de saber se os outros gostavam de suas brincadeirinhas. Fazia as perguntas mais indiscretas deixando até sua mulher sem graça. Numa festa de casamento viu que um cego era o músico e ainda assim comentou -O cara é bom mesmo! Toca sem olhar para o teclado. Quando na rua alguém dizia: - Tem horas amigo? – Abusado, respondia: - Tenho! Os amigos o alertavam: -Olha rapaz, você ainda vai se dar mal. Um dia encontrou uma ex-colega de trabalho e perguntou: -Ta grávida? É pra quando? A moça disse que não estava grávida. Ele respondeu: - Mas dia desses engravida. Um vizinho lhe disse: - Natanael, minha avó se enterrou ontem – Irônico, respondeu: - Coitadinha, não havia coveiros no cemitério? No supermercado em que trabalhava gostava de fazer gracinhas. Uma jovem mulher aproximou-se e perguntou: - Tem remédio para baratas? – Lá vinha a graçinha do Natanael: - A barata ta doente é? Numa manhã de sábado viu uma senhora aproximar-se. A senhora segurava um pacote de ração para cachorro e perguntou gentilmente a ele: -Sabe se esta ração é boa? Natanael respondeu em alta voz esperando arrancar risos de alguém a sua volta: -Não sei, nunca comi. Natanael não havia percebido que o senhor alto e forte ao seu lado era o marido da educada senhora. O senhor virou-se e disse: -O que você falou pra minha mulher? Enquanto Natanael abria a boca em busca de uma resposta foi atingido pelo que parecia ser um atropelamento. O marido da senhora deu-lhe um soco fazendo-o parar alguns metros de distância. Explicado o motivo da confusão ao gerente, Natanael pela primeira vez conseguiu pedir desculpas por uma de suas brincadeirinhas. Hoje Natanael tem o nariz torto, apontando para o lado esquerdo. Às vezes algum amigo abusado pergunta: - Dando sinal que vai entrar à esquerda Natanael? – Ele não responde. Mas quando alguém lhe pergunta por que seu nariz ficou assim, ele diz: -Foi por causa de uma ração pra cachorro.

A professora

Cada um de nós é geralmente o melhor advogado que poderíamos ter. Quando se trata de nos defender, ou um dos nossos, somos peritos. Conversas começaram e não tiveram fim no caso da discussão entre professora e aluna do colégio “Melão”. Minha filha mais velha estudou lá por oito anos, o mais novo está há seis nesse colégio. Bom colégio por sinal. Difícil é querer julgar. A culpa é de quem? De um lado professores que deveriam estar bem preparados para lidar com quase qualquer situação. Um maravilhoso livro diz: “A mera opressão faz até o sábio agir como doido”. Ninguém é de ferro, somos imperfeitos. Do outro lado alunos, crianças, jovens, muitos dos quais saem de casa sem nenhuma ou com bem pouca educação. O “por favor, sim senhora, com licença, perdão, muito obrigado, sinto muito” tem ficado de fora de muitas famílias. Pais mal educados, sem pulso firme ( pulso firme sem aspas mesmo), mandam para as ruas, para as escolas, para a vida, filhos despreparados. Pais que querem um mundo melhor para os filhos, mas não produzem filhos melhores para o mundo. Se pai é mãe não ensinam por palavra e, principalmente pelo bom exemplo, não podem esperar muito dos filhos. O resultado se vê por aí. Pessoas causando constrangimento à sociedade e mais vergonha ainda para os pais. Isto é, para os pais que ainda têm vergonha.

Finados

Com todo o respeito aos que “visitam” seus entes queridos falecidos nesse dia, mas não esqueçam os vivos. Não se esqueçam de abraçar, beijar e perdoar. O melhor a fazer pelos outros é em vida. É hoje.

Seu Manual

- Seu Manual quando eu uso tão pouco e tampouco? - Tão pouco (separado) significa muito pouco, algo pequeno, curto. Tampouco (junto) significa também não, nem. - Obrigado!