quinta-feira, 31 de março de 2016

A Maria mole

Esse doce fez parte da infância de muitos de nós. Mas houve uma que serviu como importante lição de sabedoria.

Lembramos a frase: “Difícil não é ser bom, o desafio é ser justo”.

Quando falamos em justiça podemos lembrar a palavra - sabedoria.
A palavra sabedoria é muitas vezes mal interpretada. Confunde-se com a palavra inteligência. Quando estudamos a fundo essas palavras notamos que há inteligentes que não demonstram sabedoria e raramente há um sábio que não seja inteligente. Por quê? Conhecimentos nos deixam inteligentes e inteligentes buscam mais conhecimentos; isso produz pessoas que fazem a diferença na sociedade. Mas, e os sábios?

Muitas vezes se fala na “sabedoria popular”, no “conhecimento dos antigos”. Vamos juntos a duas breves histórias sobre sabedoria.

Duas mulheres pedem aos prantos uma audiência com um rei. As duas são mães. Uma tem nos braços um filho morto e outra um filho vivo. A que está com o filho morto diz que o bebê vivo é seu. Diz que assim que o viu ao acordar percebeu que não era o seu filho.

Um dos bebês morrera durante a noite e poderia ter havido uma proposital troca dos bebês.
O rei, depois de ouvir as queixas das duas mães faz uma reflexão em alta voz:
Esta diz: “O meu filho é o que está vivo, o morto é o dela. A outra diz, não, o meu filho é o que está vivo, o seu está morto”. O rei diz: “Tragam uma espada e cortem a criança ao meio e deem metade a cada uma”.
A mulher cujo filho era o vivo, movida por compaixão, disse: “Não façam isso, por favor. Não tirem a vida da criança, que fique com ela”. A outra mulher fala: “Cortem mesmo, não será nem meu nem dela. O rei disse com convicção: “Entreguem o bebê a primeira mulher”. Ela é a mãe verdadeira, pois jamais deixaria que matassem seu filho”. A história ocorreu há milhares de anos e correu o mundo. A sabedoria de Salomão. Sabedoria segundo a Bíblia dada por Deus. O relato mostra que quando Salomão iria se tornar rei poderia pedir qualquer coisa a Deus. Em vez de glória, poder ou bens materiais ele pediu sabedoria para cuidar bem do povo.

E a Maria mole? Ouvindo nosso querido comunicador, Mário Motta, em seu programa na CBN, eu e todos os seus ouvintes fomos agraciados por essa breve e sábia história real.
Mário contou o que seu pai, o saudoso, Motinha fazia para ensinar justiça, sabedoria e bom senso para ele e seu irmão, Gilberto, usando uma Maria mole.

Cabia ao irmão do Mário, Gilberto, cortar o doce ao meio. Tinha que ser justo e cauteloso ao cortar a Maria mole. Por quê? Seu Motinha dizia que Gilberto cortaria o doce e o Mário escolheria seu pedaço. Que lição de sabedoria prática. Valores incutidos na infância podem permanecer para sempre construindo homens e mulheres éticos. Não é por acaso que o Mário me disse numa entrevista: “Crescer é ficar maior; evoluir é ficar melhor”. Seu Motinha tinha e ensinava sabedoria.

É bom ouvir e contar histórias assim. Mas podemos adquirir sabedoria. Como? Através dos nossos conhecimentos procurarmos ser pessoas decentes, honestas, éticas, justas; dar exemplo digno de ser seguido. Em momentos difíceis não ver apenas o nosso lado. Entender que às vezes tanto nós quanto aqueles a quem amamos estão errados. Isso envolve ser imparciais, não “botar a mão na cabeça” só porque se trata de nosso filho, nosso interesse, nossa vantagem. Sabedoria se conquista com atenta observação, meditação e também com estudos.

 E como se identifica um sábio? Uma maneira fácil de identificar um sábio é por sua modéstia e humildade, duas qualidades diferentes e importantes. O sábio jamais se julga sábio por ser humilde e reconhece que não pode fazer tudo porque é modesto; por isso é sábio.

Desde os tempos de Salomão e até os dias do seu Motinha podemos aprender a sabedoria. Pessoas sábias usam qualquer recurso para ensinar, do fio de uma espada a uma Maria mole, o que vale é a lição!

quinta-feira, 24 de março de 2016

A variável sexta-feira santa.

Estudos e relatos nos mostram que Jesus Cristo morreu no dia 14 do mês judaico, lunar, de nisã.
Assim como o dia do nosso aniversário e todas as demais datas variam; cai domingo, depois segunda-feira e assim por diante, o mesmo ocorre com a sexta-feira santa.

O fato de Cristo de morrido numa sexta-feira há quase dois mil anos não quer dizer que esse dia sempre venha a cair numa sexta-feira.

Contando a partir do equinócio, por volta de 20 de março e procurando a lua nova mais próxima, seja antes ou depois, iniciamos o mês de nisã. Daí, se conta 14 dias (para chegar ao 14 de nisã), levando em conta o horário do início da lua nova.

Vale lembrar que nos dias de Cristo o dia começava ao por-do-sol e não a meia-noite.

Em 2016 o 14 de nisã, ou o dia em que Jesus morreu, a sexta-feira santa, iniciou ao anoitecer da quarta-feira, dia 23 e terminado a noitinha de quinta, dia 24.

Quanto ao comer carne nesse dia ou semana embora muitos religiosos não o fazem, não fere nenhuma lei das Escrituras. Portanto se respeita quem come peixe e quem como carne.

O ex arcebisto de Florianópolis costuma dizer que a igreja católica pedia um tipo de jejum nessa data e ressalta que quando as pessoas comem frutos do mar podem até fazer um banquete, o que segundo o religioso não atende a solicitação da igreja.


Que atire a primeira pedra!


O que é mais grave, roubar 1 real ou 1 milhão de reais? Uma caneta do escritório ou um carro?
Já foi dito que o difícil não é ser bom, o desafio é ser justo. Parece lógico. Muitas pessoas demonstram bondade e apreciam fazer o bem.

Já sermos justos envolve julgar. Não é por menos que para ser juiz é preciso muitos estudos, dedicação, bom senso, tempo para avaliar o assunto; e ainda assim o juiz está sujeito a errar.
Quem ouvia lava a jato alguns anos atrás pensavam numa limpeza das boas. O nome foi emprestado a uma operação policial. Haja força no lava a jato e “das pessoas que o manobram”.

Ditados ou frases como: “Ele rouba, mas faz”. Ou: “Ele é o menos pior”, devem estar em extinção. Nunca deveriam ter existido. Aceitar que um ladrão seja menos criticado por não ser violento não parece muito justo. Aceitar como nossos “cabeças” o “menos pior” é reconhecer que ele é ruim, mas dizer que é melhor do que nada.

Outro dia fui surpreendido por uma jovem muito inteligente. Ela contou que repreendeu o namorado por ele aceitar “o jeitinho brasileiro” com facilidade. Coisas pequenas, mas ilícitas.  Vale perguntar: Que exemplos estamos deixando para os nossos filhos? Inclua-se, alunos, vizinhos, sobrinhos, netos, filhos de amigos.

Enquanto esperamos por justiça “lá em cima” poderíamos avaliar. Se eu tivesse uma grande oportunidade em minhas mãos; lucros e demais vantagens; teria a força moral de dizer – não?

É farra do boi. “Gatos em ligações clandestinas em casa”. Abandono de animais. Querer tirar vantagem em tudo. Um grande empresário disse: “O dinheiro não muda o homem, apenas o desmascara”. Um colega jornalista falou: “A ocasião não faz o ladrão, mas revela o ladrão”.
 Talvez nunca antes na história tivéssemos visto a corrupção com nomes e endereços.
Nunca antes se viu a população se mobilizar dessa maneira.

Temos uma possibilidade. Avaliar com sinceridade e coragem atitudes que podem parecer pequenas, mas são ilícitas. Ensinar aos nossos jovens pelo exemplo. Nada de, “faça o que eu digo e não o que eu faço”. Mas sim, “faça o que digo e o que faço”.

 Difícil? Quem disse que é fácil.

Fácil é ser bom. Ser justo é o desafio. E quem nunca “pisou na bola” que atire a primeira pedra!

sexta-feira, 18 de março de 2016

Assado ou cozido?

Conforto mais caro. O ônibus executivo, ou o amarelinho, custa mais de 7 reais. Poltronas confortáveis e ar-condicionado. O comum, cerca de metade do preço, dá ao passageiro o direito a escolha: "Assado ou cozido". Por que não dar mais conforto e dignidade aos passageiros tal como o - executivo? Por favor, liguem o ar-condicionado!

segunda-feira, 14 de março de 2016

Os bons bate papo estão no programa - Na cadeira do barbeiro. Produção e apresentação: Deivison Pereira. Acompanhe um a entrevista com a jornalista Grasiele Aguiar, portal Caros Ouvintes.
http://www.carosouvintes.org.br/se-ha-algo-de-similar-nos-comunicadores-e-a-paixao-pela-arte/

quinta-feira, 10 de março de 2016

Se beber não dirija!

A regra é clara. Não é mais aceitável beber e dirigir, nunca deveria ter sido.
Fica uma pergunta: Essas festas onde as bebidas são o ponto alto serão frequentadas por pessoas conscientes, que não irão dirigir após beberem, ou serão moderados?
Estranho. Se combate com sucesso doenças sexualmente transmissíveis distribuindo preservativos?
Moral e comportamento adequado perece nada adequado.

O velho, o garoto e o burro

Enquanto conversava com meu filho caçula, 16 anos, sobre tomar decisões, ele se lembrou da história que costumava contar a ele. Um pequeno disco que ganhei da minha mãe e com o título nesta crônica.

Tento me lembrar de quando precisei tomar minha primeira decisão. Às vezes tinha haver com: “Ou tu obedeces ou...”. Era uma decisão acertada se comparado a levar umas chineladas.
Com os amigos nas brincadeiras de rua era comum um desentendimento onde o mais sensato era recuar, mesmo estando com a razão e sem entender o que significava – sensato.
Enfim, muitas de nossas decisões não se baseiam no que realmente queremos, mas sim no bom senso.

 Adultos devem saber o que é bom senso.

 Quem não se lembra da frase? “Não sei se caso ou se compro uma bicicleta”.
Hoje há os que compraram a bike e os que se arrependem de não ter comprado uma bicicleta. Mas e a história do velho, o garoto e o burro?

A história é breve, simples e intrigante. Um senhor precisava sair de sua casa para fazer compras. Ele tinha como companheiro seu burrinho e um garoto. Os três passaram a caminhar. O sol e a distância os castigavam. Em certo momento alguns homens veem os três a pé, começam a rir e a dizer: “Isso eu nunca tinha visto, um velho e um garoto a pé e um burro andando ao lado”. O velho pensou no que havia escutado e disse ao garoto para que montasse no burro. E lá foram em sua longa caminhada, o garoto sentado no burro e o velho andando ao lado.
Ao passarem ao lado de um rio algumas mulheres cochicharam e depois disseram em alta voz: “Mas que absurdo, o pobre velho andando e o garoto sentado no burro”. O velho parou e pensou que fazia certo sentido o que as mulheres haviam falado. O garoto desceu entendendo que o velho é que deveria montar no burro. E seguiram viagem. Ao passarem perto de outras mulheres foram surpreendidos pelas palavras: “O velho, por que não coloca o menino contigo no burro?” Pronto, os dois estavam acomodados no burro. Minutos depois encontraram alguém que disse indignado: “Pobre do burro, querem matá-lo?” Certo, pensou o velho, e desceram do burro. Agora resolveram carregá-lo, afinal de contas o animal já estava muito cansado. E claro, alguém viu, riu, e disse: “Nessa eu não acredito, um velho e um garoto carregando um burro”. Pronto, o burro foi ao chão.
O velho, agora indignado, disse: “Garoto, suba você no burro e vamos. Se dermos ouvidos ao que cada pessoa diz nunca vamos chegar a lugar algum”.

Talvez eu tenha alterado algumas coisas por conta da memória. Ouvi essa história a última vez há uns 30 anos. Mas tenho certeza que essa é à essência da história.

Tomar decisões não depende dos outros. Depende de nós. O detalhe é que algumas decisões podem afetar muito quem faz parte de nossa vida. Nunca concordei com o ditado: “Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia”. Creio que ouvir ideias de uma pessoa madura, que entende do assunto em questão 

domingo, 6 de março de 2016

Terceiro a primeiro mundo e uma "cultura" que nos aproxima


Quando falamos em cultura naturalmente pensamos em coisas boas. Algo que traga orgulho ao local e ao povo que a tem. Algumas vezes ações criminosas tomam emprestado o nome – cultura e trazem vergonha as pessoas de bom senso.

Imagine que o leitor (a) tenha um cachorro em casa. Agora imagine vários amigos seus correndo atrás do seu cachorro. Eles o assustam, o provocam, o fazem correr. Talvez um dos amigos se aventure em bater em seu cachorro. Imagine a sua reação ao ouvir seus amigos dizerem: “Ele está se divertindo, é uma farra, é legal”.

Farra no dicionário pode significar folia ou um baile alegre, entre outras coisas. Mas quem em sã consciência diria que o cachorro na ilustração acima estava “curtindo” uma folia ou se divertindo?
Quem ainda consegue dizer que a farra do boi é cultural? Há relatos de casos em que o boi fica dias sem comer e beber. Então, coloca-se água e comida perto do boi, mas a uma distância em que o animal não alcance, o que aumenta sua “fúria”.

Independente do tratamento dado ao animal antes da “farra” a sua agonia é certa.
Penso inclusive que se alguns desses farristas fossem convidados para saborear um bom churrasco no feriado da sexta-feira santa, diriam: “Ah, mas é pecado”.  Pecado nenhum!

A Lei já proíbe essa barbárie. A Lei não pode influenciar a consciência. A sensatez, a humanidade, o respeito pela vida o que inclui o respeito pelos animais são ditados não por Lei Federal, mas sim por princípios de moral.

Argumentar que em países de Primeiro Mundo existe a prática das touradas é argumento fraco.

Pessoas conscientes se inspiram no que há de bom e não em “culturas” que nos igualam ou “nivelam” por baixo!