segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Dia de visitas

Dia de visitas

Visitar segundo o que sabemos e confirma o amigo dicionário é: ir ver alguém, por cortesia, dever, afeição e etc.

Há poucos meses recebi um vídeo onde um jovem falava de modo convincente sobre algo muito importante e uma grande verdade; o dia em que mais recebemos visitas, elogios e flores. Quando? No dia em que morremos, em nosso velório ou funeral.

Justamente naquele dia em que não poderemos dar um abraço, um aperto de mão, um beijo, sentir o cheiro das flores e muito menos agradecer.

A modernidade parece que nos aproximou. Pelo menos em algumas situações; questões profissionais e com amigos ou parentes distantes. Mas no sentido de - aproximação, afeição, carinho, encontros e reencontros, olhos nos olhos, o sentir e compartilhar sentimentos; será que as redes sociais cumprem bem esse papel?

Dia 02 de novembro é uma data marcada por muitas visitas, visitas àqueles a quem amamos e não estão mais entre nós. (Vale ressaltar que a coluna não está discutindo conceitos espirituais e religiosos; há diferentes opiniões e crenças que devem ser respeitadas)

Lembrar de visitas, amizades, apoio a ser dado e recebido me fez lembrar do vídeo ao qual mencionei no início da coluna - o dia que mais recebemos elogios e flores.

Por que resistimos a um impulso que lá no fundo nos diz que deveríamos pedir perdão?
Qual a razão de suportar um desejo ainda que tímido de expressar o quanto amamos a alguém?
O que nos impede de tocar e acariciar nosso cônjuge, pai, mãe, filhos, avós?

Um certo dia 02 de novembro é com certeza um dia simbólico, marcado por saudades e para muitos por remorsos.

Dias de visitas podem ser marcados por sorrisos vistos de perto, por abraços apertados, por beijos de verdade, pelo firme aperto de mão e olhos nos olhos, por saborear ainda que a mais simples comida e bebida; e toda comida e bebida com quem amamos torna-se um banquete.

Se um dia tivermos que visitar um amigo ou parente finado terá sido alguém que fora visitado em dias melhores. Dias onde houve trocas de experiências e todos os sentidos estavam em ação.

Dias em que os ouvidos, os braços, os olhos, a boca e o “coração” compartilharam o que há de melhor na dádiva da vida - a vida!

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Espiral do silêncio e a comunicação

Espiral do silêncio e a comunicação

“Espiral do silêncio” é uma teoria da ciência política e comunicação em massa proposta pela cientista alemã, Elisabeth Noelle-Neumann em 1977.

Afinal de contas, o que isso significa? Elisabeth entendeu que a opinião individual é de fato omitida, “abafada”, quando esta entre em conflito com a opinião da maioria; geralmente divulgada com ênfase na mídia. Ou seja, muitos deixam de expressar o que realmente sentem sobre certos temas por medo. Segundo a cientista, medo de entrar em isolamento social, talvez até se tornem vítimas de zombarias.

Essa teoria, elaborada e publicada há 40 anos, ainda se percebe hoje, talvez mais do que nos anos 70.

Quando assistimos a um programa onde há muitos convidados e plateia, temas polêmicos são levantados, não é incomum a maioria aplaudir qualquer coisa que se diga, principalmente se for alguém famoso.

Aí entra em cena, aliás, não entra em cena, permanece no anonimato, no isolamento, aquelas pessoas que têm um pensamento diferente. Talvez até batam palmas; o que não quer dizer que concordem com o que foi falado, mas por medo de serem ou pensarem - diferente acabam batendo palmas para qualquer bobagem.

A pergunta poderia ser: Os temas levantados em novelas, programas de auditório e outros refletem o que a maioria pensa, ou o que a mídia quer que as pessoas pensem?

A mídia com seus programas de baixa qualidade entende que quase ninguém quer ser taxado como diferente, “quadrado”, ou “mente fechada”; então, quem erguerá a voz e dirá de forma respeitosa o que realmente pensa, sem medo?

Quantos jornalistas já foram demitidos por dizerem ou a verdade ou simplesmente o que pensavam sobre certos assuntos?

As táticas de comunicação são poderosas: Um levantar de sobrancelhas ao final de uma notícia, um leve suspiro ou um breve movimento dos ombros ou mãos podem indicar um pensamento.

Mas quem os faz? Por que os faz? Quem os interpreta?

Vivemos momentos que dão o que pensar. Será que o que está em pauta nas novelas, telejornais, programas de auditório refletem com precisão o que a maioria pensa?

Desde assuntos de ordem política, familiar, sexual e até religiosos têm fornecido uma pauta para os bate papos entre colegas e amigos; e com que efeito? Abrir discussões?

Há diversas opiniões acerca de um mesmo tema; quem está certo, quem tem que engolir?

Quando a população recebe o direito de participação são poucos segundos e bem monitorados. E infelizmente muitos que têm essa participação ainda estão pouco preparados para expor com clareza suas ideias em tão pouco tempo.

Espiral do silêncio. Ele começa lá de cima e vem descendo até chegar na maior camada da sociedade. Então o medo, o receio de parecer - o antiquado, o careta; e volta lá para cima, para quem domina sobre as grandes massas.

Amanhã com certeza a maioria de nós terá algo para falar com os amigos. Alguém dará a pauta que mais lhes interessa.

Menos alguns do tipo, “duros de espírito”. Esses, mesmos que demitidos ou um tanto isolados defendem o que acreditam e procuram a verdade. Esses escrevem as suas próprias pautas e deixam espaço para que outros digam o que pensam e por quais motivos.

Esses estão fora da “espiral do silêncio”. São poucos, mas suas “vozes” ainda podem ser ouvidas por quem sabe as interpretar.



segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Da barbearia à comunicação




Tive uma boa infância e alcancei àquelas brincadeiras que deixaram saudades.

Mas uma das coisas na qual pensava na minha infância e adolescência era: qual será a minha profissão?

Passei por vários trabalhos desde os 6 anos quando comecei a vender deliciosas bananas recheadas feitas pela minha mãe, dona Olga.

No entanto, foi somente no dia 10 de outubro de 1996 que comecei a trabalhar na profissão que me levaria, e eu jamais imaginara, a outros lugares, ou a antigos sonhos.

Meu casamento com a profissão de barbeiro pode ser comparado a um daqueles casamentos por conveniência lá do passado; ou será que ainda acontecem?

Digo por conveniência porque sabia que queria me casar, ter filhos e ter uma profissão.

A ideia veio quase que por acaso. Fui em frente, fiz 2 cursos e lá se vão 21 anos. Creio que uns 55 mil atendimentos. Muitas amizades. Muitas saudades de clientes amigos que já faleceram. Me lembro de uns 50 talvez 60. Desses lembro desde seu corte de cabelo até para que time torciam ou que tipo de assuntos gostavam de conversar.

O tempo passou e algo me incomodava, alguma coisa faltava, mas o quê?

Resolvi escrever. Troquei ideias com a escritora e hoje especialista em gestão e segurança no trânsito, Irene Rios, o jornalista Luiz Carlos Prates e meti a cara.

O primeiro livro me trouxe uma grande lição: eu não sabia que não sabia escrever; pensei que fosse simples como falar. Daí o segundo e o terceiro, e ainda havia muito a aprender.

Em junho de 2009 por indicação do amigo jornalista, Fábio Machado, fui entrevistado pelo editor chefe dos jornais Em Foco, Ozias Alves Junior, que me convidou para ser colunista em seus jornais.

Em meio a estudos por conta própria o lançamento de mais livros, montagem do meu blog e um convite muito especial do nosso grande mestre do jornalismo e publicidade, Antunes Severo. Ele me convidou para ser colunista do Portal Instituto Caros Ouvintes Para Pesquisa e Estudo de Mídia.

Mas por esses dias eu estreava o programa de rádio - Na cadeira do barbeiro, na rádio comunitária Luar FM. Tive a alegria de criar, produzir e apresentar esse programa por quase 3 anos; espero voltar.

Antunes Severo, animado com teor do programa, entrevistas como nossos comunicadores, mais de 40 viriam a participar, passou também a reprisá-lo no Caros Ouvintes.

Em 2013 Severo perguntou se eu já havia feito meu registro de jornalista. Por uma decisão que causou polêmica, mas já não era sem tempo, em junho de 2009 o Supremo Tribunal Federal, por 8 votos a 1 entendeu que exigir o diploma de jornalista fere a Constituição Federal. Assim como nos Estados Unidos, em mais de 20 países da europa e outros países, embora haja boas faculdades de jornalismo, não há na maioria deles a obrigação de faculdade para exercer a profissão. Há os que concordam e os que discordam da decisão do STF. Deixo minha opinião pessoal e profissional para outra coluna.

Ainda em 2013, depois do incentivo de Antunes Severo, com as colunas nos jornais Em Foco, no Caros Ouvintes, meu blog, a produção e apresentação do programa de rádio, recebi meu registro de jornalista, conhecido como - MTB.

Hoje, além da barbearia e das colunas semanais também estou cursando licenciatura em Letras Língua Portuguesa pela faculdade Estácio de Sá. Não desisti de aprender a escrever e como recompensa muitos outros conhecimentos acompanham essa bela faculdade.

E foi assim, entre um cliente e outro; entre muitos relatos e histórias; de ouvir e de perguntar que acabei chegando à comunicação. Diga-se de passagem que a rádio na qual apresentei meu programa ficava na rua em que nasci e morei por 35 anos. A mesma rua de onde por inúmeras vezes saia em busca de um telefone público, o antigo, orelhão, para gastar fichas telefônicas e ligar para as rádios. Não era tanto pelos prêmios, mas pelo desejo de conhecê-las por dentro.

Por isso amigos leitores, sempre tente ver além. Além daquilo que está diante os nossos olhos. A profissão é em muitos casos um casamento, mas seja ele por amor ou por conveniência ele pode trazer grandes surpresas.

Tive vários momentos especiais nesses 21 anos de barbearia e 8 de comunicação; o que não teria ocorrido não tivesse arriscado. Talvez até hoje não teria descoberto que mal sabia escrever.

E no teu caso, como anda o seu casamento com a profissão? A quantas anda esse caso de amor? Pense, planeje, troque ideias com pessoas interessantes e viva feliz, seja no atual ou no novo casamento profissional!