domingo, 25 de abril de 2010

Elogio da mamãe vale?

Se receber elogios é bom, nos faz sentir bem, que dizer quando vem da mãe?
Para a mãe o filho é sempre bonito. A expressão “bonitinho” segundo meu amigo Marcio, quer dizer um feio arrumadinho. Mas em certa ocasião fomos testemunhas de uma cena incomum, se tratando é claro de mãe e filho.
A mãe na intenção de fazer o filho, um rapaz de uns dezoito anos, colocar os óculos, dizia:
-Filho, coloque seus óculos.
-Ah mãe, não vou colocar.
-Filho, me obedeça e coloque seus óculos agora!
-Mas mãe, eu fico muito feio de óculos.
-Filho, você é feio de qualquer jeito. Portanto coloque os óculos-
Coitadinho, ele colocou os óculos desconsolado. Só não sei se sua mãe foi cruel ou sincera.

Línguas e línguas

O Jeremias encontra o Daniel e diz:
-Daí bicho, na moral?
-Sim, estou bem. E você, como tem passado?
-To legal pô. Descolei um trampo. E tu, arrumo trampo?
-Eu estou numa empresa de informática. E a mãe do Claudio, tem noticias dela?
-Pô bicho, dois onti donte sai do trampo fui pra baia ranga, a minha velha disse que a coroa dele tinha batido as bota, fiquei de cara meu.
-Mas sabe Jeremias, o Claudio é sujeito atilado. E cioso das coisas que sua mãe possuía com certeza terá muita cautela. Inclusive com seus estudos, pois falei com ele há algumas semanas, e ele reconhece inclusive ser inúbil, portanto tratara de terminar sua faculdade.
-Pô Daniel, não me leva a mal bicho, mas tu ta falando mal pra caramba pô, não entendi nada do que tu falo meu.

Livrarias

As livrarias são realmente um lugar especial. A tranquilidade que ali encontramos nos permite escolher com atenção o livro que nos agrada. Faça uma visita, há sempre uma livraria perto de você.
Aproveito também o espaço e falo do livro Crônicas Na Cadeira do Barbeiro Sua História Passa Por Aqui. Livrarias Catarinense, Boreal Shopping Ideal e Nobel Shopping Itaguaçu.

Cadeira vazia

Para nós que nos envolvemos com a profissão, com os clientes, é difícil lidar com perdas. Na última semana senti a cadeira vazia com a perda de meu amigo Herondino Demétrio Alves, 77 anos, pescador, natural de Governador Celso Ramos. Esse senhor conquistou tantos quantos conheceu ao longo da vida, sendo que minha família teve o privilégio de estar entre estes.
Quando retornei da minha semana de férias em 12 de janeiro, ele já estava aguardando em frente à barbearia. Que bom que a mente gravou muitas de suas palavras e seu belo sorriso.
E no sábado foi a despedida de seu Paulino Pedro Dutra, 81 anos. Seu Paulino, morador do bairro Roçado também conquistou grandes amizades. Fica também a saudades de sua família, incluindo um de seus cinco filhos meu querido amigo Lindomar.

O coração que medita

Normalmente imaginamos uma pessoa meditando, mas o coração?
Sim, o coração “figurativo”, sede de nossas motivações, pode-se dizer que ele deve meditar. Meditar é refletir, ponderar. Quem faz isso responde melhor, e evita encrencas.
Meditei sobre o que aconteceu com o Silas e a torcida do Avaí. De um lado a torcida, pessoas xingando um homem que desempenhou um importante papel em levar o Avaí a Série A. E além de levar a série A, trabalhou e conseguiu manter o time na série A no seu primeiro ano na elite do futebol brasileiro.
Conversei a semana inteira com diversos torcedores e torcedoras, e a maioria mostrou-se indignados com a vaia e os xingamentos. Por que então tantos tiveram esse comportamento? Alguns disseram que acharam horrível a situação, mas admitiram que Silas foi infeliz em sua colocação, a saber: “Hoje meu amor pelo Grêmio já é maior do que pelo Avaí”.
Aqui entre nós, foi mau sim o que fizeram alguns torcedores. Mas quem sabe se o técnico tivesse escolhido melhor suas palavras, teria evitado aquela situação. Será?
“O coração do justo medita a fim de responder, mas a boca dos iníquos borbulha com coisas más” Provérbios 15:28. Na sua opinião, quem se enquadra no “justo e iníquo?”

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Igual e diferente

É incrível como muda nosso vocabulário, não pela distância em si, mas por outras questões.
-Você soube que a filha do João é prostituta?
-Você soube que a filha do José é garota de programa?
-Você soube que o filho do João é maconheiro?
-Você soube que o filho do José é dependente químico?
-Você viu só, o filho do João foi preso, é ladrão!
-Você viu só, o filho do José foi internado, é cleptomaníaco?
-Você já notou como o filho do João está mandrião?
-Você já notou como o filho do José está com estafa?
-Você viu como o filho do João é burro?
-Você viu como o filho do José tem déficit de aprendizagem?
-Você viu a lata velha que o pai do João comprou?
-Você viu a relíquia que o pai do José comprou?
-Você sabia que a esposa do João é vendedora?
-Você sabia que a esposa do José é consultora?
-Você soube, o João é tarado?
-Você soube, o José tem distúrbio sexual?

Você sabia?

Houve um tempo em que os barbeiros realizavam sangrias, realizavam cirurgias de cataratas e até castravam.
Esta última é de um tempo em que se percebeu que meninos castrados tinham sua voz afinada, e num tempo em que meninas não podiam cantar no coral das igrejas.
Certo papa colocou fim a esta horrível prática. É interessante que há alguns séculos, as pessoas preferiam realizar suas cirurgias com um barbeiro em vez de com um médico; que moral em?
Mas mesmo sabendo que hoje vocês sabiamente preferem os médicos, nós continuamos por aqui, fazendo sua cabeça, barba e mantendo muitas conversas. Se for ao seu barbeiro esta semana, não se surpreenda se ele já estiver o esperando.

Padrastos e madrastas

Ainda bem que há muitas pessoas que sabem que ser pai ou mãe, ultrapassa o “sangue”. Para quem assumiu a paternidade por meio da adoção ou por ter se casado e assumido filhos, tem uma ótima oportunidade de amar e ser amado. A bela música de Sergio Reis, Filho Adotivo, é um exemplo disso, quem não a conhece, convido que a ouça. Coloquei em meu novo livro o exemplo de um famoso humorista brasileiro, este junto a sua esposa foi a um orfanato com a intenção de adotar, é claro.
Logo o humorista disse à mulher que lhes conduzia que já havia escolhido. Surpresa, a funcionária disse que eles tinham acabado de chegar e que havia ainda muitas crianças para conhecerem. O humorista explicou:
-Assim que entramos passamos por uma bela menina, negra, pequena, que assim que me olhou abriu um lindo sorriso. Não há como passar pelo portão com outra criança e dar-lhe adeus- A funcionária entendeu, e lá se foi o humorista ainda mais feliz.
Por isso não gosto, ou melhor, não concordo com o ditado que diz:
“Deus é pai e não padrasto”.

O boca em!

Lembra do Genival? É, aquele da semana passada, se não leu está no blog, com o tema Santa inocência, Genival.
Pois o Genival além de muito inocente tem uma “boquinha”.
Não faz muito tempo o Genival foi colocar a mãe da sua sogra numa nova e confortável poltrona. Assim que coloca a senhora na poltrona, diz:
-Aqui a senhora vai poder morrer com todo o conforto- Claro que a mãe da sogra sabia que o Genival é muito brincalhão. Mas, como é bom ter cuidado com as palavras. Isso foi próximo ao meio dia. Por volta das l9:00hs a velinha morreu, naquela mesma poltrona.
Ui. Não sei o que é pior, se a inocência ou a boca do Genival.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Na Cadeira do Barbeiro

Na cadeira do barbeiro há a sua história. Com o passar dos anos seu barbeiro passa a dividir suas experiências, dúvidas, alegrias e tristezas. Agora essas histórias estão registradas no livro Crônicas Na Cadeira do Barbeiro Sua História Passa Por Aqui.
Como identificar um noveleiro? Homem acha homem bonito? Além de outras divertidas e curiosas histórias. Com certeza é um livro que irá animar o seu dia-a-dia e é também um ótimo presente.
Adquira seu livro nas livrarias Catarinense Centro e Beiramar Shopping.
Nobel, Shopping Center Itaguaçu e Boreal, Shopping Ideal.
Se preferir, ligue 3346-8801 – 8828-8494

Pra que foi perguntar

Miguel está acompanhando sua mãe numa consulta com um cardiologista do Hospital Regional de São José. Miguel é do tipo nervoso e debochado, mas um paciente na fila de espera, desses que gosta de jogar conversa fora, se aproxima de Miguel e começa a falar.
O paciente falador, preocupado com seu estado de saúde, pergunta a Miguel:
-Será que esse médico é bom?
Miguel responde:
-É sim. Ele já tratou da minha falecida sogra. Já cuidou também de meu falecido pai e de um tio. Ah, já foi também médico do meu falecido sogro e de um falecido vizinho.
O paciente conversador para de puxar assunto, senta com os olhos fixos em Miguel e quando sai do consultório ouve Miguel dizer:
-Espero que o senhor tenha mais sorte...
O paciente se vai de cabeça baixa;

Santa inocência, Genival

Genival anda tranquilamente próximo as feiras no Centro de Florianópolis.
De repente, observa um homem pedindo esmola. O mendigo pede dois reais e o homem a quem ele pede diz que só tem vinte reais. O mendigo mete a mão no bolso e conta dezoito reais e da de troco ao caridoso homem. Genival, impressionado, pensa que o homem que deu a esmola foi ingênuo.
Na semana seguinte, Genival que é caminhoneiro, está em Curitiba. Ali, precisa pagar pela ajuda de dois homens, mas tem apenas notas de cem reais. Olha em volta e vê um menino de uns dez anos.
Genival, que tem cabelos e barba branca até que poderia ser confundido com papai Noel. Ele chama o menino e diz:
-O garoto, você que conhece tudo por aqui, por favor, pegue esse dinheiro e troque para mim-
O garoto poderia até pensar que Genival era o tal velinho.
O tempo passa. Uma hora passa. Os ajudantes dizem:
-O seu Genival, não me leve a mal, mas acho que o senhor se deu mal- O outro ainda diz;
-Aquele guri fugiu com seu dinheiro!
Seu Genival, que de memória não está mal, lembra do mendigo lá do centro de Florianópolis e do homem que ele havia achado ingênuo. Depois de perceber que o guri não voltaria, lembra até da dupla, Batman e Robin e que um deles dizia:
-Santa inocência.

Riso na dor

Quantas vezes já rimos de uma brincadeira feita por um colega, brincadeira esta quanto a algum defeito nosso?
Por que rimos se na verdade doeu?
Às vezes talvez rimos porque o assunto não nos incomoda mesmo, ou então, rimos para fazer de conta que não nos incomoda. De qualquer maneira para nós que gostamos de brincar é bom ter cuidado. Muitas vezes aquele com quem brincamos sofre com as “brincadeiras”, mas por algum motivo não diz. Como faz bem sermos mais sensíveis com os sentimentos dos outros e lembrar-se da sábia passagem de Provérbios 14:13-
“Mesmo no riso o coração talvez sinta dor, e é em pesar que acaba a alegria”.

Hora de refletir

Logo nos primeiros minutos de 2010, nos chocamos com a tragédia em Angra dos Reis.
Logo depois foi no Haiti e mais ou menos nessa ordem, Turquia, Chile, México e mais uma vez, o Rio de Janeiro. Ah, sem contar alguns tremores em Jaraguá do Sul, os quais ainda deixam alguns em dúvida.
Somando-se casos e mais casos de extrema violência faríamos bem em pensar:
Como tenho levado minha vida? A que tenho dado importância? Tenho dedicado tempo a família? Tenho buscado valores espirituais,o que inclui, Deus?

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Susto ou alegria

Valdemar é um cara descrente, displicente e inconsciente de valores espirituais.
Mas um dia se viu obrigado à pela primeira vez passar sozinho à noite em frente ao cemitério de Barreiros. Tentava dizer a si mesmo que não tinha medo, mas não conseguia se convencer.
Finalmente viu um homem bem vestido andando lenta e tranquilamente.
O homem era um religioso, recém convertido a uma religião a qual lhe havia tirado o medo dos mortos e a fazê-lo sentir-se pertencendo a outro mundo, mas é claro o Valdemar não sabia disso.
Valdemar só estava aliviado por não ter de passar sozinho enfrente ao cemitério. Ele começa a caminhar ao lado do calado homem que vestido de paletó e gravata caminha tão calmo que parece estar quase dormindo.
Valdemar, surpreso com a calma do homem, pergunta:
-Desculpe amigo, mas, tu não tens medo, quero dizer medo dos mortos?
O homem, sonolento, diz olhando para frente;
-Quando pertencia a este mundo eu tinha. Hoje, não tenho mais.
Valdemar sente todos os órgãos internos e externos se movimentarem e corre muito.
No outro dia enquanto atravessa à rua ele é atropelado.
Quando acorda abre os olhos lentamente. Percebe aos poucos um lugar branco e silencioso. Ao olhar para o lado ainda fraco, vê um homem alto com barba e todo de branco. Valdemar acredita que morreu. Com esforço abre a boca e pergunta:
-Quem é o senhor?
O homem alto, de branco e com barba diz:
-Eu sou o Messias.
Valdemar sente lágrimas correrem por todo seu rosto. Passa a lembrar com carinho de toda a família, inclusive de sua finada sogra. Pensa que a encontrará.
Ele olha para o homem alto, de branco e barba e pergunta:
-Por que eu vim para cá?
-O senhor foi atropelado.
-Por favor, não me chame de senhor. Eu é que devo chamá-lo assim. Afinal de contas, vivia lhes criticando, apontando suas falhas. Achava que não se importavam com ninguém de verdade. Tenho sido um idiota por toda a vida, atrasado minhas contas, mentido, sou um tolo, me desculpe ter falado por tanto tempo com descrédito, sou tão tolo, me perdoe.
O homem alto, de branco e barba diz:
-Filho, não se preocupe, muitos criticam os nossos hospitais.
Alguém grita:
-Doutor Messias, doutor Messias, mais uma emergência.

É hoje

Ontem foi na livraria Catarinense no Beiramar Shopping e hoje é na barbearia.
Depois de quase um ano de trabalho é um grande prazer apresentar o livro:
Crônicas Na Cadeira do Barbeiro Sua História Passa Por Aqui.
Este segundo livro é uma verdadeira homenagem ao relacionamento cliente x barbeiro.
Compartilhamos incríveis histórias; curiosas, trágicas e cômicas. E cada uma delas vai
sendo deixada aos poucos, muitas vezes sem você perceber.
Tenho agora a honra de lançar meu segundo livro com histórias que fazem parte de nossas vidas e tenho a certeza que você apreciará esta leitura, afinal de contas, independentemente de quem é seu barbeiro, tenha certeza de uma coisa, ele conhece muito de sua história.
Hoje espero por você, anote o endereço:
Rua Santa Catarina 689, Bela Vista I, São José.
Fone: 3346-8801 ou 8828-8494

Conivência

Lendo o diário do leitor do último domingo, no Diário Catarinense, encontrei algo interessante. Uma leitora, incomodada com as noticias sobre pedofília que têm atingido a igreja, alega que é um pequeno numero de lideres religiosos envolvidos, que são imperfeitos e não é culpa da religião.
É verdade que não se pode generalizar. No entanto há dois pontos intrigantes:
Primeiro, não é um numero tão pequeno assim, tem aparecido muitos “novos casos”.
Segundo, a igreja passa a ter culpa se comprovada a conivência. Imagine um líder religioso, independentemente da religião, saber de casos de abuso e ser conivente, cúmplice. O pedófilo apronta em Curitiba e é mandado para São Paulo. Apronta em São Paulo e é mandado para o Mato Grosso e assim vai.
As lideranças religiosas deveriam com certeza, deixar de encobrir erros e deixar a justiça se encarregar. Assim estariam realmente ajudando a proteger crianças e famílias inteiras.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O almoço da sexta-feira santa

Quando eu era criança na sexta-feira santa trocávamos o convencional almoço pela canjica.
Não entendia o porquê, mas respeitava. O tempo passou e aflorou a curiosidade.
É interessante como muitas vezes fazemos coisas sem entender o porquê.
Nos últimos anos tenho acompanhado as entrevistas do arcebispo de Florianópolis que tem repetido, “a igreja não diz que é errado comer carne na sexta-feira santa, mas sim que se poderia nessa data fazer certo sacrifício trocando a saborosa comida por algo mais simples”.
Mas e se nessa data trocamos o convencional por outros apetitosos pratos? Há nisso sacrifício?
Vale sempre à pena avaliarmos, perguntarmos: “Por que isso é errado? Por que fazer isso, por que não fazer aquilo?
Sem contar que algumas coisas são difíceis de entender, exemplo.
Há pessoas que dizem não crer na criação segundo a bíblia, mas sim na teoria da evolução. Mas essas mesmas pessoas continuam celebrando festas religiosas e até evitam comer carne em algumas datas quando dizem estar entre os cépticos.
No entanto a vida continua e o importante é continuar a crescer espiritualmente e evitar o conformismo apesar de o conformismo estar alta.

Traição, mentira e perdão

Carlos Alberto parecia um bom sujeito. Kika não dava motivos a desconfianças e Rato surpreendeu a todos. Bom antes de qualquer coisa a noticia foi dada no Jornal Hoje a alguns meses. Ah, aconteceu num zoológico em Salvador.
O macaco Carlos Alberto viu Rato cochilando e Kika bem acordada. Carlos Alberto deve ter pensado “vai ser moleza, o Rato nunca vai saber” enganou-se, Arivaldo, funcionário do zoológico viu tudo, tudo mesmo. Ouça o chocante relato do homem:
-Vi quando Kika e Carlos Alberto copularam. Rato estava cochilando-
Rato acordou na hora certa para Kika e Carlos Alberto, mas errada para ele.
Entre aqueles macacos, segundo especialistas, o traidor é morto. É claro que Arivaldo não contou nada, mas Kika havia engravidado de Carlos Alberto, o que significaria a morte do traidor. Mas os funcionários agiram rápido e colocaram Carlos Alberto em outra jaula, não foi preso, apenas transferido.
E por que foi dito no começo da história que Rato surpreendeu a todos?
Num nobre gesto de amor, Rato perdoa Kika e cria o filhote como seu próprio filho.
Uma história real de mentiras, traição e perdão que passou na televisão.

Sua História Passa Por Aqui

Já notou ou parou para pensar o quanto deixa de sua história dentro de uma barbearia?
Histórias que nós barbeiros acompanhamos ao longo dos anos, histórias ouvidas ou até presenciadas por nós. Pois está chegando a hora. É na próxima semana e aguardo por você. Terá a oportunidade de adquirir o novo livro, Crônicas Na Cadeira do Barbeiro Sua História Passa Por Aqui e se ainda não teve oportunidade poderá também ter o primeiro livro.
Como vivemos com muitos compromissos, anote:
Segunda-feira 5 de abril, livraria Catarinense Beiramar Shopping, 19:30.
Terça-feira 6 de abril, Barbearia Deivison, as 19:00 Rua Santa Catarina 689 Centro Comercial Hermann. Fone 3346-8801 ou 8828-8494

E a língua, como vai?

Tiago, escritor bíblico disse sabiamente que colocamos freios na boca de cavalos e os controlamos. Com um pequeno leme se dirigi um grande barco, mas a língua, ah essa é difícil de controlar. Concorda?
Bom, quem se atreveria a dizer que sim, que controla a língua? Já que nossas palavras podem ter efeitos tão desastrosos seria bom acatarmos outro conselho do próprio Tiago, ele diz:
-“Todo homem deve ser rápido no ouvir, vagaroso no falar, vagaroso no furor”
Claro, pensar bem antes de responder e o quê dizer pode evitar problemas e tornar a vida mais fácil, mais agradável. Ou seja, podemos fazer bom uso da língua buscando boas palavras

Noites assustadoras

Nos anos cinqüenta em Florianópolis, seu Nelson trabalhava como construtor.
Um de seus projetos ficava mais ou menos perto do Rio Vermelho, lugar com muita vegetação e poucos moradores.
Seu Nelson, homem cético, ou seja, descrente e fazendo sempre questão de dizer que não cria em assombrações. Cerca de dez homens trabalhavam ali, e como era um lugar de difícil acesso, os trabalhadores armavam cabanas e passavam toda a semana no meio do mato.
O que intrigava os novos trabalhadores era saber que logo nas primeiras noites alguns homens ficavam tão assustados que preferiam logo pedir demissão e arrumar outro serviço.
Finalmente alguém se abre e diz que a noite enquanto nas cabanas podiam ouvir um choro de neném. O choro ora parecia distante, ora parecia aproximar-se, o que fez alguns até saírem à noite achando que havia alguma mãe com um bebê precisando de ajuda, e não viam nada.
José acreditava que era mentira até que logo na primeira noite, lá pelo começo da madrugada ouviu um bebê chorando. Parecia tão real, tão claro que achou que tinha neném na vizinhança, mas alguém ao lado disse:
-Meu Deus, então é verdade!
José levanta, sai da cabana e continua ouvindo o choro. É noite de lua crescente e pouca luminosidade. Ele fixa os olhos na vegetação alta e o choro continua, suas pernas trêmulas o conduzem cambaleando para a cabana, e adeus sono.
Seu Nelson no dia seguinte ri dos homens. José diz que ele não acharia engraçado caso dormisse ali. Seu Nelson suspira e diz que vai dormir, diz isso para acalmados, mas ouve um por um dizendo “to indo embora antes do anoitecer”.
Seu Nelson vê o sol se por sozinho no matagal e umas cabanas vazias. Janta, lava-se e prepara a cama improvisada.
São cerca de dez da noite quando o descrente seu Nelson, sonolento, ouve distante um choro de bebê. Primeiro pensa estar sonhando, mas o choro se intensifica. Seu Nelson pensa: “Não pode ser, não pode ser.”
Ele sai devagar e caminha em direção a mata, já é quase lua cheia está mais claro esta noite. Estende o braço direito empurrando os galhos de arvores, o choro não para.
O único barulho que ouve além do choro de neném e o barulho do mato quebrando-se embaixo dos pés. Ele continua cético até que, presta bem atenção ao bambuzal que há ali. Observa atentamente os bambus esfregando-se um no outro e fica evidente que é dali que vêm o som, o som idêntico ao de choro de neném.
Na manha seguinte alguns homens, inclusive o amedrontado José chegam e perguntam:
-E daí seu Nelson, tudo bem?
Seu Nelson que já está preparando alguma coisa para o almoço, diz:
-Perdão. Vocês tinham razão, ouvi a noite toda o choro de bebê, é verdade, é incrível.
Os homens se vão e seu Nelson gaba-se por nunca ter-lhes contado a verdade, a verdade do bambuzal.