segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Argumentos e orientações.
Se por um lado a humanidade tem demonstrado avanço, e em diversas áreas, por outro, pelo menos alguns, parecem regredir.
Numa época de tantos “evoluídos nos estudos”, tantos religiosos, tanto se falando em paz e um NÃO a corrupção, notamos atitudes e palavras que nos deixam de “queixo caído”.
Algumas situações:
Segurança. Pegar carona é mais arriscado do que deixar uma porta aberta a noite. Opa! Será?
Andar na rua ouvindo músicas com fones no ouvido é perigoso porque talvez não ouçamos o anúncio, “Isso é um assalto”, e aí o bandido indignado atira mesmo.
Mas nem tudo está perdido. Temos recebido ótimas instruções sobre como ser assaltados.
Os especialistas em segurança, na melhor das intenções, nos passam lições. Não mostrar distração no carro parado numa sinaleira, ou não andar com o celular na mão e os olhos no celular. Os ladrões sabem que essa é a situação ideal para seu “serviço”. Se ainda assim sofrermos um assalto, também há instruções que talvez nos protejam e facilitam um pouco a vida do bandido. Outro dia uma reportagem de TV mostrava inclusive como devemos erguer os braços, aquela posição de rendido, “mãos ao alto”. Ah, e quando a vítima for entregar algo ao assaltante tem que informá-lo, “Vou pegar o celular ou a carteira com a mão direita”. Assim talvez ele não atire na vítima. Não correr, não reagir. Concordo plenamente. E ainda creio que quem reage não o faz de sã consciência, é fator psicológico.
Será que logo as escolas incluirão dar instruções sobre como “ser assaltados com menos riscos de morte”?
A santa inocência. Outro dia uma mulher foi estuprada ao pegar carona. Vítima de monstros.
Uma mulher que foi entrevistada disse: “Não acredito que hoje com tantas mulheres por aí, tão fácil que está ainda tem estupradores”. Quem estupra não deve estuprar só porque quer sexo. Estupra porque é um ser perigoso, deveria no mínimo cumprir prisão perpétua.
Nunca que uma pessoa, ou homem de caráter pensará em estuprar uma mulher só porque ela usa roupas provocantes, ou porque aceitou ingenuamente uma carona.
Agora há um ponto complicado. Algumas mulheres não denunciam, ou por medo, ou por “amor”, ou vergonha. As que denunciam têm recebido a devida proteção? A polícia faz o seu trabalho, e no decorrer dos dias e semanas?
Todo cuidado é pouco. Como pais precisamos continuar instruindo nossos filhos e filhas.
Há alguns dias em meu programa de rádio ouvi algo muito importante. O narrador de futebol Salles Junior disse que ele e seus 3 irmãos recebiam do pai a ordem: “Respeito com as filhas dos outros, não tenho filha, mas não quero filho meu faltando com o respeito com a filha de outros”. Bravura. Um homem que ensina o filho, homem, a respeitar as mulheres é um homem de caráter. Assim também mães que não são machistas. Ou seja, aquelas que se orgulham de ter um filho “garanhão”.
No mais é conversa fiada. Moças têm que ficar mais atentas do que nunca. Não aceitar um namorado que ouse levantar a voz ou a mão. “Ah, é o jeito dele, foi só essa vez”, santa inocência.

Seguro morreu de velho. Mas creio que se esse “tal senhor seguro do ditado” está correndo mais riscos hoje. Nada de pessimismo. Mas sem essa conversa de que elas estão dando motivo para que o estuprador cometa seu ato. Já não bastam as orientações que nos protegem e facilitam a vida dos bandidos? Quem vai continuar conseguindo argumentos quando já está “na cara”. A ocasião não faz o ladrão. A ocasião revela o ladrão. Covardes que batem em mulheres. Sem vergonhas que abusam ou estupram não o fazer pela ocasião, fazem pela própria maldade. Quando os argumentos são duvidáveis e as orientações um consolo, é hora de “abrir os olhos do entendimento”!

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