quinta-feira, 14 de abril de 2016

Fé como investimento.


É difícil alguém que não tenha fé. Difícil também alguém que nunca tenho feito um investimento, seja na empresa, casa ou carro.

Quando investimos é porque temos fé de que nosso investimento dará “frutos”.
Fé pode ser defina como: Crença, crença em doutrinas religiosas, fidelidade a compromissos e promessas, confiança, a certeza de que algo irá acontecer.
Temos fé de que o inverno vem depois do outono, assim como agricultores têm fé de que a chuva virá.

Temos até fé de que muitos assuntos importantes acabam em “pizza”. Aí já não é mais apenas fé, é que não somos tão ingênuos o quanto parecemos.

Alguns depositam fé em que seu time será campeão, não será rebaixado ou subirá a primeira divisão.
Há aqueles que investem sua fé em rezar para que seu time vença. Mas, e se os torcedores do outro time também rezarem com fé; será que a partida terminará empatada? Expressão um tanto feia, empatada.

Ouço aqueles que investem a fé de que qualquer doença poderá ser curada. Nem entendo como podem chegar a ficar doentes.
Se fé fosse sinal de proteção quanto a todos os males que nos afligem, ou ninguém sofreria ou ninguém tem fé.

Também escuto aqueles que confundem as coisas. Pensam que “lá no céu há um banco pronto a receber investimentos”. Como se fosse um “toma lá dá cá”. Eu invisto, mas espero retorno.
E que tal ter fé antes do vestibular ou de um concurso público? Crer que a fé substitui os estudos, os esforços, pode ser frustrante. Estudar, dedicar-se, e com fé ir em frente pode ser mais sensato. Haveria uma “ajuda especial” para quem tem fé e não estuda?

Investir visando resultados honestos e satisfatório é algo interessante e até necessário.

Isso se tratando de relações comerciais, ambas as partes envolvidas e interessadas.
Crer que a fé é um “escudo” contra qualquer coisa má deve ser ingenuidade. Senão, não haveria relatos de bons homens e mulheres que sofreram e sofrem. E quem duvidaria de sua fé?

Imagino uma cena: Acontece um acidente com um ônibus. Dos 38 passageiros, além do motorista apenas um sai com vida. Na entrevista o sobrevivente diz: “Foi um milagre, Deus me protegeu, tenho fé”! Creio que os familiares das outras 38 vítimas mortas no acidente perguntariam: “Meu filho, meu pai, minha mãe, meu irmão, por que não foram protegidos, será que nos faltou fé?”.
Imagino a fé como qualidade maravilhosa. Sustenta em momentos difíceis e felizes. Vivemos num país que permite ampla liberdade de crenças. Não tanto quanto a de imprensa e a de expressão. Mas fé sem amor, sem verdadeira bondade e com “interesses ou como investimento” deve ser questionada apenas pelos que buscam esse tipo de “fé”.

Aceitar que estamos sujeitos aos males de um sistema violento, corrupto, doentio e ainda assim manter a fé como “alicerce”, produz o melhor de nós. Perseverança e resiliênça.
Investir, poupar, prosperar. Isso nada tem haver com religiosidade e espiritualidade.
Respeitar, ser imparcial e amar não tem tanto haver com religiosidade e sim com discreta, evidente e verdadeira fé!

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