Machismo ou feminismo, o que mais interfere de maneira
negativa nos relacionamentos?
Que ambas interferem não é novidade. Novidade pode ser
ouvir, escutar e entender o significado de: feminismo e machismo. E igualmente
importante; o que as pessoas têm em mente ao usar essa expressão.
Diz o “velho amigo dicionário” que machismo é a atitude ou
comportamento de quem não admite a igualdade de diretos de homens e mulheres.
E o “velho amigo” nos diz que feminismo é o movimento oposto
ao machismo.
Uma coisa é certa: É um pouco menos perigoso andar num campo
minado do que falar sobre isso.
Machistas não assustam ninguém. Já com as feministas pode
ser diferente. Será?
Quem não conhece ou conheceu um machista? Ou será que há uma
inversão no entendimento da palavra – machista? Quem trabalha ou já trabalhou
com vendas sabe que na maioria dos casos a mulher é que dá a palavra final. É
muito comum ouvir um homem dizer antes de uma decisão: Tenho que falar com a
patroa. Ela é quem manda. Ou será que ele (nós), dizemos isso só para fugir da
responsabilidade. Tipo: ela é quem decide, não tenho nada haver com isso.
O cara mandão pode no intuito de confirmar o quanto manda na
mulher perguntar a ela:
“Lá em casa quem manda sou eu, não é mesmo querida?”
Já falei para alguns amigos: Tem homem que não manda em casa
e tem homem que mente.
Mandar em casa não é o caso. O caso, os direitos, o respeito
e a compreensão, sim.
De mãe para filho e de pai para filha.
Ainda existem
mulheres que querem ter um filho “garanhão”. Existem também os machões que
querem um filho “garanhão”, mas não com a sua filha. E aquelas mães orgulhosas
dos filhos. Quando o filho vai bem no colégio ou conquista algo maravilhoso,
ela diz: Ah, esse é meu filho! Quando o filho (a) apronta algo de errado, ela
diz ao marido: Olha só a nota que teu filho tirou... Olha só o que tua filhinha
querida fez!
E a história da mulher que diz para filha que já está mais
do que na hora de o genro comprar a máquina de lavar, afinal de contas, sua
filha não é escrava para lavar roupas no tanque. Já para o filho a mesma mãe
diz: Não vá se meter em dívidas só porque a tua mulher (nora) quer uma máquina
de lavar. Lavei roupas no tanque por anos e não morri por isso.
As mulheres sofrem com o machismo imbecil que ainda existe.
Questões salariais, por exemplo. Há homens que falam das mulheres não apenas as
rebaixando, mas as encarando como puro objeto sexual. Alguns atrasados (homens
e mulheres) defendem que mulheres são responsáveis por estupro porque se vestem
de maneira provocante. “Coitadinho do estuprador, foi levado à tentação, ela
estava quase nua e ele não aguentou. Quem manda se vestir assim”.
Absurdos como esses parecem piadas de mau gosto, mas não
são, há quem pense assim.
Para nossa classe de “machos dominantes” a coisa não anda
muito boa. Elas estão no poder.
Uma palavra, um berro ou mesmo um olhar atravessado diz
tudo.
E quanto a dividir as contas? Isso é simples. Pelo menos
para quem é razoável.
Homens têm chorado em filmes de romance “água com açúcar”,
tipo: Como eu era antes de você.
Machos têm beijado e
expressado amor e carinho pelos filhos, pais e claro, esposa.
Eles estão se cuidando mais. Apontam para uma atitude de
aproximação.
Nós podemos estar um pouco ou bem mais sensíveis. Deem
espaço, tempo, ouvidos e verão um machão ignorante ou machão disposto a
conversar, se abrir e ouvir.
Mas e elas, o que as mulheres parecem querer?
Elas querem carinho, atenção, beijos, abraços, amassos e
acima de tudo, querem ser ouvidas.
Se passarmos por esse terreno minado sem pisar no lugar errado
é porque tivemos coragem e cuidado. Chegamos ao outro lado e vimos que é
possível olhar de – outro lado e por outro lado.
Opostos, mas num mesmo
terreno, cheio de bombas e com muitas opções de terreno seguro.
Se cheguei ao final desse texto (desse campo delicado) sem
te deixar irritada ou chateada, bravo ou indignado, me disponho a atravessá-lo outra
vez. É um caminho que vale a pena. Senão fica assim:
Elas por eles, eles por
elas e seguimos essa estrada tão perigosa e única.
Nossa convivência!