O silêncio pode ser uma linda canção quando estamos
esgotados pelo estresse e ansiedades do dia a dia. Aquele momento em que todo o
som parece uma bomba. Cada ruído parece à presença de um psicopata querendo
nosso sangue.
Nesses momentos o som do silêncio parece à música que nos
leva ao paraíso.
Mas há situações em que o silêncio pode ser exatamente o
contrário da primeira descrição.
No casamento, por exemplo, o silêncio pode ser aterrador,
destrutivo como uma bomba.
Nas conversas do dia a dia, os bate papos no churrasco entre
amigos e familiares, com colegas de trabalho e escola e até nas filas e
transporte coletivo; tanto o silêncio como as palavras podem ser similares a um
psicopata ou uma bomba, dependendo do que dissermos e do que não falarmos.
Provavelmente gostamos mais de falar do que de ouvir, o que
é compreensível. Falar é tão simples e fácil. Já o – ouvir – é uma arte.
Costumamos criticar ou elogiar, geralmente criticar, aquilo
ou aquele que nos desagrada.
Os que trabalham diretamente com a comunicação sabem que uma
crítica pode vir à velocidade da luz enquanto um elogio se fosse esperado se
aguardaria sentado.
Mas o que elogiar? O que criticar?
Só elogiamos ou criticamos algo que apreciamos ou temos
opinião contrária. Aí entra a grande questão. Vivemos em uma época onde ainda
há pessoas que dizem: “Política, futebol e religião não se discute”. Discutir o
que então? Novelas? Programas de televisão? As escolhas do filho ou filha da
vizinha? O clima? E por que não discutir esses temas? É que para muitos esses
podem ser os mais próximos.
O filósofo brasileiro, Renato Janine, diz em seu livro – O
afeto autoritário: televisão, ética e democracia; que a televisão no Brasil
fornece a pauta para as conversas. Basta ouvir o que as pessoas estão
conversando numa segunda-feira, para saber o que foi falado nos principais
programas de TV nos domingos. Quem não assistiu TV no final de semana
provavelmente não tenha assunto.
E o que de proveito nos passam os programas de domingo?
Nosso jornalismo de maneira geral é feito as pressas. E não
é culpa dos competentes colegas jornalistas. As notícias precisam ser rápidas.
Não há tempo hábil para melhor e mais apurada investigação. É como se tudo
tivesse a mesma importância e ocorresse no mesmo dia e local.
Não basta assistir, ouvir ou ler notícias; precisamos ser
seletivos. Precisamos dar valor à boa leitura, a boas pesquisas, a ouvir
pessoas que entendem do tema em questão. Não podemos querer ser “doutores de
tudo do que nada entendem”.
Como elogiar, questionar e criticar algo sobre o qual quase
nada sabemos?
Há crianças que
expulsam da boca uma chupeta e adultos que aceitam quase tudo de “goela
abaixo”, até em assuntos religiosos.
E os elogios? Mark Twain disse certa vez: “Posso viver dois
meses com apenas um bom elogio”.
Há poucos dias alguém mandou para uma emissora de rádio um
comentário sobre um motorista de ônibus. O ouvinte disse que havia observado o
motorista na Grande Florianópolis aguardar até que uma passageira sentasse e
ajeitasse a criança que estava com ela para dar partida no coletivo. O elogio
da observação do ouvinte rendeu elogios dos comunicadores da emissora de rádio.
Se a decisão for criticar não se acanhe, mas pense: O que
sei sobre o assunto? Quantas vezes já estudei o tema? Com quantos peritos na área
já discuti isso? É o momento? Pretendo discutir a fim de mostrar um ponto de
vista diferente e interessante ou só quero falar mal (xingar) a pessoa ou o
tema?
A verdade é que nem elogiar e nem criticar é algo tão
simples. Porém, ambos são necessários a nossa construção intelectual, emocional
e profissional.
Particularmente tenho notado e publiquei isso faz alguns
dias: “Dar e receber elogios é muito importante, mas uma crítica construtiva
pode nos aperfeiçoar mais do que dez elogios”.
Os dois lados da moeda: Ora seremos elogiados, ora
criticados. Numa ocasião vamos elogiar e em outra criticar.
Quem acredita em tudo
só porque assistiu ou ouviu em rede nacional ou de alguém famoso pode estar
fadado ao bloqueio mental.
Podemos evitar aplaudir qualquer bobagem só porque outros ou
a maioria aplaudiu.
Uma mente aberta e imparcial nos leva a elogiar ou a
criticar, mas pelo menos não ficaremos “mudos, surdos e cegos”, mental e
fisicamente quando se espera a nossa opinião.
Então, após uma boa avaliação de um assunto, elogie ou
critique, mas diga alguma coisa que faça a diferença!
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