Há quem diga: “Poxa, eu falei sem pensar”. Ou: “Ah, eu não
queria ter dito isso”.
Sempre tive dúvidas quanto a isso. Como podem chegar às
palavras em nossa língua, em nossa boca, sem ter primeiro passado pela cabeça,
pelos sentimentos?
Tenho um amigo que no alto dos seus 80 anos de idade e muito
sábio costuma lembrar um ditado: “Somos escravos das nossas palavras e senhores
do nosso silêncio”. Meu amigo, senhor Tufi, faz muito bem em nos presentear com
essa maravilhosa frase de reflexão.
Nunca antes vi tantas “placas” de igrejas, tantos
religiosos, tantos acadêmicos, tantos doutores, e nunca tinha visto tanta
intolerância, preconceito, impaciência. Desde uma fila na sinaleira ou no
supermercado. Ou com pessoas de outra denominação religiosa. E ainda pela cor
da pele ou origem, de outro país ou outro Estado. Quanta raiva, indignação.
A ignorância leva pessoas a agirem de maneira imprópria.
Ignorar o que não conhecem. Não fazer caso e não querer entender o outro lado
da história.
Ouço na CBN que funcionários haitianos são maltratados em
alguns lugares. Quem faz isso tem a audácia de se considerar melhor que eles,
quando na verdade ainda não chegam nem perto de seu caráter.
Se “pinta um quadro” de certas classes de pessoas ou
profissionais e pronto, assunto encerrado.
O interessante é que muitas dessas pessoas que ao contrário
do amar procuram ser tolerantes. Tolerar é bom sim, mas depende do quê. Se
sempre toleramos com a vontade de pular no pescoço do outro é porque não temos
amor, compaixão, empatia.
Muitos celebram em dezembro o nascimento de Cristo. Segundo
estudos e pesquisas Jesus nasceu lá pelo início do mês de outubro. E ainda
assim, como diz outro ditado: “a mão que bate é a mesma que acaricia”. Ou seja,
esses mesmos preconceituosos, racistas, intolerantes, terão a coragem de
festejar fora de época o nascimento de alguém que viveu e demonstrou o amor em
sua plenitude. Beijos e abraços e felicidades serão “disparados a torto e a
direita”, por alguns que não são assim ao longo do ano, ao longo da vida.
Atos de bondade, de amor ao próximo, de respeito, deviam
fazer parte da vida, parte de nós. O Bullyng, as piadas e desrespeito com
pessoas que demonstram fé e amor, o preconceito, já deveria ser trabalhado em
casa, por nós, pais. Caso contrário, aumentará o número dos que se julgam
superiores. Haverá mais pessoas dizendo: “Eu não queria ter dito isso”. Queria
sim. Assuma. Ou então, mude a maneira de encarar a vida, as pessoas. Renovar
nossa maneira de pensar nos dará o maravilhoso som do silêncio quando
necessário e palavras brilhantes que saem de um coração e mente de pessoas que
falam o que pensam de melhor!
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