Há frases que marcam, muito depende de como são
apresentadas. Assistindo uma palestra há poucos dias fiquei meditando em uma em
especial. O orador disse em certo momento: “Tempo não podemos guardar para usar
mais tarde, diferente do dinheiro o tempo tem que ser bem usado e agora”.
Gostei e meditei. “Tempo bem usado, agora”. Dinheiro, que é
difícil de guardar, é importante. De um jeito ou de outro por uma necessidade
especial ou algo simplesmente desejável o dinheiro estará lá, guardado.
Já o tempo pode revelar-se mais valioso do que o dinheiro.
Como? Sem tempo quem ganha dinheiro? Sem tempo quem usufrui o dinheiro. Sem
tempo o que fazemos?
Então vale poupar o tempo? Poupar tempo pode ser útil sim.
Não guardando ele para ser usado lá futuro o qual nem sabemos se estaremos
aqui. Poupar tempo por saber usá-lo com sabedoria – a arte de usar bem os
conhecimentos adquiridos.
Poupar significa: gastar moderadamente, economizar, etc.
Como fazer isso com o tempo? Se gastar dinheiro
moderadamente e economizar já é um desafio, imagine então o tempo.
Há o tempo que perdemos e existe o tempo que investimos.
Perdemos tempo com a imobilidade, horas no trânsito, em qualquer hora e quase
todos os lugares. E sem esperanças de que alguém dedique tempo e dinheiro a
resolver isso. Será que haveria como aproveitar esse tempo no trânsito,
angustiante e persistente? Talvez ouvindo algo realmente significativo como um
curso, boas músicas ou qualquer outra coisa que possa amenizar essas horas
perdidas?
Perde-se tempo, apesar de ser algo muito pessoal, em coisas
desnecessárias nas redes sociais.
Com frequência ouço: “Meu Deus, quanta bobagem postam aqui”.
Mas postam porque terá alguém desocupado ou “aproveitando” seu tempo livre
assistindo ou lendo tais bobagens.
O bom é que o tempo pode ser investido em vez de perdido.
Pode ser dedicado no lugar de mal usado. Se eu tivesse hoje 80 anos de idade
talvez pensasse em como poderia ter usado melhor meu tempo. Quantas outras
coisas poderia ter feito. Quantas pessoas poderia ter visitado, quantos poderia
ter abraçado e falado o quanto os amava.
Se soubesse ter uma doença terminal pensaria com quantas
coisas sem valor perdi o sono. Com quantas pessoas perdi contato por correr
atrás do vento. Por que deixei de perdoar pessoas que me fizeram o mínimo de
mal, ainda que não fosse o mínimo.
Tempo, já ouvimos isso. O ontem já foi. O amanhã ainda virá,
será? Não para todos. Mas o hoje é chamado maravilhosamente de - presente. Se
tivermos ou 80 anos ou uma doença terminal ainda haveria algum tempo. Mas se
estivermos razoavelmente bem que tal pensar: O que farei com meu tempo, vou
usufruí-lo agora e da melhor maneira ou “guardá-lo” para o futuro?