Esse doce fez parte da infância de muitos de nós. Mas houve
uma que serviu como importante lição de sabedoria.
Lembramos a frase: “Difícil não é ser bom, o desafio é ser
justo”.
Quando falamos em justiça podemos lembrar a palavra -
sabedoria.
A palavra sabedoria é muitas vezes mal interpretada.
Confunde-se com a palavra inteligência. Quando estudamos a fundo essas palavras
notamos que há inteligentes que não demonstram sabedoria e raramente há um
sábio que não seja inteligente. Por quê? Conhecimentos nos deixam inteligentes
e inteligentes buscam mais conhecimentos; isso produz pessoas que fazem a
diferença na sociedade. Mas, e os sábios?
Muitas vezes se fala na “sabedoria popular”, no
“conhecimento dos antigos”. Vamos juntos a duas breves histórias sobre
sabedoria.
Duas mulheres pedem aos prantos uma audiência com um rei. As
duas são mães. Uma tem nos braços um filho morto e outra um filho vivo. A que
está com o filho morto diz que o bebê vivo é seu. Diz que assim que o viu ao
acordar percebeu que não era o seu filho.
Um dos bebês morrera durante a noite e poderia ter havido
uma proposital troca dos bebês.
O rei, depois de ouvir as queixas das duas mães faz uma
reflexão em alta voz:
Esta diz: “O meu filho é o que está vivo, o morto é o dela.
A outra diz, não, o meu filho é o que está vivo, o seu está morto”. O rei diz:
“Tragam uma espada e cortem a criança ao meio e deem metade a cada uma”.
A mulher cujo filho era o vivo, movida por compaixão, disse:
“Não façam isso, por favor. Não tirem a vida da criança, que fique com ela”. A
outra mulher fala: “Cortem mesmo, não será nem meu nem dela. O rei disse com
convicção: “Entreguem o bebê a primeira mulher”. Ela é a mãe verdadeira, pois
jamais deixaria que matassem seu filho”. A história ocorreu há milhares de anos
e correu o mundo. A sabedoria de Salomão. Sabedoria segundo a Bíblia dada por
Deus. O relato mostra que quando Salomão iria se tornar rei poderia pedir
qualquer coisa a Deus. Em vez de glória, poder ou bens materiais ele pediu
sabedoria para cuidar bem do povo.
E a Maria mole? Ouvindo nosso querido comunicador, Mário
Motta, em seu programa na CBN, eu e todos os seus ouvintes fomos agraciados por
essa breve e sábia história real.
Mário contou o que seu pai, o saudoso, Motinha fazia para
ensinar justiça, sabedoria e bom senso para ele e seu irmão, Gilberto, usando
uma Maria mole.
Cabia ao irmão do Mário, Gilberto, cortar o doce ao meio.
Tinha que ser justo e cauteloso ao cortar a Maria mole. Por quê? Seu Motinha
dizia que Gilberto cortaria o doce e o Mário escolheria seu pedaço. Que lição
de sabedoria prática. Valores incutidos na infância podem permanecer para
sempre construindo homens e mulheres éticos. Não é por acaso que o Mário me
disse numa entrevista: “Crescer é ficar maior; evoluir é ficar melhor”. Seu
Motinha tinha e ensinava sabedoria.
É bom ouvir e contar histórias assim. Mas podemos adquirir
sabedoria. Como? Através dos nossos conhecimentos procurarmos ser pessoas
decentes, honestas, éticas, justas; dar exemplo digno de ser seguido. Em
momentos difíceis não ver apenas o nosso lado. Entender que às vezes tanto nós
quanto aqueles a quem amamos estão errados. Isso envolve ser imparciais, não
“botar a mão na cabeça” só porque se trata de nosso filho, nosso interesse,
nossa vantagem. Sabedoria se conquista com atenta observação, meditação e
também com estudos.
E como se identifica
um sábio? Uma maneira fácil de identificar um sábio é por sua modéstia e
humildade, duas qualidades diferentes e importantes. O sábio jamais se julga
sábio por ser humilde e reconhece que não pode fazer tudo porque é modesto; por
isso é sábio.
Desde os tempos de Salomão e até os dias do seu Motinha
podemos aprender a sabedoria. Pessoas sábias usam qualquer recurso para
ensinar, do fio de uma espada a uma Maria mole, o que vale é a lição!