quarta-feira, 7 de junho de 2017

Mãos ao alto, Bela Vista!

Quem sabe se essa frase ainda é usada pelos bandidos; inúmeras outras expressões podem ser usadas, e nada mudará a sensação de impotência, de frustração, decepção, raiva; um desejo por justiça, mas onde ela está?
 
Moradores de todo e qualquer bairro que passe pela crescente violência não fique se perguntando o motivo do nome: Bela Vista. É apenas porque escrevo essa coluna a partir do bairro onde moro desde que nasci, há 44 anos.
 
Se antes ouvíamos relatos de casos de violência do eixo - Rio de Janeira e São Paulo, já não é novidade que ela chegou na Grande Florianópolis; e pior do que isso, é difícil quem não passou por um ato de violência/roubo/assalto, ou não conheça alguém que tenha passado.
 
Como se não bastasse uma crise ética, moral, política e econômica a população ainda passa por uma onda de crimes entre assassinatos, estupros, furtos e muitos, muitos casos de assaltos a mão armada.
 
Passei por isso há pouco mais de dois anos, na ocasião estava o meu filho caçula que tinha 15 anos. Estávamos comprando cachorro quente. Pai e filho que trabalhavam duro, a noite, foram roubados e humilhados. O filho, um adolescente que devia ter a idade do meu, após o assalto se ajoelhou para juntar as moedas que o ladrão havia deixado cair. Não é humilhante?
 
E eu? Já estava com a carteira na mão e a altura do rosto quanto começou o assalto. Lembro que havia 90 reais na minha carteira; uma de 50 e duas de 20 reais. Por incrível que pareça, lógico que não foi por coragem ou ousadia; apenas fiquei pensando: “Estamos em dezembro, um mês de muita correria no trabalho, parar para refazer os documentos, entregar na mão dele, se ele quiser ele que pegue, não vou dar na sua mão. E se eu disser para ele deixar pelo menos o dinheiro para pagar nosso lanche, será que o ladrão vai ficar irritado? Meu filho está tranquilo. E se eu tentar desarmá-lo?”
 
Sério, tudo isso passou pela minha cabeça em segundos. Por isso não critico quem reage. Passei a entender que quem reage não o faz de maneira consciente, pelo menos não em todos os casos, é um lapso; não fomos e não somos e nem deveríamos estar preparados para isso. Quem bom que não reagi. Também não entreguei a carteira. Mantive meus 90 reais e meus documentos numa calmaria de dar medo.
 
Certo dia, um especialista em Segurança Pública, na melhor das intenções, dava conselhos no programa da Fátima Bernardes de como agir ao ser assaltado. Isso mesmo: Dicas e orientações sobre o que fazer e o que não fazer na hora de um assalto. Claro que visa nossa segurança, mas é rídiculo que tudo que o Estado tenha para oferecer seja isso.
 
Ou será que há mais? Na comunicação podemos fazer algo? Pessoas são assaltadas em pontos de ônibus antes de ir para um duro dia de trabalho. Outros são assaltados à luz do dia ou nas ruas ou em seus comércios. E ainda outros ao fecharem suas lojas ou ao chegarem em casa.
 
Importante lembrar que a polícia Militar tem feito seu trabalho. É comum policiais ficarem por mais de 4 horas numa delegacia para efetuar uma prisão de um bandido que será solto no máximo no dia seguinte.
 
São José costuma ter uma média de 4 viaturas circulando (muitas vezes menos) quando segundo estudiosos deveria ter 60. E quando dois policiais ficam mais de 4 horas para efetuar uma prisão é uma viatura a menos.
 
Por ora é isso, só isso; dizer para tomar cuidado.
 
Em todo caso já estamos com a sensação de - mãos ao alto!

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