Quem já sentiu a necessidade de encontrar alguém para
compartilhar a vida, namorado ou namorada, esposa ou marido, talvez tenha
pensado em encontrar a “outra metade da laranja”.
O que esperamos com a “outra metade da laranja”? Encontrar
alguém que combina muito conosco, alguém diferente para nos completar?
Como deve ser viver com alguém que tem os mesmos gostos,
desejos, manias, ambições, medos e outras coisas muito parecidas?
E como deve ser compartilhar a vida com alguém com
diferentes gostos, opiniões, desejos e medos?
Amizades não costumamos idealizar. Conhecemos alguém e
dependendo da “afinidade” nos tornamos amigos ou não. Ainda assim é comum
discordarmos em algumas coisas e opiniões de nossos amigos.
Casar com alguém muito parecido pode fazer com que ambos
queiram seguir “os mesmos caminhos” e falte alguém para colocar um “freio”,
para não agirmos por impulso em situações em que seria necessário um ponto de
equilíbrio.
Um é muito ousado, “mete a cara” e pronto, não tem receio de
que suas decisões deem errado. Pode até parecer um tanto irresponsável, ou é
simplesmente ousado.
Alguém que pense diferente pode completar uma relação de
maneira especial.
Ter como parceiro na vida e da vida alguém que pare e pense
e que ajude a avaliar melhor as decisões sem precipitações deve ser bom.
Deve ser também complicado alguém muito melindroso, aquele
ou aquela que acha que nada nunca vai dar certo e costuma ser um “freio de mão
sempre puxado”.
Entre as “duas metades da laranja” que completam uma relação
a “outra metade” pode ser parecida ou diferente.
Ser parecidos deve ter benefícios ou vantagens e desafios.
Ser diferentes também.
A poesia na música de Peninha: Matemática; aborda uma
relação “da outra metade da laranja” quando ela é diferente e feliz. A essência da canção diz:
"Você ama matemática
eu adoro português, me arrependo do que fiz e você do que não fez, eu preciso
de silêncio e você de multidão, dois jeitos de ser, um só coração; é, e é por
tudo isso que está dando certo, melhor coisa do mundo é ter você por perto... sou
a pessoa mais amada da cidade”.
Então sempre que ouvirmos um amigo ou amiga se queixando do
marido ou da esposa, de que ele faz e pensa assim, ela diz e pensa diferente, é
a “outra metade da laranja” se expressando.
O problema, se é que há problema, talvez seja não termos
percebido que essas “diferenças” podem justamente ser a essência, a elegância e
a segurança de uma boa relação.
Sugar o melhor dessa “laranja” pode ser bem mais saboroso se
valorizado em vez de criticado.
Saborear essa “diferença” pode nos ensinar em vez de nos
irritar.
Aprender e compartilhar com essa “metade da laranja” nos
fará vê-la como inteira, afinal de contas quando a conhecemos já éramos
inteiros, talvez apenas não tivéssemos percebido e só percebemos graças a essas
maravilhosas diferenças.
Dois jeitos de ser não precisa impedir de unir e de amar!
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