Era uma bela manhã de terça-feira e vários amigos estavam
reunidos na barbearia.
Três clientes mais o barbeiro. As idades variavam entre 40 e
65 anos.
Todos estavam na expectativa pela chegada de Renato.
Tudo começara na
sexta-feira anterior. As conversas sobre a saúde do homem, doenças, morte e
falta de cuidados permeavam o diálogo que durou horas. E toda essa conversa
porque Renato faria o exame de toque retal na segunda-feira.
Eletroencefalograma, ressonância, Raios-X (antiga chapa),
tirar sangue, mas toque retal?
O Claudio disse que o PSA é o suficiente. O Artur comentou
que o importante é saber se há casos na família. O barbeiro disse que os
médicos hora falam em fazer o exame aos 50 e outros aos 45 anos e fica na
dúvida.
Com a ajuda da internet
dentro da barbearia verificaram que a idade indicada é aos 50 anos e aos 45
quando há histórico familiar. Mas como seria o exame? O barbeiro buscou mais
informações.
Um conjunto de sentimentos tomou conta dos 5 homens que partiram
para uma boa pesquisa.
Primeiro: O que é a
próstata? É uma glândula que apenas os homens possuem. É pequena e tem a forma
de uma maça. Fica na parte baixa do abdômen, abaixo da bexiga e a frente do
reto.
Segundo: Os espantosos dados e as estatísticas. O INCA
(Instituto Nacional do Câncer) informa que em 2016 são previstos cerca de
61.200 novos casos de câncer de próstata.
No Brasil os homens morrem 8 anos mais cedo que as mulheres
pela falta de prevenção.
E apesar de todas as campanhas e incentivos apenas 32% dos
homens fazem o exame. Mulheres, esposas e parceiras costumam encorajar os
homens a fazer o exame.
O vice-diretor-geral do Inca, Luiz Felipe Ribeiro, diz que:
a prevenção do câncer deve ser um tema que mobilize não apenas o governo, mas
também toda a sociedade: “Esse desafio é da população brasileira como um todo.
Cabe a cada cidadão fazer o seu papel para que a gente possa reverter esses
quadros”.
Terceiro: Por que tantos homens têm receio do exame?
Especialistas informam que o homem tem medo de ser penetrado. Penetrado, essa
palavra fez Claudio levantar para tomar água. Artur pede um café. Jorge respira
fundo. O barbeiro liga o rádio e está tocando uma música do Elton John.
Os psicólogos e especialistas na área esclarecem que a
região anal é imensamente estimulante, ou seja, há muitas terminações nervosas
que provocam prazer. E quando se trata de qualquer coisa ligada à sexualidade é
comum homens e mulheres terem receio.
Ninguém poderia ler os pensamentos daqueles 5 homens,
principalmente de Renato que faria o exame na segunda-feira. Ficou combinado um
encontro entre eles ali na barbearia na terça-feira, logo cedo.
Que expectativa. O
Renato seria o primeiro e dependendo do seu relato os outros 4 amigos tratariam
logo de fazer o exame, ou não.
O dia havia chegado.
Ao entrar no consultório Renato olha para o médico. Ele parece simpático, o que
para a ocasião não quer dizer muito. Ou não. O doutor diz:
- Bom dia, seu Renato. Então, o senhor está com 48 anos e
não tem casos de câncer de próstata na família. Bem, vamos ao exame.
Renato faz alguns breves cálculos. O médico aparenta ter uns
40 anos. Cerca de 1,8m de altura.
Cabelos pretos, olhos verdes e parece gostar
de malhar. Renato acha estúpida aquela sua avaliação, mas era quase
involuntária.
O médico disse:
- Por favor, seu Renato, baixe a
calça e incline-se sobre a maca. Procure relaxar. Tomou o laxante que foi
indicado? Então, seu Renato, será um exame bastante rápido. No máximo 1 minuto.
Enquanto mais o senhor estiver relaxado, melhor.
Renato sai do consultório entra
em seu carro e vai para sua casa. Comenta com sua esposa como tudo correu bem.
Na terça-feira Renato se aproxima
da barbearia e os amigos comentam:
- Vejam, é o Renato. Será que ele
fez?
Renato entra rindo na barbearia e
diz:
- Bom dia, pessoal. Como estão?
Que dia bonito, hein.
- Você não fez o exame? – Pergunta
Artur.
- Claro que fiz. Por que não
faria? E tem mais. Já deixei agendada a próxima consulta. Na verdade minha
esposa vai me lembrar.
- E como foi? – Pergunta Claudio.
- Tranquilo. Um médico atencioso,
um exame rápido e principalmente, essencial a nossa saúde. Tive uma conversa
com o médico após o exame e fiquei muito impressionado.
- Impressionado com o quê? –
Pergunta o barbeiro.
- Com a importância do exame.
Como somos cabeça dura por isso. Tão simples e pode salvar vidas.
O doutor me
deu os parabéns e eu perguntei o motivo do seu elogio.
- E o que ele disse? – Perguntou
o curioso, Artur:
- Ele disse que se seu pai
tivesse feito o exame até os 50 anos com certeza não teria morrido tão cedo.
Disse que quando o pai descobriu o câncer já estava evoluído. O doutor me disse
que tinha apenas 18 anos quando perdera seu pai, que tinha 56 anos quando morreu.
E foi por isso que escolheu a medicina e a urologia.
Naquele mesmo dia os 4 amigos de
Renato marcaram suas consultas e combinaram que contariam para o maior número
de pessoas possíveis. Diriam abertamente nos bares, festas em família e ali na
barbearia. Combinaram que falariam sobre os índices de câncer de próstata, de
quantas pessoas poderiam ser salvas se fizessem o exame. A própria história do
médico.
Artur perguntou:
- E quanto aquele lance das
possíveis sensações, aquela coisa da região sensível, enfim, o que vamos dizer?
Vamos nos apegar a importância do
exame e que ele pode salvar vidas – Respondeu Claudio.
Todos concordaram. O mais
importante é a prevenção. Além do mais – é só um toque!
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