Logo que chegamos a um restaurante recebemos um cardápio.
Nossos olhos percorrem vertical ou horizontalmente em busca ao que nos agrade,
atenda aos nossos desejos, apetite e bolso. As possibilidades costumam ser
variadas e os gostos também variam; agora é fazer o pedido e aguardar. Há
também um “cardápio - ético e moral”; esse também nos dá escolhas, mas até que
ponto?
O cardápio ético-moral nos traz muitas possibilidades, entre
elas, ser honesto, trabalhador, procurar ser justo, bem educado, gentil, simpático,
empático, estudioso, bom ouvinte, respeitar o próximo e muito mais.
Um cardápio vem sendo colocado nas mãos do povo; há
escolhas, possibilidades de mudanças, de progresso, mas quão extenso e
verdadeiro é esse cardápio?
Nas primeiras eleições diretas pós-ditadura, em 1989, mais
de 70 milhões de brasileiros usando o cardápio oferecido foram às urnas e
fizeram o seu “pedido”.
Nos últimos 28 anos houve 7 eleições; 4 presidentes
diferentes foram eleitos e seus conhecidos nomes dispensam apresentações.
Nesses cardápios o que havia de diferente? O que havia de
igual?
Na maior parte houve certa “indigestão”. Por quê?
Vivemos numa época onde algumas frases que causam
“indigestão e enjoos” estão se tornando comuns. O cidadão lê ou diz: “Ele
rouba, mas faz”.
Ou ainda: “Entre tantos, o fulano parece ser o menos pior”.
E também: “Eu até votaria no candidato 1, mas as pesquisas apontavam para o 2,
então, pra que desperdiçar meu voto no 1?”
Alguém poderia apontar a culpa para quem oferece o
deficiente cardápio, outros, para quem o aceita. Quando há possibilidade de
escolher um restaurante com especialidade em carnes, massas ou frutos do mar,
ainda assim o cardápio costuma dar muitas boas opções; o que não ocorre com o
cardápio político onde a ética e a moral deveriam ser “as especialidades da
casa”.
A população passou a ter um certo apreço quando um
assaltante não usa de violência; o roubo ficou em segundo plano, pelo menos o
bandido não atirou e ninguém se machucou.
Até quando ocorre um bom atendimento por um funcionário
público ou de alguma empresa; qualquer gesto de delicadeza, de prontidão, de
boa vontade; diante gestos que deveriam ser a regra ficamos maravilhados por
sua raridade.
Será que vamos criar filhos e nossos filhos seus filhos com
esse cardápio? O menos pior… O que rouba menos… O que rouba, mas faz.
A imprensa pode colaborar mostrando que há opções, mas há? O
jornalismo ora criticado ora elogiado tem por uma de suas finalidades - a
verdade. Verdade pra quem?
Não é novidade que a imprensa não é tão livre o quanto
alguns pensam. Crer que é verdade porque “deu no jornal” é muita inocência ou
talvez incoerência.
Já estamos nesse imenso “restaurante” com seus “garçons” nos
entregando aquele cardápio de sempre; com poucas e péssimas opções. Enquanto
alguns se retiram outros creem e permanecem.
Será que há como dizer ao “garçom”, “por favor, me traga
outro cardápio, já vi esse dezenas de vezes e é horrível.
Se o cardápio for sempre o mesmo logo ficaremos viciados, dependentes,
ou então fecharemos o “menu” e buscaremos alimentar a mente com ética, moral e a verdade.
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