quinta-feira, 23 de junho de 2011

Olhe com quem está falando

Se quem vê cara não vê coração; não vê a função, não vê a profissão e acaba metendo os pés pelas mãos. Um foi o Otávio. Ele trabalha numa grande rede de supermercados de Santa Catarina. Ele é um rapaz humilde, mas como seu pai era agora supervisor numa das áreas do grande supermercado pensou que teria regalias ali. Deu até para sentir-se um tanto orgulhoso e poderoso. Até o dia em que um rapaz mais jovem com roupas simples e um jeito modesto se aproximou de Otávio que estava abaixado arrumando alguns itens. O jovem modesto abaixou-se também e bondosamente perguntou:
-Bom dia! Quem é você?- Otávio levantou-se, esfregou as mãos e disse:
-Sou Otávio. Filho do supervisor- e com tom ousado perguntou:
-E você, quem é?
-Muito prazer, sou Artur, filho do dono da rede de supermercados.
Já seu Valdemar foi visitar o filho. Na delegacia. Com mais de setenta anos e muita simpatia entrou e logo disse:
-Bom dia meus amigos!- Não ouviu respostas. Em uma porta estava escrito “Entre sem bater”, e foi só por isso que seu Valdemar entrou. Dentro da sala ouviu uma bronca:
-Como é que senhor vai entrando assim?- Com a calma e simpatia que lhe são comuns, disse:
-Ali diz, entre sem bater. E além do mais aqui me sinto em casa-
-Mas aqui não é sua casa!-
Desculpe, quero falar com meu filho-
-Não é assim pra falar com presos- Seu Valdemar sorriu e disse:
-Por gentileza, diga ao delegado, fulano de tal (na ocasião chefe da DEIC) que o pai dele está aqui-
-O senhor, desculpe, não podia imaginar. Sente por favor. Quer água, ou café?

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