segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O jornal

Seu Amauri e seu João gostam de um bom bailão. Certa noite a namorada de seu João disse que estava indisposta, queria ficar em casa. Seu João disse que também iria para casa assistir um faroeste. Ele não resistiu. Com seus 78 anos foi sozinho a um clube. Lá seu João encontrou o amigo Amauri, de 70 anos. Durante o baile seu João não se contentou em ficar sentado. Dançou até as pernas quase doerem. Entre um rodopio e outro ele vê um pessoal da imprensa chegando, era uma equipe de um conhecido jornal. Seu João tentou arrastar a parceira mais pra lá e depois mais pra cá, tudo para escapar das fotografias. Logo a jornalista aproximou-se dele e o entrevistou. Ele disse que não gostaria de aparecer em fotos de jornal, argumentou que é muito tímido. Dois dias depois, já com a namorada, seu João caminha pelas ruas do bairro onde mora. No ponto de ônibus está seu Amauri. Seu João apenas acena para ele, mas seu Amauri fala alto:
- O João, já viu o jornal de hoje? Olhe a capa do jornal de hoje.
A namorada de seu João pergunta:
- Quem é ele? Do que ele está falando?
Seu João olha para Márcia e diz:
- Esse é um louquinho aqui do bairro. Não fala coisa com coisa. Deixa pra lá.
Márcia acaba deixando pra lá mesmo. Ao entrarem num supermercado Márcia diz a seu João que vai comprar o jornal. Seu João gira a cabeça e vê os jornais e aponta dizendo que está ali. Ele a acompanha e ao chegar perto vê sua foto bem na capa. Ele fica nervoso e apenas consegue ler alguma coisa do tipo “bailes animam idosos”, e lá está ele dançando com uma mulher. Ele sente o coração quase saltar pela boca. Márcia caminha distraída e não observa a capa do jornal. Seu João arrisca falar:
- Ah mulher não vamos comprar jornal não. Só tem notícias ruins – E já foi virando Márcia para outro lado. Ela diz que quer o jornal. Ele diz:
- Ta bom, ta bom, depois eu pego pra você. Deixa eu ver essa promoção de coca-cola.
Seu João faz mais compras do que pretendia e consegue fazer com que Márcia esqueça o jornal. Na volta seu Amauri ainda estava no ponto, seu ônibus só passa a cada 40 minutos. Seu João atravessa a rua e Márcia pergunta por que atravessar aqui se já vão ter que virar ali outra vez. Seu João caminha meio encolhido com vontade de acertar o nariz de seu Amauri, mas não quer que Márcia passe perto dele. Seu Amauri avista o casal e grita do outro lado da rua:
- E aí, compraram o jornal? Márcia coloca a mão na cabeça e diz:
- Que droga João, acabei esquecendo o jornal. Esse teu amigo pode ser louquinho, mas gosta de jornal, gosta de informação. Quero conhecê-lo.

Responsabilidade ou irresponsabilidade

Quem fiscaliza a pessoa que irá alugar um imóvel? Até onde vai a responsabilidade do proprietário? Muita gente boa aluga um imóvel, mas bandidos também têm alugado. A população, ou seja, nós os vizinhos somos colocados em risco. É preciso acontecer uma tragédia para depois tocarem no assunto?

Seu “Manual”

- Seu Manual, esta frase está certa? Se ela reouver os bens roubados, poderá nos ajudar a pagar as dívidas.
- É isso mesmo. Reouver e não reaver.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Amanhã

Que dia é hoje? Quando falamos que vamos deixar para resolver algo amanhã pode ser o dia seguinte ou uma forma de dizer futuramente. Há o velho ditado “não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”. Embora haja também aqueles que dizem com tranquilidade “ah, deixa isso pra depois”. Nem sempre é prático deixar as coisas para “amanhã”. Um pedido de desculpas. Um, eu te amo. Até um, muito obrigado, amanhã pode ser tarde demais. No último sábado de setembro estive numa bela festa de casamento numa churrascaria aqui em São José. Entre os animados bate-papos, bebidas e boa comida tornou-se notório o comportamento de dois homens. Um deles com cerca de 43 anos, o outro, de cabelos totalmente brancos na casa dos 70. O mais jovem que era o pai do noivo aproximou-se do mais velho, pegou em sua mão e a beijou. Em seguida beijou seu rosto e por alguns instantes manteve a cabeça desse senhor encostada em seu peito enquanto acariciava seu rosto. Pai e filho numa demonstração de carinho. Minutos depois, minha esposa e eu elogiamos sua atitude. O belo gesto de carinho era discreto, mas tocante. Trinta dias se passaram e recebemos a notícia da repentina morte do pai, um infarto. A imagem que nos veio à mente era aquela. Pai e filho numa bela demonstração de carinho.
Sabemos que os dias continuam com as mesmas 24 horas de sempre. Os anos continuam com 365 dias e o mesmo período de duração. Por que a impressão de que está passando tão rápido, muitos se perguntam. Essa louca “correria” do dia-a-dia pode ser uma armadilha. Armadilha de nos tirar não a liberdade, mas de nos prender em um sentimento de “por que não passei mais tempo com ele ou ela”, “por que não a visitei”, ‘por que não disse aquilo que seria tão importante”? Parece que quando se trata de nossos mais importantes relacionamentos “amanhã” pode ser tarde demais. Que dia é hoje? É dia de fazer o que tem de ser feito e dizer o que tem de ser dito. É dia de calar-se diante do que não é importante e demonstrar os melhores sentimentos. O presente é hoje. Amanhã é um talvez. Aquele último sábado de setembro foi a última oportunidade de pai e filho demonstrarem o que sentiam. Que bom que aquele filho não deixou a demonstração de seus sentimentos para um “amanhã”.

Seu “Manual”

- Seu Manual qual é a diferença entre caçar e cassar?
- Veja só meu jovem. Caçar é quando significa procurar. Como caçar um animal.
Cassar significa anular. O congresso cassou o mandato de três senadores.
- Ficou claro. Obrigado Seu Manual.

Não

Pode ser difícil dizer não. Em algumas situações parece quase impossível. Mas saber dizer não sempre que necessário pode evitar problemas e dores de cabeça. Para quem diz não dói na hora, mas pode evitar dores no futuro e até manter uma amizade.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Os olhos do filho

Eusébio sonhava conhecer o Pantanal Matogrossense. Fazia contas sobre quando poderia juntar dinheiro e fazer a tão esperada viagem. Recém casado e ainda sem filhos, Eusébio estava num bar depois de um dia de serviço bebendo com um amigo. Uma briga começa. Eusébio, na intenção de ajudar a apaziguar a briga aproxima-se. Depois de argumentar sem sucesso aproxima-se demais da espingarda de um dos homens. Um tiro é disparado. Partes do chumbo atingem os olhos de Eusébio que é levado ao hospital. Horas depois ele é informado pelo médico que ficou cego. Com certeza irreversível. Eusébio desespera-se. Semanas depois a notícia da esposa. “Estou grávida”. A emoção no dia do parto fora especial. Pegar o pequeno Julio no colo, sentir seu cheiro, ouvir seu choro, sentir o bebê acalmar-se em seu colo de pai era tão emocionante quanto angustiante o fato de não ver seu rosto. Ao seu lado Julio cresceu. Sempre apegado, sempre companheiro. Eusébio sentia-se orgulhoso em passear com o filho nas manhãs de sábado. Guiava-o com alegria muito embora por vezes o filho lhe apontasse uma pedra no caminho. As pedras no caminho de Eusébio não eram apenas aquelas das quais facilmente desviamos ou chutamos. A vida de um homem cego assim como a de um que enxerga encontra muitas pedras. Por vezes os deficientes visuais enxergam pedras e caminhos despercebidos pelos que pensam ter boa visão. Aos 45 anos de idade Eusébio já tinha o suficiente para a tão sonhada viagem ao Pantanal. Julio com 18 anos acompanhou o pai em seu sonho. Sonho agora real.
Dias depois, dentro de um salão, Eusébio conta com detalhes sobre sua viagem. Alguém com olhos bem atentos pergunta a Eusébio:
- Desculpe amigo. Mas o senhor é cego. Como sabe de tudo isso?
Eusébio riu e acomodou-se na cadeira de espera. Com os olhos fechados disse:
- Meu filho estava comigo. Me falou sobre as árvores. Contou das aves, aliás, um número quase incontável delas. Falou sobre as pessoas a beira dos rios e dos jacarés que ali estavam. Das árvores e folhas que raspavam em nossas cabeças. Via naquele momento tudo que havia sonhado. Cada detalhe meu filho confirmava e acrescentava. Aquele lugar é mais lindo do que eu imaginava –
Eusébio contou tantos detalhes que mais de 5 pessoas que ouviam viajaram por alguns minutos até o Pantanal. Eusébio falou:
- Meus sonhos se realizaram. Meu filho e a viagem ao Pantanal. Vi de perto o Pantanal com os olhos de meu filho.

Seu “Manual”

- Seu Manual, me disseram que não preciso escrever “até porque”.
- É isso mesmo meu jovem. Escreva porque em uma única palavra. Equivale a mesmo porque.
- Entendi!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Consolo cruel

Denis encontrou o amigo Zé pra lá de desanimado. Preocupado, Denis perguntou o motivo de tanta tristeza. Zé, de cabeça baixa, disse que mais uma moça o tinha rejeitado. Denis disse:
- Deixa pra lá rapaz. Ela é que saiu perdendo – Denis sabia que a tal moça talvez tivesse rejeitado Zé por ele ser do tipo desprovido de qualquer tipo de beleza. Mas ele é um cara legal. Por que ninguém valoriza isso, pensava Denis. Para piorar, Zé olha para Denis e diz:
- Eu sei Denis.
- Sei o que? - pergunta Denis?
- Sei que sou muito feio. Nunca uma mulher vai gostar de mim – diz Zé.
Denis pensa em animá-lo e lhe fala em tom animado:
- Zé, sabe que você me lembra um famoso ator norte-americano. Um galã – Zé abre um leve sorriso e pergunta:
- É mesmo Denis? Com que galã eu pareço?
- Você é a cara, é idêntico ao Reck Peck Teck Meck Brow. Muito famoso nos anos 70.
Zé levanta-se. Ajeita o casaco e sai animado repetindo o nome Reck Peck Teck Meck Brow. Sai feliz e consolado, pensando ser a cara do tal galã.
Denis só torce para que ele nunca pesquise na internet sobre Reck Peck Teck Meck Brow, porque esse cara nunca existiu. O pai de Denis é que havia inventado esse nome.

Seu “Manual”

- O seu Manual, como eu posso saber quando usar “onde e aonde”?
- Veja meu jovem. Use onde com verbos que não indicam movimento. O lugar em que. Exemplo: Onde está o presente que ela comprou para você?
Use aonde com verbos que indicam movimento. A que lugar. Exemplo: Aonde quer que você vá, estaremos com você. Entendeu?
- Claro que sim. Obrigado.

Frase

Ouvi de uma cliente de minha esposa: “Procuro ser para minha nora a sogra que eu gostaria de ter”.

Histórias de Pelé

Em entrevista a Jô Soares, Pelé falou sobre suas viagens com colegas de futebol. Pelé, diz:
- Quando estava na Suécia, eu e o Mané Garrincha fomos comprar um rádio de pilha que não tinha no Brasil na época. Na hora de testar o aparelho para ver a potência do som, Garrincha disse que não levaria o rádio, porque não entendia nada do que ele estava falando.

Diretores e professores

O romance Um sonho de menino com certeza chamará a atenção de muitas crianças e adolescentes que convivem com pai ou mãe alcoolista. Uma lição de paciência e esperança.

Um sonho de menino

Convido os leitores do SJ FOCO a conhecerem meu novo livro – Um sonho de menino.
Lançado no último dia 31 de outubro, o livro traz a história de um homem que acorda certa noite com um sonho perturbador. No sonho Otávio vê seu pai alcoolizado. Ele passa então a narrar desde seus 4 anos quando descobriu o pai alcoolista. O pequeno Tavinho divide seus sonhos de criança, de adolescente e de um jovem adulto com um sonho maior, a cura do pai. Baseado em fatos reais o livro nos leva a uma viagem ao lar de muitas famílias de alcoolistas, suas angústias, ansiedades, decepções e acima de tudo, esperança. O livro Um sonho de menino está disponível na livraria Nobel shopping Center Itaguaçú, livraria Catarinense, ou se preferir ligue: 3346-8801 – 8828-8494

domingo, 13 de novembro de 2011

Se não puder não convide

Por que às vezes falamos sim quando a vontade é dizer não ou dizemos não quando a vontade é dizer sim? Há pessoas que com facilidade dizem sempre o que pensam, seja o sim ou não. Seria coisa de gente indecisa? Ou seria o medo de desagradar? Seja como for errar no sim ou no não tem suas consequências. Assumir responsabilidades quando não podemos pode atrapalhar também a outras pessoas. Quando trabalhava como vendedor de purificadores de água passei por épocas de “vacas magras”. Num daqueles dias que tinha apenas o dinheiro da passagem de ônibus e para o almoço fiz algo que não deveria. Eu estava num ponto de vendas próximo a um restaurante. Por volta das 10:00h da manhã senti um cheiro irresistível de camarão. Fui rapidamente até o restaurante e perguntei que prato era aquele: “Bobó de camarão”, disse o funcionário.
Conferi o preço e em seguida abri a carteira. Havia ali o exato valor do cheiroso prato do dia. Minha esposa, na época minha namorada, trabalhava ali perto e costumava almoçar em casa. Eu a convidava para almoçar comigo e ela sempre, sempre, agradecia e ia almoçar em sua casa. (Há quase vinte anos era possível sair do Centro ao meio dia, almoçar em casa e voltar até as duas horas). Das 10:00h até ao meio dia o cheiro do bobó de camarão não me deixava em paz. Foram duas horas de uma agradável sensação de “está quase na hora”. Ao meio dia, minha namorada apareceu e me deu um beijo. Fiquei contente em vê-la, mas estava ansioso demais pelo ‘bobó”. Por educação, por costume, para agradar, seja lá pelo que foi, eu disse a ela:
- Almoça comigo? – Eu tinha certeza mais que absoluta de que ela diria como sempre, “não querido, obrigada, vou em casa”, isso eu pensei. Ela disse:
- Sim. – Pensei: Sim? Como sim? Sempre é não. Ela olhou para o restaurante e disse:
- Que tal aqui? Parece bom. O cheiro está ótimo – Lembrei do interior de minha carteira. Havia apenas para um almoço, apenas um. Eu jamais teria coragem de dizer isso a ela, não naquela fase do namoro. Ela virou-se para o restaurante e disse:
- Vamos! – Eu, contrariando meu estômago e paladar, disse:
- Não, aqui não. Não me parece bom – Arrumei minhas coisas, peguei em sua mão e disse:
- Vamos lá na lanchonete do ARS. Tem uma coxinha deliciosa – Ali, cada um comeu um salgadinho e bebeu uma coca-cola, e voltamos para o trabalho. Nos despedimos. Ela se foi e o cheiro do bobó de camarão ficou. Enquanto ouvia o som das louças sendo lavadas e o cheiro do bobó ainda pairando, disse a mim mesmo: Quando não puder não convide.

"Seu Manual"

- Seu Manual, é a champanhe ou o champanhe?
- É o champanhe meu jovem.
- Obrigado!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Barbeiro sangue frio

Hélio sempre foi apontado pelos amigos e conhecidos como homem calmo, alguém da paz. Não havia puxado por seu pai, seu Homero, homem que não levava desaforo pra casa. Certo dia seu Homero encontrou numa intriga alguém que também não levava desaforo pra casa. A disputa entre os dois ficou notória na cidade do interior.
Hélio já havia visto o inimigo de seu pai. Já o inimigo de seu pai nunca tinha o visto, nem dera tempo de saber que ele era barbeiro na região. Numa tarde de sábado a briga entre o pai do barbeiro e seu inimigo intensificou-se. O tal sujeito puxou um 38 e disparou dois tiros contra seu Homero que caiu morto.
Passado o enterro, a policia seguia lentamente a procura do assassino de seu Hélio. Quase uma semana depois o matador querendo fugir da cidade pensou em mudar o visual. Queria cortar o cabelo e fazer a barba. Acabou entrando na barbearia de Hélio.
O barbeiro sentiu o estômago apertado ao ver o homem que matara seu pai há poucos dias entrar em sua barbearia. Lembrou então que não se tratava de um confronto, pois, o criminoso não o conhecia. O sujeito sentou e disse em tom firme e calmo:
- Cabelo e barba. Tenho que mudar a aparência.
O barbeiro ainda usava a velha e antiga navalha. Naquele dia estava no ponto. No ponto, pensou ele, de cortar mais do que uma barba cerrada. Enquanto cortava o cabelo do homem tentava não demonstrar raiva. Tentava não tremer as mãos.
Quando finalmente deitou a cadeira para lhe fazer a barba achou que aquele seria um momento crucial. Com o rosto espumado fazia com perícia a navalha correr-lhe o rosto.
Chegou a parar a navalha em seu pescoço por um instante sem que o sujeito notasse isso.
O barbeiro pensava em seu pai morto. Imaginava o sangue correndo pelo peito do homem se lhe cortasse a garganta. Seguiu com a navalha. Terminou o serviço. O assassino de seu pai estava de cabelo cortado e barba feita. Vivo. Hélio recebeu o pagamento. Seguiu-o a certa distância e chamou a polícia. O sujeito foi preso. Julgado. Cumpriria 18 anos de prisão.
Hélio sempre conta que fez a coisa certa. Mas seus amigos acham que suas palavras demonstram remorso.

Seu “Manual”

- Seu Manual é a apêndice ou o apêndice?
- Veja meu rapaz. Nesse caso ficaria assim: A apendicite é uma inflamação do apêndice.
- Entendi. Obrigado!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Lançamento do livro - Um sonho de meninio

Hoje estarei falando mais a respeito do livro Um sonho de menino na Record News, as 12:30, canal 6, com Maria Odete Olsen.
Terça-feira, as 16:30 na rádio Guarujá AM 1420.
Agradeço mais uma vez a imprensa catarinense que pela terceira vez tem apoiado a divulgação de meus livros.
Convidos todos para o lançamento hoje a partir das 19:00h, na livraria Nobel shopping Center Itaguçú em São José.
Abraço a todos!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

“Invisibilidade pública”

Li há poucos dias uma matéria que meu filho trouxe do colégio sobre invisibilidade pública. A matéria de Plínio Delphino, Diário de São Paulo, trazia a experiência do psicólogo social Fernando Braga da Costa. Fernando vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. O psicólogo constatou que ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são “seres invisíveis, sem nome”. Fernando durante os oito anos trabalhava meio período como gari e não recebia salário, mas garante que teve a maior experiência de sua vida. Ele disse que sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. Comentou que professores que o abraçavam nos corredores da USP passavam por ele e não o reconheciam por causa do uniforme. Ás vezes até esbarravam nele, mas nunca pediam desculpas.
Fernando comenta ainda que no primeiro dia quando pararam para tomar café não havia canecas. Então, um dos garis foi até uma lixeira, retirou dali duas latas de refrigerante, cortou as duas e serviu ali o café para ele. Ele sabia que na lixeira tinham formigas, baratas, etc. Foi só a partir desse momento que os garis passaram a conversar com ele, pois sabiam que ele estava ali apenas realizando uma experiência. Fernando finaliza sua entrevista dizendo que quando volta para o mundo real chora, diz que é triste observar essa dura realidade. Hoje, passada a experiência, ele se tornou amigo daqueles homens, frequenta suas casas. Diz ainda que mudou, que ficou curado de sua doença burguesa. Hoje faz questão de cumprimentar um trabalhador.
E eu? E o amigo leitor? Costumamos cumprimentar trabalhadores nas ruas, garis, faxineiros dos banheiros do shopping Center? Vale a pena ver mais do que uniforme ou condição social, vale a pena ver mais pessoas, mais humanos. Que tal experimentar fazer disso um hábito? Há anos percebo que quando cumprimento e converso com faxineiros de banheiros, por exemplo, noto suas expressões carinhosas e por vezes infelizmente surpresas. Eles não são invisíveis, nós é que por vezes somos “míopes”.

Seu “Manual”

- Seu Manual é “a omoplata”?
- É isso mesmo! Por exemplo: No acidente, Pedro quebrou a omoplata.
- Obrigado!

UM SONHO DE MENINO (Novo livro)

Uma história de luta e esperança. Um menino de 4 anos, chamado Otávio, descobre que seu pai precisa de sua ajuda e inicia uma luta na busca da cura do pai. O dia a dia de uma família que junto ao menino enfrentam um delicado problema, o alcoolismo.
Até quando se deve lutar? Quando é o momento de desistir? Para Otávio desistir estava fora de cogitação.
Desde já convido os leitores do SJ em Foco para o lançamento do livro Um sonho de menino. Dia 31, segunda-feira, na livraria Nobel, shopping Center Itaguaçú.

domingo, 16 de outubro de 2011

Lançamento do livro - Um sonho de menino -

A história de um homem que ao acordar certa noite tenta buscar respostas as suas angústias e ansiedades. Ele lembra e passa descrever dois importantes fatos em sua vida, ambos ocorridos quando tinha 4 anos de idade. Primeiro a revelação de seu pai de que o menino Otávio tem mais 5 irmãos, de outra família que seu pai tem. Ou seria Otávio e suas irmãs a outra familia? Otávio no mesmo ano descobre que seu pai é alcoolista e inicia uma luta para ver o pai curado. Uma história de luta e perseverança.
O lançamento será dia 31 de outubro, segunda-feira, na livraria Nobel shopping Center Itaguaçú. Conto com sua presença!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Realidade

Nem sempre temos tudo o que gostaríamos de ter. Sempre há algo que nos falta. Há quem diga estar contente com o que tem. Também existem aqueles que nunca estarão satisfeitos. Nesse sistema injusto fica evidente uma realidade, a de que sempre algo estará faltando. Quando será a melhor época de nossa vida? Seria a infância? A juventude? Existe a melhor idade? Alguém acredita que “a casa dos 70” é a melhor?
Ouvi um dia uma frase e não a decorei. Nem sempre procuro decorar. Prefiro tentar entender a ideia e a passar nas minhas palavras. Essa é assim:
Quando eu era criança tinha muito tempo e energia ma não tinha “dinheiro” para fazer o que queria. Quando me tornei adulto tinha dinheiro e energia, mas não tinha ‘tempo” para fazer o que queria. Hoje, tenho tempo e dinheiro, mas acabou completamente a “energia”.
Parece mesmo que parar e observar como o tempo tem passado rápido (ou talvez o tempo não passe, nós é que nos vamos rápido) nos leve a avaliar como usufruir melhor aquilo que temos de bom a nossa volta – família, saúde, trabalho, amigos, além de quantas possibilidades estão a nossa disposição. Quem num dia de forte gripe ou outro problema qualquer já não pensou: como ontem eu estava bem, que saudade do dia de ontem quando não havia esse problema. Realidade, parece que sempre algo nos falta, é assim com todos, os que têm muito e os que pensam que não têm nada. O que o amigo leitor tem hoje? Dinheiro, tempo ou energia? Aproveite para o bem o que tem!

Críticos

Vez por outra se lê ou se ouve críticas infundadas a bíblia. Fala-se, por exemplo, dos erros de seus personagens. Outras vezes são críticas aos seus ensinamentos, ou expressões por ela utilizadas. Somente quem a estuda com profundidade consegue compreender seu sentido. Não que seja difícil, mas exige esforço e pesquisa, além de sinceridade. Esse livro sem igual fala dos erros dos que foram usados para escrevê-la, não deixando de expor as falhas de seus “escritores” mostra sua candura, honestidade. Expressões devem ser bem entendidas. É o caso de alguém dizer “ah, que lindo por do sol”, o sol não se põe, é apenas uma força de expressão. Ainda bem que homens foram
usados para escrevê-la, assim como grandes homens, cientistas, historiadores, pensadores deixaram seus escritos até hoje úteis. Pena se observar hoje tão poucas pessoas a levando a seus encontros religiosos. Talvez a falta de estudo da bíblia explique tanta falta de esperança e o enriquecimento de alguns religiosos.

Seu “Manual”

- Seu Manual o que Lobby?
- Lobby meu jovem é quando setores da sociedade expõem sua visão e defendem seus interesses e procuram assim participar da formulação de políticas públicas. Hoje esta palavra está sendo ligada a atos de corrupção e a tráfico de influência. Procure ler mais sobre o assunto nos jornais.
- Valeu seu Manual!

domingo, 2 de outubro de 2011

Pais de ontem, pais de hoje

Pai é pai. Pai é educador. É formador de caráter. Cria o filho para ser honesto e trabalhador. Claro que há exceções, há pais que não ensinam nada de bom. Os pais, os de antigamente preocupavam-se basicamente com o que está ali na primeira linha. E faziam um bom serviço. Costumavam criar homens competentes e responsáveis. Talvez lhes faltasse só uma coisa, uma que hoje é mais comum. Os pais de “ontem”, a maioria, não era do tipo carinhoso. Não haviam recebido esse carinho de nossos avós e assim não passavam o que não haviam recebido. Os pais de hoje, não todos, mas muitos são do tipo que acariciam os filhos, os beijam, dizem que os amam, detalhe, dizem e fazem isso também com filhos homens. Ao passo que os pais de ontem pareciam mais frios, eram educadores. Os pais de hoje são carinhos, nem sempre educadores. Bom mesmo seria uma mistura do pai de ontem e do de hoje – educador e carinhoso- Será que é querer demais? O pai carinhoso e educador se esforçaria mais em comparecer as reuniões do colégio do filho e inclusive nas apresentações. Em algumas apresentações musicais, por exemplo, os olhos dos pequenos correm de um lado para o outro a procura do pai, mas não o encontra. Para alguns parece mais fácil conseguir tempo para uma partida de futebol do que para assistir seu filho se apresentando no colégio. Quem é pai sabe que é difícil, mas que seria bom uma mistura do pai de ontem com o de hoje, isso seria.

Bom de boca, mal de vista

Seu Amaro ouviu falar que o Leandro havia se separado de Luiza. Leandro entra na barbearia e senta na cadeira do barbeiro. Não falam sobre sua separação. Seu Amaro entra na barbearia e não vê que Leandro está ali sentado, não o reconhece. Seu Amaro pergunta ao barbeiro:
- Barbeiro você soube da separação do Leandro e da Luiza? – O barbeiro fica sem jeito e olha para Leandro. Seu Amaro insiste- Você ouviu ou não falar da separação? Dizem que a briga foi feia.
O barbeiro tem esperança que seu Amaro reconheça Leandro e mude de assunto. Mas seu Amaro continua:
- Dizem que a briga foi muito feia, rapaz. Disseram até que a Luiza boto ele pra fora de casa- O barbeiro tenta ajudar e diz:
- Olha seu Amaro, não ouvi nada disso. Acho que o senhor pode estar enganado – O barbeiro chega a fazer um movimento com os olhos para ver se seu Amaro percebe que Leandro está ali ouvindo tudo. Seu amaro ainda completa:
- É verdade viu barbeiro. Sei por fonte segura – O barbeiro desiste e diz:
- Olha seu Amaro, o melhor é aproveitar que o Leandro está aqui na cadeira e perguntar a ele – Seu Amaro só então reconhece que é Leandro ali na cadeira e diz na maior cara de pau:
- Ah, tu ta aí rapaz. Esse povo fala demais. Barbeiro, to indo. Tchau.

Seu "Manual"

-Seu Manual é o alface ou a alface?
- É palavra feminina, portanto é a alface.
- Obrigado!

Patrocinadores de - Um sonho de menino -

Agradeço aos patrocinadores de mais um livro.
Suely Terezinha Pereira de Carvalho.
Vilson Gonçalves, proprietário da Vilson Imóveis.
Paula Alessandra do Amaral e Rodrigo, proprietários da farmácia Paula.
Décio Estevão Fontão, proprietário da Fontão Construção.

Lançamento do livro - Um sonho de menino -

Este mês publico meu novo livro, romance -Um sonho de menino.
A história de um homem que narra como um menino sonhou e lutou pela cura de seu pai. Uma história de luta e de perseverança. Os conflitos da adolescência, a descoberta do amor são acompanhadas pelo sonho que move Otávio. Na livraria Nobel, shopping Center Itaguaçu, quarta-feira dia 26.
Aguardo vocês!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O absorvente

Flávio, um rapaz de 18 anos, caminha pelo Centro de Florianópolis quando ao passar em frente a uma farmácia vê numa prateleira um CD de sua banda preferida, Titãs. Ele entra e pergunta o preço do CD. A funcionária diz que o CD não está à venda, que faz parte de uma promoção de certo absorvente. Flávio pede mais detalhes e ela explica que basta comprar o produto que ganha o brinde. Ele pede entusiasmado um absorvente e a atendente pergunta:
- Qual o tamanho? – Flávio explica:
- Ah moça, é pra minha mãe. Ela bate aqui no meu ombro – A funcionária meio sem graça tenta explicar:
- Não moço, não é esse tamanho. Digo o tamanho, entende...? – Flávio pensa em como dar mais detalhes e diz:
- Moça, eu sou baixinho, saí de dentro dela, não deve ser muito grande.
A funcionária desiste e lhe dá o absorvente. Flávio paga a conta e sai olhando para o CD do Titãs e tentando esquecer esse negócio de tamanho...

Em terra de cego...

Quem não conhece o ditado? – Em terra de cego quem tem um olho é rei –
É comum ouvir pessoas aplaudindo bobagens ditas em programas de auditórios, e até na voz dos chamados grandes apresentadores, entrevistadores e até líderes religiosos. Pode ser aqueles que apresentam programas nas tardes de domingo, ou aqueles que apresentam seus programas de entrevistas no começo da madrugada. “Ah, mas ele é tão inteligente”. Não importa, qualquer um pode dizer coisas sem sentido e ainda assim ser aplaudido. Há bobagens faladas na TV, no rádio e há bobagens que são escritas. Como definir o que é certo ou errado? O que é relevante ou mera tolice?
Quem estuda, quem se informa, quem lê, quem não é guiado por preconceitos, quem não tem mente fechada; não aplaude qualquer bobagem. Quem é realmente bem informado não se deixa levar por qualquer bobagem que lê ou que ouve. E é aí que mora o problema. É mais fácil ser levado pela opinião dos outros, uma maioria sem opinião esclarecida ou uma minoria mal informada e preconceituosa. Mais lamentável quando isso parte de quem tem o poder da comunicação. Mais entendimento e seremos sempre dignos de concordar ou discordar e lembrar que não são sábios os que são meramente muito inteligentes. Antes de criticar, nos perguntar o quanto conhecemos do assunto em questão. Afinal de contas, em terra de cego...

Seu “Manual”

- O seu Manual eu escrevi “prefiro mais piscina do que praia”. Disseram que errei.
- Errou mesmo meu jovem. Use preferir uma coisa ou uma pessoa a outra e não do que.
O correto seria: Prefiro piscina à praia. Ou, as crianças preferiam água a refrigerante. O homem preferiu ser preso a denunciar os amigos. Certo? Preferia “a” e não “do que”.

Papo bom

Em dia de chuva se diz: Que dia maravilho pra ficar na cama. Em dia de sol se diz: Que dia incrível pra ir à praia. Aí alguém pergunta que tipo de dia é bom pra dizer: Que dia maravilhoso para ir trabalhar? Quem vai julgar a melhor opção?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Longe de casa, mas não longe da dor

Certo dia atendi um desses meninos inquietos. Ele chorou desde o momento em que sentou na cadeira. Devia ter uns 4 anos, e pelos dentes amarelados se percebia que não era bem cuidado. Na verdade havia mais do que choro, ele pranteava, ele agonizava como se algo o perturbasse muito. O menino parecia desesperado. Logo soube que o casal que acompanhava o menino não eram seus pais. Eles eram da casa lar, ou abrigo para crianças retiradas de suas casas por maus tratos. Fizemos o possível para acalmá-lo sem grande êxito. Perguntei para as duas pessoas que o acompanhavam qual era sua situação em casa. “Era lamentável”, disseram. Surras, falta de comida; carinho obviamente nem pensar. Não vou ser generoso comigo, fiz uma pergunta “tola”:
- Por que ele chora tanto assim? Deveria estar aliviado por estar longe da tormenta!
Os dois bondosos funcionários da casa foram generosos comigo. Levaram em conta que meu raciocínio não fora maldoso. Disseram:
- É verdade. Em sua casa ele passa por coisas inimagináveis. Ele sofre demais por lá. Mas lá é a sua casa. Para ele é seu “porto seguro”. Prefere voltar para a “tormenta” só para estar perto dos “pais” - Criei imediatamente um quadro mental da vida daquele menino. Parecia um filme em minha cabeça em poucos segundos. O sentimento de impotência é terrível diante o sofrimento de uma criança. Ainda converso com pessoas que trabalham nessa área. Ouvi a poucos dias que no momento há crianças que não querem voltar de jeito nenhum para seu “lar”, seu “porto seguro”. Ficar atento a maus tratos contra crianças é importante. Denunciar quando necessário é fundamental. Parece mesmo que o único Governo capaz de solucionar também este problema é aquele que milhões de pessoas vêm pedindo. Que o Governo da famosa oração do Cristo alivie o sofrimento dessas tantas crianças. E nós, o que fazer? Não fechar os olhos a essa triste realidade talvez seja de ajuda.

Seu “Manual”

- Seu Manual qual a diferença entre tráfico e tráfego?
- Ora meu rapaz é o seguinte: tráfico – comércio, negócio ilícito.
Tráfego – movimento, trânsito, fluxo de mensagem – Entendeu?
- Entendi. Obrigado seu Manual!

Se alguém souber a resposta...

Responda quem puder: Como pode alguém divertir-se com a agonia de um animal?
Brigas de galo, cães, touros, ou qualquer outro animal. O que leva alguém a pensar que o animal não está sofrendo ou dor, ou estresse? É muito mais fácil responder quem somos de onde viemos e para onde vamos. Difícil é responder a primeira pergunta.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A língua solta

Alguns amigos se encontram e começam um desabafo – falar a coisa errada e para a pessoa errada. O primeiro diz:
- Eu estava cortando o cabelo de um rapaz e de repente passou um Chevette com o som ligado no máximo do volume. Olhei bem para o cliente e disse:
- Só tem maluco nesse bairro - O cliente disse meio sem jeito:
- É meu pai. Ele tem esse costume, tenho até vergonha de andar com ele.
O barbeiro pediu desculpa. Disse que não teria falado se soubesse que era seu pai.
Um amigo que ouvia isso disse:
- E eu então rapaz. Eu estava na borracharia e assim que o borracheiro acabou de trocar o pneu me ofereceu um café. Nesse instante passou uma mulher do outro lado da rua e eu disse:
- Olha que “cavala”. O borracheiro falou:
- É minha mulher! - E ainda mandou um beijo pra ela. Eu queria desaparecer cara.
- E eu então – diz outro – Uma amiga lá na repartição disse que estava de namorado novo. Semana passada chegou ao lado de um rapaz e eu falei:
- Ah, esse é o teu filho?
Ela disse já toda vermelha:
- Não, não, ele é meu namorado. Meu filho está na faculdade.
Eu disse:
- Ah logo vi.
O último dos amigos desabafa:
- Pior fui eu pessoal. Eu ouvi que o Mario havia morrido. Pensei que fosse o Mario que veio a minha cabeça. Há três dias encontrei a mulher dele a abracei e disse:
- Sinto muito o que aconteceu. Ele era uma cara muito legal, vai fazer falta. Tu deves estar sofrendo muito, mas vai superar. Ele era um cara incrível. Você fez o seu melhor e ele deve estar num lugar melhor agora.
Ela saiu chorando. Só ontem fui saber que o Mario que morreu foi outro cara. O marido dela, o Mario, foi embora com outra.
Um dos amigos conclui:
- Valia mais é ser mudo.
Outro diz:
- Não fala besteira cara. Meu pai é mudo. É muito triste!

Seu “Manual”

- Seu Manual, eu escrevi: Fazem dez minutos que ele saiu. Está certo?
- Está errado meu jovem. Os verbos fazer e haver neste caso, no tempo passado ficam sempre no singular, são impessoais. O certo é: Faz dez minutos que ele saiu. Já faz algumas horas que a dor de cabeça que ela sentia passou. Entendeu?
- Perfeitamente!

Silvio Santos, só ele pode

O apresentador e empresário Silvio Santos, 80 anos, tem uma particularidade. Em meio aos cuidados da imprensa no que diz respeito a citar nomes de marcas ou o nome da concorrência, Silvio é impar. No último dia 19, o SBT, completou 30 anos e o apresentador de inesquecíveis quadros continua anunciando a Jequiti, e ainda assim fala da Avon, Natura e outras marcas sem constrangimentos. Fala da Rede Globo e da Record com tranquilidade. Chegou a dizer que sempre soube que lutar contra a Globo ou querer vencê-la seria suicídio, palavras dele. Não tem ninguém para pegar no seu “pé” (não pode falar o nome dessa marca, Silvio) nada disso. O apresentador que vimos ao longo dos anos continua lá, todos os domingos divertindo e dando um show de comunicação. Dá até pra ouvir a música, Silvio Santos vem ai...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A rotina da velhinha e sua “gelada”

Um jovem de 18 anos entra na barbearia e começa um bate-papo descontraído até que nota algo preocupante. Ele vê uma velhinha sentada a mesa da manicure e logo abaixo da sua cadeira uma lata de cerveja. A velhinha conversa um pouco e segue saboreando sua gelada. É o modo que ele gosta de fazer as unhas, tomando sua “gelada” O jovem diz ao barbeiro:
- Aquela velhinha está bebendo mesmo. Que idade ela tem? – 82 anos – responde o barbeiro.
- Meu Deus. Não é perigoso?
O barbeiro diz que acha que ela está acostumada. E uma cervejinha com moderação não deve fazer mal. O rapaz chama à velhinha e diz:
- O minha senhora, me desculpe, mas a senhora não devia beber.
A velhinha olha e pergunta calmamente:
- E por que não deveria beber, menino?
- A senhora já tem muita idade, deveria se cuidar mais. Se cuidar bem da saúde poderá viver muito ainda.
A velhinha sorri e toma mais um gole sem se importar com a opinião do jovem.
Um mês depois a velhinha volta para fazer as unhas. Ela senta-se, coloca a cerveja em baixo da cadeira e pergunta ao barbeiro:
- O barbeiro, e como vai aquele teu freguês?
O barbeiro pergunta qual freguês? A idosa ela lembra:
- Aquele bem jovem que estava até preocupado comigo por causa da cerveja?
O barbeiro olha para a velhinha e diz em tom triste:
- A senhora não vai acreditar. Faz uns 15 dias, ele estava em sua moto e parece que havia bebido, e, infelizmente... Foi muito triste o que aconteceu. Ele só tinha 18 anos.
A velhinha ficou abatida com a notícia. Durante mais uns 6 anos ela seguia todo mês aquela sua mesma rotina.

Papo de barbearia (Ditados)

Alguém diz:
- Política, futebol e religião não se discutem!
Outro logo ali diz:
- É verdade! Isso só acaba em briga.
O que estava ao lado desse último discorda:
- Não acho que seja assim. Essas questões têm de ser discutidas sim. Acredito que o problema é a maneira como as pessoas discutem esses assuntos. Muitos querem ser os donos da razão.
Outro concorda e completa:
- O problema é que quando se fala “discutir” as pessoas logo lembram brigas, discórdias, e até de violência. Discutir pode ser trocar ideias. Ouvir com respeito à opinião do outro e mesmo que discorde, respeitá-la. Isso leva ao amadurecimento.
Dá-se então um silêncio e parece ter sido uma discussão proveitosa.

Seu “Manual”

- Seu Manual, qual a diferença de tão pouco e tampouco?
- Tão pouco meu jovem é “muito pouco, algo pequeno, curto, pouca coisa”.
Tampouco significa “também não ou nem”! Exemplos:
Quantas novidades em tão poucos dias. Não concordei com a resposta, tampouco aceitei novas ideias.
- Obrigado Seu Manual.

Entrevista com barbeiros

Convido os amigos leitores da coluna a conferirem uma entrevista com vários barbeiros antigos da nossa região. Participei dessa matéria devido o meu trabalho como cronista. A matéria está no Diário Catarinense no Caderno Continente dessa sexta-feira, dia 19, com a jornalista Gabriela Rovai. Entenda mais sobre o dia-a-dia dos barbeiros e do barbeiro escritor.

domingo, 21 de agosto de 2011

O jeito de falar do Tonho

O Tonho vive correndo. Trabalha desde bem cedo e não poupa nem fins de semana.
Outro dia ele passou em frente à barbearia de um amigo com sua bicicleta numa velocidade que deixaria até o Rubinho para trás. Minutos depois ele volta e diz olhando para um amigo que estava dentro da barbearia:
- O João, eu não vinha correndo com minha bicicleta rapaz, eu não escorreguei no areão ali na frente, eu não caí não me ralei todo rapaz.
João mais que debochado disse:
- Que bom Tonho. Que bom que você não vinha correndo, não escorregou, não caiu, não se machucou.
Tonho sem entender direito falou:
- Mas foi isso que aconteceu rapaz, só que ao contrário.
João com pena tentou ajudá-lo:
- Onde você está morando, Tonho? Tonho tentou responder:
João, não tem aquela rua que asfaltaram agora ali perto do posto de saúde? Não tem um supermercado? Não tem uma peixaria? Não tem uma casa de dois pisos nova? Então, eu moro ali do lado.
João colocou a bicicleta toda torta e o Tonho todo ralado dentro do seu carro e o levou até sua casa. Não pediu mais informações. Estava cansado daquela história do “não tem isso, não tem aquilo”. Quando chegaram à casa do Tonho sentiram um cheiro de churrasco de dar água na boca. Tonho desceu do carro e disse:
- O João, tu não quer descer? Não quer entrar? Não quer comer uma carne com a gente?

Papo de barbearia “Deus quis assim?”

As opiniões variam é verdade. Cada pessoa tem o direito de crer no que bem entende.
Mas depois de uma boa conversa e boa reflexão comentamos sobre alguns torcedores que subiram em um ônibus em movimento, digo, em cima do ônibus. Foi aqui em Florianópolis. Não importa para que time torcem. O ponto é, e se alguém tivesse morrido, ou se ferido gravemente o que se diria? Que “Deus quis assim ou era pra ser”. Deus quis assim com certeza não. “É muito fácil jogar para Deus a culpa por se dirigir em alta velocidade, embriagado e morrer ou matar e dizer que ‘era pra ser”. Não se culpa a Deus por nada, ainda mais por atos de irresponsabilidade ou pura imprudência. Isso também acontece em outras situações. Acontece quando a situação é estudar.
Ouvir pessoas dizendo que vão fazer um concurso público e está na “mão de Deus” é o fim da picada. Ouvir os que não passaram dizer que Deus não quis, ou não era pra ser também é feio. Parece fácil mesmo é ser irresponsável, negligente, e depois dizer, “Deus quis assim, era pra ser”.

Seu “Manual”

-Seu Manual eu escrevi: Houveram muitos acidentes nas estradas no fim de semana passado. Disseram que errei.
-Errou mesmo meu jovem! O verbo haver no sentido de existir, ocorrer, acontecer, na indicação de tempo passado é impessoal, não tem sujeito. Deve ficar na 3º pessoa do singular. Exemplos: Havia muitos manifestantes na rua. Houve muitos acidentes nas estradas no fim de semana. Ele não vinha aqui havia alguns meses. Entendeu?
- E se entendi seu Manual. Obrigado!


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Bicão profissional

Aurélio e Tomaz estavam a passeio numa cidade no interior de Santa Catarina quando de repente viram e ouviram uma estranha movimentação. Curiosos, aproximaram-se e viram que se tratava de um casamento. E festa de casamento de interior, é festão.
Aurélio convidou Tomaz a entrarem no salão. Tomaz argumentou que não haviam sido convidados e nem conheciam os noivos, disse que não iriam. Aurélio é bom na argumentação e acabou convencendo Tomaz.
Lá dentro viram o que não se vê em qualquer festa. Fartura. Era carde de todo tipo, o cheiro do churrasco e a gelada fez os dois amigos pensarem que tomaram a decisão certa. Com os pratos bem cheios de maionese, polenta frita, carne, muita carne, e uma cerveja bem gelada os dois sentiam-se no paraíso. De longe viam o noivo cumprimentando os convidados. Tomaz, receoso, perguntou a Aurélio:
- O que vamos fazer quando ele chegar aqui? – Com a boca cheia Aurélio respondeu:
- Fica frio. Tem muita gente, ele nem vai notar quem somos –
Minutos depois o noivo se aproxima. Tomaz sente o peito arder de medo. Aurélio parece não se importar. O noivo chega bem perto e diz:
- Olha aqui. Eu sei que vocês não foram convidados. Isso é uma festa de família. Terminem de comer e saiam, por favor – Tomaz em seus pensamentos dizia que queria desaparecer. Aurélio levantou-se e como se fosse amigo do noivo deu-lhe um forte abraço e lhe deu parabéns. De fato, quem via a cena até pensava que eles fossem amigos.
Até Tomaz que já conhecia o jeito de Aurélio ficou chocado com sua atuação.
Nem o noivo entendeu direito. Ficou em dúvida. Quando terminaram de jantar Aurélio a certa distância disse ao noivo em voz alta:
- Desculpe, temos mesmo que ir embora. A gente se fala.

Seu “Manual”

- Seu Manual eu escrevi que o preço do café está caro. Disseram que está errado –
- Está errado mesmo. Não use “preço barato ou preço caro”. Caro e barato já quer dizer que custa um preço alto ou um preço baixo. Procure usar, produto, mercadoria, serviço.
Exemplos: Este serviço está caro. Está barato o quilo do café neste supermercado –
Obrigado seu Manual!

Amantes da prata

“O mero amante da prata não se fartará de prata, nem o amante da opulência, da renda. Também isto é vaidade”, Eclesiastes 5:10 Tradução do Novo Mundo.
Há pessoas que nunca estão satisfeitas com o que têm. Desde aqueles que nada têm e sonham o quanto gostariam de multiplicar uma fortuna se assim a ganhassem. Até aqueles que sem escrúpulos apenas pensam em somar a custa da carência dos outros.

Preconceitos

Se ainda não foi a um urologista para o exame do toque, ou pensa em não ir, leia a crônica “Um dia com ele”. Um dia com o proctologista ou com o urologista não é o fim.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O velho, o garoto e o burro

A indecisão nos faz sofrer, nos deixa angustiados. Vou ou não vou? Compro ou não compro? Digo ou não digo? Pergunto ou não pergunto? Essa história de dizer que não me importo com o que os outros vão pensar não é bem assim. Um pouco de sensibilidade e responsabilidade nos faz levar em conta os sentimentos dos outros. Até que ponto a opinião dos outros deve nos influenciar?
Quem tem mais de 35 anos deve lembrar a história do “Velho, o garoto, e o burro”, é do inicio dos anos 60.
No entanto a história do velho, o garoto e o burro nos tranquiliza. Eu devia ter uns 5 anos quando ganhei da minha mãe um disquinho azul com a história do velho que teria que ir a cidade fazer algumas compras. O velho tinha um burro e no caminho convidou um garoto para acompanhá-lo na breve viagem. Os três seguiam numa boa até que alguém disse:
- Olha vê se pode. Um velho e um garoto a pé e um burro andando ao lado.
Depois de colocar o menino montado no burro e caminhar um pouco eles ouvem:
- O guri folgado. Coitado do velho. Ele é que devia montar no burro.
E lá trocam de lugar. Agora o velho seguia montado e o menino andava ao lado.
Não demorou e algumas senhoras disseram:
- Mas que velho sem vergonha. Pobre menino. Por que não o deixa montar?
O velho chama o menino para cima do burro e agora seguem os dois montados até que:
- Seus loucos. Querem matar o pobre animal? O burro não vai agüentar.
O velho já indignado desce com o garoto e diz que agora os dois vão carregar o burro.
Mal começam a jornada e já ouvem:
- Vejam aquilo. Um velho e um garoto carregando um burro, não acredito.
Os dois imediatamente largam o pobre burro no chão. Finalmente o velho respira fundo e diz:
- Garoto, monte você no burro. Se ficarmos ouvindo tudo o que as pessoas dizem não vamos chegar a lugar algum. Vamos seguir nossa viagem.
E assim foram. É assim que lembro dessa história há mais de 30 anos. Talvez eu não a tenha contado exatamente como estava em meu disquinho que não tenho mais. Mas tenho em mente até hoje a lição: Não que não devamos nos preocupar com a opinião dos outros, mas se dermos ouvidos a tudo que se diz, a cada crítica, a cada opinião contraria, talvez ficaremos sem sair do lugar como quase aconteceu com o velho, o garoto e o burro.

Seu “Manual”

- Seu Manual é verdade que não é recomendável a expressão “sendo que”?
- É isso mesmo meu rapaz. Não a use para unir orações. Prefira assim, por exemplo:
“Encontrei-me com alguns amigos, dois dos quais não via há muito tempo”. Viu como é possível evitar a expressão “sendo que”?

Não sabe o que quer

A senhora diz;
-Ah minha filha, estou tão velha, tudo dói, acho que não vou durar muito.
A manicure tenta animá-la e diz:
- Não fale assim. Acho que a senhora ainda viverá uns cinco anos.
A senhora arregala os olhos e retruca:
- Não minha filha, cinco anos só não. É muito pouco. Vou viver muito mais. Já estou até me sentindo melhor.

sábado, 23 de julho de 2011

Um dia com ele

Vamos lá? Nenhum dia é como esse. Tudo parece comum, nada de novo debaixo do sol. Até que num belo dia, belo não, um dia, temos que encontrá-lo. Pode ser na casa dos 40, dizem que essa é a idade ideal, ou um problema qualquer e lá vamos nós. Depois de preparar a cabeça e tomar um bom banho saímos de casa. No caminho, seja de carro ou de ônibus, vamos sabendo que a volta será diferente. Não voltaremos exatamente iguais. Ao entrar na clínica nos dirigimos à moça do balcão que nos dá um simpático bom dia. Então a fala mais difícil:
- Tenho uma consulta com o proctologista – A moça confere nosso horário e aponta em direção à sala desconhecida. A porta, uma inscrição confirma que não é nem sonho nem pesadelo. Sentamos e observamos vários homens ansiosos e pensativos. Alguns tentam ler uma revista, outros esfregam as mãos. A cada vez que baixa a maçaneta e abre-se a porta sai um homem de cabeça baixa rapidamente. Não cumprimenta os que aguardam nem se despede. Finalmente uma voz diz nosso nome. A voz vem lá da estranha sala.
Ao entrarmos o doutor nos olha por cima dos óculos e estende a mão. Antes de apertá-la olhamos brevemente para seus dedos. A mão não parece maior do que a da maioria, isso parece ser bom. O doutor muito educado pergunta qual o problema. Depois de ouvir o relato ele diz que se fosse um cardiologista não teríamos que mostrar a poupança, mas ele não é cardiologista. O doutor diz com educação, mas as palavras são difíceis de assimilar. Ele levanta e nós nos encolhemos. Então a frase do médico:
- Baixe sua calça, a cueca também – Depois de nos levantarmos e cumprir a primeira orientação ainda ouvimos:
- Agora se deite e vire sua poupança pra mim e relaxe – Essa última palavra é aterradora. Relaxar. O momento a seguir não deve ser descrito. Terminado o exame ouvimos o parecer do doutor. Ainda perguntamos se isso serviu como teste do toque. Ele diz que não. O exame do chamado toque, é feito por um urologista. Quer dizer que voltaremos àquela situação. Ao abrir a porta percebemos os pacientes ainda ansiosos. Eles fingem que não nos veem saindo da sala. Tentamos caminhar de cabeça erguida, mas será que há motivos para isso? Ao voltar nos surpreendemos por ver que tudo continua igual, voltamos iguais, continuamos sendo os mesmos homens que éramos há algumas horas, nada mudou. Talvez voltamos sabendo que não foi um bicho de sete cabeças e que é essencial. Poder ao final do dia entrar no bar do bairro e dizer em voz alta: “hoje fui ao proctologista” pode servir como desabafo. Dizer aos amigos pode incentivá-los a não demorarem em sua visita ao proctologista ou ao urologista. Continuaremos sendo os mesmos homens. Teremos boa saúde. Obrigado por sua companhia.

Seu “Manual”

- Seu Manual, qual a diferença entre ratificar e retificar? –
- Ora meu rapaz é o seguinte: ratificar é confirmar, validar. Retificar é tornar reto, corrigir, recondicionar –
- Valeu seu Manual!

Sabedoria

“Uma resposta quando branda faz recuar o furor, mas a palavra que causa dor faz subir à ira” Provérbios 15:1. Sábio conselho para o dia-a-dia. No trânsito, no trabalho e na família. Colocar em prática esse conselho pode ser um desafio, mas o resultado é construtivo.

Rua Célio Veiga

Quem mora ou passa pela Rua Célia Veiga não pode deixar de notar a melhora que houve com o asfalto e com a nova iluminação. Demorou é verdade, mas ficou bom.
Parabéns!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pais

Pai pode ser herói, conselheiro, amigo, mas antes de tudo, é pai. Pai é ou deveria ser modelo de caráter a ser copiado com orgulho. Há uma variedade de pais. Não gosto do ditado: “Deus é pai e não padrasto”. Provavelmente por eu ser padrasto de uma moça de 20 anos, que desde os 6 só me chama de pai. Sinto que amor de pai e mãe ultrapassa o sangue. Que o diga quem conhece a música “Filho Adotivo”, de Sérgio Reis. O programa Estúdio Santa Catariana do último domingo mostrou um sujeito que agrediu violentamente seu enteado de três anos. Deixou chocados até policiais experientes. O problema é que a noticia está ficando comum. Às vezes quando mencionamos um caso desses as pessoas confundem e comentam outro similar. Com alguns pais o problema nem é a violência física. Conheci um “pai” que aos 80 anos foi procurado por um de seus dez filhos. Esse senhor não conviveu com nenhum dos dez filhos que fez. Certo dia um homem de 40 anos bateu a sua porta. Era um de seus filhos. Esse rapaz por anos procurou pelo pai. Seu pai, depois de ouvir o filho dizer que estava feliz por tê-lo encontrado, lhe disse:
- Quer mais alguma coisa? – Nem o convidou para entrar em sua casa. Deixou claro que não se emocionou com o encontro tão aguardado pelo filho. Esse senhor tratou o filho com toda a frieza possível. Já num enterro de um senhor de 73 anos um idoso de 96 anos chorava copiosamente. Esse de 96 era o pai do falecido. Não podia acreditar que perdera seu filho. Talvez pensasse que o filho tinha muito a usufruir da vida ao seu lado.
Ainda bem que há bons pais e bons filhos. Bons pais e bons filhos jamais devem fazer “vistas grossas” ao perceber maus tratos a crianças. Tem que denunciar na hora. Bons pais e bons filhos expressam em vida os sentimentos e assim se um dia chorarem será de saudades e não de remorso.

Seu “Manual”

- Seu Manual o certo é haja visto, ou haja vista? –
- Equivale a veja meu rapaz. É invariável. Use sempre haja vista. Exemplo:
Os grevistas não aceitaram as propostas do governo, haja vista os protestos no centro da cidade. Entendeu? –
- Perfeitamente. Obrigado! –

Inspiração

O engenheiro suíço George de Mestral, na década de 40 ao voltar de um passeio com seu cachorro, notou que sua roupa e os pelos de seu cachorro estavam com muitos carrapichos. Ele analisou minuciosamente os carrapichos e pouco tempo depois inventou um equivalente sintético, o velcro. Se a natureza demonstra e inspira sabedoria que dizer do Criador da natureza?

Engraçadinhos

Um amigo guarda municipal me contou um caso e eu presenciei outro. Um motorista estaciona seu carro na vaga de portadores de deficiência e sai mancando. Alguns metros depois um milagre, o cara começa a andar normalmente. Meu amigo guarda municipal conseguiu dar um flagrante na segunda tentativa do engraçadinho que agora terá que desembolsar um dinheirinho. Legal!

Ditado

O dinheiro muda o homem. Um grande empresário corrigiu esse ditado dizendo o seguinte: “O dinheiro não muda o homem, apenas o desmascara”.
Dá o que pensar. Muitos arrogantes escondem sua atitude até que um dia, quando passam a ter “bala na agulha” mostram o que sempre foram.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A maneira de ver

É muito interessante como conseguimos ver as coisas de maneira tão diferente. Dependendo da posição em que estamos, ou do lado de quem queremos estar nossa maneira de ver pode variar. Certa senhora, por exemplo, quando ouviu a filha dizer que o marido havia comprado uma máquina de lavar roupas, disse:
- Já não era sem tempo. Você não é escrava para ficar lavando roupas a mão, ainda mais nesse frio. O João não fez mais que sua obrigação –
No dia seguinte chegou o filho dessa mesma senhora dizendo:
- Mãe, preciso comprar uma máquina de lavar roupa. A Suzana disse que não aguenta mais lavar roupa no tanque. Ela reclamou do frio – Sua mãe levantou-se e falou indignada:
- Ah essas mulheres de hoje. Lavei roupas nas mãos por anos e não morri por isso. Água fria nas mãos não mata ninguém. Compre só quando puder filho! –
A maneira de ver as coisas nos leva a ser parciais ou imparciais. Dependendo se queremos comprar ou vender, criticar ou defender, salvar ou deixar afundar; acabamos encontrando os argumentos necessários. Aí entra, ou deveria entrar a empatia, ou seja, saber nos colocar no lugar da outra pessoa. Tentar ver como a outra pessoa vê, nos ajudará a ter outra maneira de ver.

Ultrassom x memória

Recebi no mês de junho um telefonema do posto de saúde. A bondosa funcionária disse que o ultrassom de minha esposa estava liberado. Ela só teria que passar no posto e marcar a data. Pensei que minha esposa fosse dizer “que bom” e imaginei que ela iria imediatamente confirmar a data. Surpresa, minha mulher perguntou:
- Ultrassom, ultrassom, mas que ultrassom é esse? – Começamos a tentar descobrir que ultrassom seria aquele. Por que foi solicitado. Quando foi solicitado. Teria sido quando nasceu nosso filho caçula, ou melhor, quando ela ficou grávida em 1999? Pensamos que deve ser mais recente, talvez dois ou três anos. Só entendemos que esse telefonema, esse ultrassom, comprovou que nossa memória não anda muito boa.

Seu “Manual”

- Seu Manual o certo é dizer discriminalização ou descriminalização? –
- Ora meu rapaz, é descriminalização da maconha que se está discutindo. Entendeu?
Veja só. Discriminar é distinguir, diferenciar, separar. Veja a palavra em questão:
Descriminar é inocentar, absolver de crime, tirar a culpa. Compreendeu? É descriminalização! –
- Entendi direitinho seu Manual. Obrigado –

Acabou com a moral

Um senhor aposentado da policia federal tenta demonstrar indignação com a novela que passa na TV. Sua esposa logo ali atrás assiste à novela e ele afirma em voz baixa:
- Eu não gosto disso. Não perco meu tempo – Sua mulher ouve, levanta e diz bem perto de nós:
- Velho mentiroso. Não perde um capítulo. Ah, não assiste novela. Era só que me faltava – O velhinho não falou mais nada.

Prates

Por onde anda o Prates? O Prates está no SBT, canal 45, no jornal do meio-dia, desde fevereiro passado. Está também no Biguaçu em Foco. O Prates faz falta? Para alguns não, mas para muitos outros faz sim. Polêmico, porém, diz coisas que poucos diriam. A TV hoje mostra cenas imorais, degradantes, e quando alguém diz o que pensa, mesmo que esteja certo, vira uma tragédia. É ruim ouvir o que não serve e pior ainda quando o chapéu serve.

sábado, 2 de julho de 2011

“Seguro morreu de velho”

Que diferença. De um lado pessoas tentando uma adoção, alguns, dispostos até a adotarem crianças com seus irmãos ou com deficiência física. De outro lado algumas equivocadamente chamadas mães colocam monstros dentro de casa. Depois alegam não ter percebido maus tratos que os filhos sofreram. Criaturas que machucam e estupram, abusam de criançinhas, nem deficientes mentais são poupados.
Grandes diferenças existem entre nós. Como saber quem é ‘normal”?
Já ouvi uma jovem mãe dizendo que deixava a filha de quatro anos com o namorado. Ela saía para o trabalho e deixava o namorado dar até banho na filha. Se conheciam há poucas semanas. Como saber? Quanto tempo é necessário para se conhecer alguém a ponto de demonstrar grande confiança? O ditado ali de cima parece ser ótimo!

Papo de barbearia Encanto e desencanto

A conversa tem inicio como sempre. Uma grande diferença na maneira de comentar sobre a pessoa amada. Volta-se no tempo e ela diz:
- Ah ele é lindo. É tão carinhoso. Tão charmoso. Gosta de sair e é muito divertido. Tem tantos planos – Ela diz tudo isso sem parar de sorrir.
Semanas depois faz uma leve crítica ao amado. Mais algumas semanas se passam e agora as críticas são mais diretas;
- Só quer saber de futebol. Chega de madrugada. Quer que eu lhe dê tudo na mão. Ah, no meu aniversário meu deu um liquidificador. Por Deus que não joguei o liquidificador na cabeça dele - Alguém num cantinho pergunta meio sem jeito:
- Será que ele já era assim? – Um machão não aguenta e abre o coração:
- Minha mulher também. Ela só me elogiava. Tudo o que eu fazia era maravilhoso, eu era o tal. Até de cheiroso me chamava. Agora, ta tudo diferente – Aquela mesma pessoa lá do cantinho, pergunta de novo:
- Por que será que ela mudou tanto? –
Ninguém se atreveu a responder.

Seu “Manual”

- Seu Manual me disseram que não se usa a expressão “sendo que”?
- É verdade meu jovem. Não a use. Não é recomendável para unir orações. Experimente assim:
Encontrei-me com alguns amigos, dois dos quais não via há muito tempo.
-Valeu seu Manual, vou “evitar usar ‘sendo que”.

Parabéns aos jornalistas

Mais uma vez tem que ser eles. Fraudes são cometidas, golpes são aplicados. Até médicos e dentistas foram flagrados recebendo muito dinheiro e trabalhado pouco. Mais uma vez tem que ser eles, os jornalistas. Bons jornalistas fazem papel de investigadores e de fiscais, trazem a tona o que precisamos saber. Coisas que por anos acontecem são descobertas por repórteres e seus produtores com suas câmeras especiais. E se não fossem eles em?

Inaugurações na Avenida das Torres

Na última quarta-feira, foi inaugurado o Bistec no bairro Bela Vista. Filas se formaram desde bem cedo ao longo da Avenida das Torres para prestigiar esse novo e grande empreendimento. Interessante que havia carros estacionados na Avenida, o que normalmente não é permitido, mas tudo bem era dia de festa.
O NASA Comércio de Auto Peças, também saiu de Capoeiras e inaugurou sua loja quase em frente ao Bistec. Os moradores de São José agradecem a esses empreendedores e desejam sucesso.

Os livros Na Cadeira do Barbeiro

Na livraria Nobel no shopping Center Itaguaçu você encontra os livros Na cadeira do barbeiro. Histórias engraçadas e curiosas. É também um bom presente. No Centro de Florianópolis a Livros e Livros também tem os livros. Se preferir ligue: 3346-8801

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Olhe com quem está falando

Se quem vê cara não vê coração; não vê a função, não vê a profissão e acaba metendo os pés pelas mãos. Um foi o Otávio. Ele trabalha numa grande rede de supermercados de Santa Catarina. Ele é um rapaz humilde, mas como seu pai era agora supervisor numa das áreas do grande supermercado pensou que teria regalias ali. Deu até para sentir-se um tanto orgulhoso e poderoso. Até o dia em que um rapaz mais jovem com roupas simples e um jeito modesto se aproximou de Otávio que estava abaixado arrumando alguns itens. O jovem modesto abaixou-se também e bondosamente perguntou:
-Bom dia! Quem é você?- Otávio levantou-se, esfregou as mãos e disse:
-Sou Otávio. Filho do supervisor- e com tom ousado perguntou:
-E você, quem é?
-Muito prazer, sou Artur, filho do dono da rede de supermercados.
Já seu Valdemar foi visitar o filho. Na delegacia. Com mais de setenta anos e muita simpatia entrou e logo disse:
-Bom dia meus amigos!- Não ouviu respostas. Em uma porta estava escrito “Entre sem bater”, e foi só por isso que seu Valdemar entrou. Dentro da sala ouviu uma bronca:
-Como é que senhor vai entrando assim?- Com a calma e simpatia que lhe são comuns, disse:
-Ali diz, entre sem bater. E além do mais aqui me sinto em casa-
-Mas aqui não é sua casa!-
Desculpe, quero falar com meu filho-
-Não é assim pra falar com presos- Seu Valdemar sorriu e disse:
-Por gentileza, diga ao delegado, fulano de tal (na ocasião chefe da DEIC) que o pai dele está aqui-
-O senhor, desculpe, não podia imaginar. Sente por favor. Quer água, ou café?

Seu “Manual”

-Seu Manual, está certo dizer? Poderá trocar a roupa se caso não lhe cair bem-
-Não meu jovem, não está certo. É “se acaso” como sinônimo de porventura, casualmente, por acaso. Poderá trocar a roupa “se acaso” não lhe cair bem. Nunca use se e caso juntas. Se e caso são sinônimas. Você até pode usar se ou caso, mas separadamente, nunca juntas. É se acaso.
-Obrigado em seu Manual!

O livro Na Cadeira do Barbeiro

Convido os amigos leitores do São José em Foco a lerem dois livros com histórias cômicas, curiosas e até trágicas. Na livraria Nobel shopping Center Itaguaçu tem os dois livros. Além de uma leitura agradável é também um ótimo presente. Se preferir ligue 3346-8801

Alô Celesc

Comerciantes do bairro Bela Vista I próximos a construção do Bistec ficaram a ver navios na sexta-feira dia 10. Sem energia elétrica desde o inicio da tarde até as 18; 30 mais de vinte comerciantes ficaram no prejuízo. É óbvio que o serviço teria de ser feito. Seria ignorância ser contra a realização desse serviço, mas sem avisar e a custa de prejuízos financeiros a pessoas que pagam aluguel e dependem disso?
Esperamos por alguma resposta.

Êxito nos planos

Decisões precipitadas costumam trazer dor de cabeça, além de arrependimento. É bem verdade que às vezes precisamos ser rápidos em certas decisões para não perder boas oportunidades. Um principio que chama atenção é este: “Os planos do diligente seguramente resultam em vantagem, mas todo precipitado seguramente se encaminha para a carência”. Provérbios 21:5
Vale a pena com certeza avaliar sempre bem nossas decisões, sejam elas grandes ou pequenas. Assim há maior possibilidade de termos êxito em nossos planos

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Elogios

Quando foi à última vez que recebeu um elogio? Ou, quando foi à última vez que elogiou alguém?
Receber elogios é bom. Elogiar também é bom. Receber elogios nos faz sentir valorizados, sentimos que nossos empenhos são reconhecidos. Quando elogiamos alguém fazemos um bem, pois fazemos a esse alguém sentir-se reconhecido, recompensado. Dá até para concluir que é importante elogiar e ser elogiado.
Quando eu era adolescente esperava por um elogio de alguma menina do colégio, um elogio que me fizesse sentir uma cara atraente, charmoso, enfim, essas coisas de adolescentes que se sentem feios. Pois certo dia o tão esperado elogio veio. Eu estava ouvindo música, aquelas músicas de adolescentes sonhadores dos anos oitenta. O problema foi à fonte do elogio. Havia inúmeras meninas no colégio, algumas em especial chamavam minha atenção. Mas aquele dia o elogio veio de fonte inesperada. Enquanto viajava ao som da trilha sonora da novela A Gata Comeu, minha mãe sentou ao meu lado e disse:
-Filho, você tem lindas sobrancelhas. Você está muito bonito!-
Minha mãe, dona Olga, fora sincera ou generosa? Minha querida mãe havia acabado de fazer um belo elogio. Mas, a essa altura da adolescência quando me sentia um cara desajeitado, até feio, receber um elogio logo da mãe. Elogio de mãe não vale. Não nessas circunstâncias, mas pelo menos fui elogiado, apesar de ser pela minha mãe e sabe-se que pra mãe filho é sempre bonito.
Ainda assim os elogios devem ocupar importante espaço em nossas vidas. Já sabemos que elogios não devem ser dados de maneira mecânica, ou seja, elogiar só por elogiar. Elogios animam aos que o recebem quando realmente são sinceros, quando o elogiado consegue ver o porquê do elogio. Para quem quer elogiar é importante prestar atenção. A pessoa que vou elogiar fez ou faz o que bem feito? Sabendo isso é só deixar o coração falar. Seja lá o que for, seja lá o que faz, a pessoa elogiada sente-se induzida a continuar agindo bem ou até melhor. O elogio estimula, anima. A falta dele tem o efeito reverso. Hoje elogio minha mãe por ter elogiado minhas sobrancelhas num momento importante. Elogio a você por estar lendo uma crônica de alguém que se importa com você e procura agradá-lo a cada semana.

Seu “Manual”

-Seu Manual emigrar e imigrar é mesma coisa?
-Não meu rapaz! Emigrar é sair de país para se estabelecer em outro.
Imigrar é entrar num país estrangeiro para morar nele. Nesse último caso ficaria assim:
“Muitos argentinos imigraram para o Brasil por gostarem daqui.” Entendeu?
-Claro que sim!

Vamos e venhamos

Algumas pessoas ficam indignadas quando certos jogadores de futebol mudam de clube, de time. Alguns os chamam de mercenários. Mas quem de nós que recebendo uma proposta de emprego de outra empresa não a avalia? Imagine que lhe ofereçam o dobro, o triplo, ou até dez vezes mais na outra empresa, não iria?
Para quem torce há emoção, mas geralmente para quem joga é uma profissão, que é um tanto curta. Por isso é bom o equilíbrio para quem é torcedor.

76 anos de AA

Foi no dia 10 de junho de 1935 o nascimento de uma entidade que tem ajudado a milhões de pessoas em todo o mundo. O alcoolismo leva a morte ou a loucura, além de causar terríveis feridas nos familiares dos alcoólatras. As propagandas de cerveja, por exemplo, fazem tudo parecer engraçadinho, mas não é. Se conhecer alguém que sofre com o álcool não desista dessa pessoa. Se você bebe demais, vá ao AA. Faça uma visita. Um dos endereços há cerca de trinta anos é no Centro Comunitário do bairro Bela Vista I. Reuniões segundas, quartas e sextas as 20:00h.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

CELESC, FOI MUITO MAU

Represento aqui a indignação de dezenas de comerciantes do bairro Bela Vista I em São José. Na tarde da última sexta-feira entre as 13:00 e às 18:10 ficamos sem energia elétrica por conta de serviços próximo ao supermercado Bistec.Não fomos avisados sobre os serviços e isso causou problemas a muitos comerciantes. Uma casa lotérica, fármacias, salões de beleza e outras lojas ficaram no prejuízo. Ouvi um dos funcionários que disse que é assim mesmo, mandaram fazer o serviço e pronto.
Lamentável a falta de respeito da CELESC. Espero que não isso não fique assim. É óbvio que o serviço teria de ser realizado, mas a custa do prejuízo dos outros?

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Dúvida (CONTO INÉDITO)

Álvaro não queria ir ao médico. Relutava e dizia que não tinha medo de morrer e também não tinha pressa. Dizia para a mulher que à cachaça que bebia era um conservante natural. Que o churrasco e a dobradinha eram gastos no suor do trabalho.
Sábado feijoada. Domino churrasco. Quarta dobradinha e sexto mocotó. Quando comprava cigarros olhava para um maço que dizia que fumar causava diabetes e para o outro que causava impotência, e fazia sua escolha. Havia um amigo do Álvaro, o Felisberto que era seu oposto. Felisberto se cuidava até demais. Mal saia de casa. Querendo viver bem mais que seus cinquenta anos foi ao médico. Assim que senta em frente ao médico, afirma:
-Doutor, quero chegar aos cem anos!
Empolgado o médico inicia as perguntas:
-Qual é a sua idade?
-50 anos doutor.
-O senhor fuma?
-Não senhor, nunca fumei.
-Bebe?
-Nem uma gota de álcool.
-Costuma frequentar esses bailes, clubes de dança?
-Não gosto de dançar.
-E viaja com que frequência?
-Não sou de viajar não, doutor.
-O senhor é casado?
-Viúvo. Há quinze anos.
-Mas tem namorada?
-Não. Desde que fiquei viúvo nunca namorei.
-Está envolvido com alguma atividade de caridade ou coisa parecida?
-Não, nem uma. Nem pretendo.
-Seu Felisberto, o senhor tem certeza que quer viver cem anos?
Felisberto sai pensativo e lembra-se do amigo Álvaro. Pensa que o amigo aproveita melhor a vida e fica em dúvida.
Álvaro decide ir ao mesmo médico que atendeu Felisberto. Numa manhã de quinta feira ele é o 3º da fila. Nervoso, pergunta a um homem a sua frente:
-O senhor conhece esse médico?
-Pessoalmente não!- Responde o desconhecido.
Álvaro, desconfiado, pergunta:
-Conhece alguém que já tratou com ele?
-Olha amigo, ele já tratou a minha falecida sogra. Já tratou também meu falecido sogro, um falecido irmão, uma falecida tia. Ah, tratou também um falecido amigo, mas ele não se cuidava muito-
Mais tarde após a consulta, Álvaro vai à casa de Felisberto para pedir alguns conselhos sobre seu modo de vida, quer imitá-lo. Ele bate a porta e uma vizinha diz:
-Seu Felisberto saiu-
-Saiu? O Felisberto saiu?
-É, bebeu vinho aí na varanda, depois se arrumou e disse que ia numa churrascaria e depois no baile-
Álvaro fica em dúvida. O que o médico teria dito a Felisberto? Então, assustado, chega a uma conclusão. “Não acredito, ele se cuidava tanto, não fazia nada o que eu faço. Deve estar muito doente, o doutor deve ter o desenganado. Ele deve estar se despedindo da vida”, pensa Álvaro.
Álvaro encontra o amigo numa churrascaria e embora esteja decidido a mudar de vida, não conta nada a Felisberto, está com pena dele. Felisberto olha para o amigo e diz:
-É Álvaro, você sim soube aproveitar a vida!-
Álvaro, penalizado, olha para Felisberto e diz:
-Mas a partir de agora vou te acompanhar em tudo meu amigo.

Seu “Manual”

-Seu Manual, eu escrevi: Se ele repor o dinheiro no caixa, não o denunciaremos. Disseram que está errado. Por quê?-
-Está errado sim meu rapaz! O certo é: Se ele repuser o dinheiro...
Entendeu? O certo é repuser-
-Entendi. Obrigado seu Manual.

Bistek

Moradores do bairro Bela Vista estão perguntando se haverá acesso para o supermercado também pela Rua Santa Catarina, entre o posto de gasolina e a peixaria. Se houver essa passagem será de ajuda não apenas por facilitar o trânsito na Avenida das Torres como será uma atitude generosa com moradores do bairro. Há idosos e crianças que frequentarão o Bistek e seria mais seguro e fácil uma entrada também pela Rua Santa Catarina.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Tolerância

Tolerância

Por que chegou a esse ponto? O que? A falta de respeito por parte de alguns jovens e adultos. Há poucos dias se repetiu a cena: alunos da 5ª série ameaçando professores.
A cadeira do barbeiro houve desabafos e lamentações. Há professoras que já desistiram e não querem voltar a uma sala de aula, aquilo que um dia havia sido um sonho.
Onde e como todo esse desrespeito começou?
Teria sido falta de disciplina? Disciplina só assusta quem não a recebeu, os que a receberam são gratos.
Li uma frase importante: “Por não se ter executado prontamente a sentença contra um trabalho mau é que o coração dos filhos dos homens ficou neles plenamente determinado a fazer o mal”.
A frase é irretocável. Fazer “vistas grossas” a atitudes impróprias, inclusive de nossos filhos só agravará a situação.
Pais equilibrados sabem o que quer dizer educar, disciplinar e sabem que essas palavras têm haver com amor. Quem não ama não educa, não disciplina. Semana passada jovens e conscientes bandidos entraram numa casa dizendo que não seriam punidos por serem menores. Eles já têm consciência da impunidade.
A frase que eu disse ser importante está em Eclesiastes 8:11.
Que aqueles que ainda têm sua herança em casa façam a sua parte. Amor se completa com educação e disciplina e muito carinho.

Pedofilia

O jornalista Paulo Alceu comentou que Policiais Federais têm ficado emocionalmente abalados devido a cenas de pedofilia as quais precisam ver a fim de investigar. Os agentes ficam abalados por serem cenas repugnantes.
A cadeira do barbeiro tem tocado no assunto.
O crime de pedofilia continua assolando a população, principalmente as mais indefesas – crianças bem pequenas. Ficar alertas e prestar muita atenção aos nossos filhos é fundamental. Conversar com as crianças e não dar chance ao azar. Não ser paranóicos e ao mesmo tempo saber que por vezes os abusos são cometidos por “familiares ou amigos”. Hoje outro perigo é a internet. Pais que deixam os filhos completamente à vontade em frente ao computador correm mais riscos. Computador com acesso a internet deve ficar num lugar da casa onde há circulação. “Ah mais eu tenho assuntos confidenciais”, crianças só têm assuntos confidenciais com os pais. Os que acatam esse velho conselho ficam mais seguros, seus filhos ficam mais seguros. E saber que por mais difícil que possa ser, precisamos denunciar quando houver necessidade.

Perguntaram a um idoso

Perguntaram a um senhor de 96 anos: Que presente gostaria de receber?
-Um pedido de teste de paternidade-
O que mais o assusta nas mãos de quem entra em seu quarto?
-Uma vela acesa-
O que não gosta de ver ao seu lado?
-Flores.
Esse senhor comediante morreu aos cem anos.

Seu “Manual”

-O seu Manual, eu ouvi alguém dizer “seje”. A pessoa disse assim: Seje como for eu vou junto. Está certo?
-Meu rapaz está completamente errado! Nunca repita essa palavra, é inaceitável. O correto é seja. Entendeu? Seja.
-Entendi seu Manual.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Regra de ouro

Quantas vezes já achamos bonito o ditado: “Não faça aos outros aquilo que não quer que façam com você.” É sem dúvida um ditado interessante. Mas existe um ditado tão superior que tem sido chamado de “Regra de Ouro”. A Regra de Ouro nos leva a ação em vez de a mera omissão. Se não fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco já é bom imagine então a aplicação da regra altruísta. A Regra de Ouro diz:
“Todas as coisas que quereis que os homens vos façam, tendes de fazer do mesmo modo a eles”. Ou seja, nessa regra somos incentivados a ter iniciativas, a agir, a fazer ao semelhante, ao próximo, aquilo que gostaríamos que fosse feito conosco.
Há quem torça o nariz a isso. Muitos pensam que é bobagem agir assim esperando que outros nos retribuam. Mas o ponto não é esperar retribuição. O ponto é agir é ser altruísta. Altruísmo é colocar os sentimentos dos outros a frente dos nossos. Tanto se fala em amor, em caridade, em religião, mas uma atitude altruísta revela nossa personalidade.
Com os filhos geralmente é mais fácil agir assim. Quem de nós depois de ser pai ou mãe dá atenção primeiro as nossas necessidades a frente da dos filhos? Depois que temos filhos nos colocamos em segundo plano, primeiro para os nossos filhos e depois, bem depois e olha lá, talvez pensamos em nós. E nem achamos ruim, é natural, é amor de pai e de mãe, dos de verdade. Quando colocamos os interesses de outros a frente dos nossos fazemos sim algo especial. Lá em casa, no trabalho, na escola, com vizinhos, no trânsito ainda há os que aplicam a Regra de Ouro. Bom para eles, ótimo para todos. Que maravilha procurarmos por situações onde possamos aplicar no dia-a-dia a maravilhosa Regra de Ouro. Ah, ela foi pronunciada por Jesus Cristo, está no evangelho de Mateus 7:12.

Chutando o sorriso

Valdemar entrou em campo com um objetivo aquela noite, impressionar seu filho caçula, queria que o pequeno ficasse orgulhoso dele. O futebol de salão num dos ginásios de São José seria especial nessa noite. Já na metade do segundo tempo para emocionar o pequeno filho, Valdemar chutou a bola de um jeito que daria inveja até ao Falcão. A bola foi em direção a rede feito uma bomba e logo atrás na mesma velocidade a dentadura de Valdemar. Na esperança de que ninguém mais tivesse visto seu sorriso por aí, disfarçou e correu por trás da trave, mas na ansiedade de pegá-la chuto-a de volta ao meio do salão.
Agora o time inteiro e a torcida gritavam:
-E tem um negócio aí, para, para!- Alguém percebeu o que era e disse:
-É a dentadura do Valdemar- Depois de vários chutes no seu sorriso ele voltou à boca de Valdemar, lavado é claro.
Agora o pequeno filho de Valdemar viu o pai sorrindo e ficou todo orgulhoso.

Seu “Manual”

-O seu Manual, é trás ou traz?
-Depende rapaz. Veja só. Trás é quando for atrás. O animal saiu de trás da arvore. Traz é flexão do verbo trazer. Aquele jardim lhe traz muitas lembranças. Entendeu?
-Claro. Obrigado seu Manual!

sábado, 14 de maio de 2011

Fim de noite

Osmar estava sem carro aquele final de semana, mas não seria um carro na oficina que o deixaria em casa. Depois de um banho especial e uma barba que o deixou com o rosto feito bumbum de neném ele ainda passa Kaiak e sente que está irresistível.
Com uma boa roupa e cabelo ajeitado pega um táxi no Bela Vista e vai a seu clube preferido. Assim que entra deixa seus olhos verdes olharem em todas as direções acreditando que será à noite.
De repente avista uma bela mulher. Ela é morena, cerca de trinta anos e olhos azuis.
Osmar aproxima-se e elogia seu cabelo. Antes mesmo que ela o agradeça ele oferece uma bebida. A morena aceita com um lindo sorriso. Conversa vai e vem. Ela diz que é promotora pública e está neste clube pela primeira vez. Disse que estava ali para se divertir. Já por volta da meia noite despedem-se e ele diz que irá pegar um táxi. A bela morena oferece uma carona e Osmar prontamente aceita, pensa que sua noite está apenas começando.
Assim que entra no carrão da promotora nota algo interessante. O carro tem adaptações e Osmar diz:
-Hum, você tem carrinho de deficiente?
A morena com ar de decepção levanta lentamente o braço esquerdo e só então Osmar vê o que não havia notado em duas horas de bate-papo. A mulher não tem a mão esquerda.
Osmar tenta remendar. Tenta consertar. Até se desculpar, mas, depois de alguns estragos alguns consertos não dão jeito. Com um clima alterado, Osmar sai do carro e pensa que devia ser mais observador. Fim de noite.

Muito perto

Em apenas três semanas cinco noticias sobre assaltos me chamaram a atenção. Normalmente somos um tanto frios quando acontece com desconhecidos.
Esses cinco assaltos ocorreram com amigos e conhecidos.
Além de perdas materiais houve violência e perseguições por parte dos bandidos. A violência está muito perto de nós.

Convite

Convido os leitores da coluna a conhecerem meu blog. O endereço está logo acima próximo ao email. Confira ali várias crônicas e comentários. Há histórias cômicas e emocionantes. Confira temas como “Mais que um pai” e “A reflexão que produz resultados”.

Seu “Manual”

-Seu Manual, o certo é descriminar ou discriminar?
-Meu rapaz, descriminar é inocentar, absolver de crime, tirar a culpa.
Agora, discriminar é distinguir, diferenciar, separar. Entendeu?
-Perfeitamente!

Vieira Futebol Clube

Semana passada meu amigo Alex telefonou para me contar a quantas anda um time montado com o propósito de unir suas famílias e amigos. Fundado em 11 de julho de 2010 o time tem alcançado seus objetivos. Nesse time aquilo que é importante no esporte tem atenção especial: amizade e união.
O presidente Ricardo Cardoso Vieira, o vice-presidente Alexsandro Cardoso Vieira e o técnico Márcio Coral além da foto mandam também seu lema:
A amizade é como a saúde: nunca nos damos conta de seu verdadeiro valor até que a perdemos, esse é nosso maior objetivo, este time, este “GRUPO de AMIGOS”, irá ter por finalidade, a UNIÃO e a AMIZADE, vamos com tudo pessoal.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Fim da linha?

Semana passada uma mulher vítima de um assalto estava feliz porque o bandido não foi violento. Quem bom. Só o que não é bom é que já estamos ficando gratos quando um ladrão pelo menos não é violento. Será que chegará um dia em que diremos?
-Que bandido gente fina. O cara não foi violento, não falou nenhum palavrão, ah se todo ladrão fosse assim o mundo seria um lugar bem melhor.

Papo de barbearia. Ingratidão

Quem já não sentiu decepção ao ser vítima da ingratidão?
Vítima da ingratidão. Será que já fizemos alguma vez uma vítima por sermos ingratos?
É mais fácil perceber que fomos injustiçados a notar que fomos injustos, ou a admitir.
Tudo veio à tona a partir do desabafo de alguém que disse:
-Eu realmente não faço as coisas pensando em retribuição. Procuro fazer o bem por ter aprendido a agir assim com meus pais. Foi a minha educação! Mas sempre que preciso de algo, de apoio, não recebo ajuda, parece que nunca faço nada por ninguém. Não há quem se prontifique ou atenda a um pedido por ajuda. A ingratidão é terrível-
Logo ali alguém diz:
-Sabe qual é o nosso problema? É que julgamos os outros por nós. Nossa tendência é esperar que as outras pessoas ajam como nós agiríamos. Mas muitos pensam de maneira bem diferente-
Acredito que esse segundo comentário resume boa parte da situação. Não justifica a ingratidão, mas, por vezes esperamos demais dos outros, esperando que agissem como nós pensamos ser a maneira certa.
Até a biblia narra uma situação onde Jesus curou dez leprosos e apenas um voltou para agradecer. Jesus Cristo sentiu a ingratidão de nove pessoas por ele curadas. É claro que em seu poder e sabedoria não se abalou, mas sentiu a tendência de muitos a ingratidão. Não da nem para imaginar então quando optaram pela libertação de Barrabás e a sua execução.
Quem já não sentiu o peso da ingratidão no local de trabalho? E na família então?
Há pouco tempo ouvi uma frase interessante; Estamos preocupados em deixar um mundo melhor para nossos filhos, mas por que não pensar em deixar filhos melhores para o mundo? Filhos melhores serão gratos, não farão pessoas sofrerem por sua ingratidão.
Os que são gratos continuarão com sua gratidão. Os que não são provavelmente continuarão ingratos. Os gratos nunca perderão por demonstrar essa bela qualidade.

Seu “Manual”

-Seu Manual olha o que eu li: Quando ele vir às notas, é provável que lhe dê uma surra-
-Está certo meu rapaz, “se ele vir”-
-Mas não é ver?
-Não meu rapaz. Aqui é do verbo ver, portanto termina em vir. Sempre que for usado no presente do subjuntivo precedido de “se” ou “quando” apresenta a forma vir.
Veja outro exemplo: Quando vir (e não ver) uma peça igual a esta, compre-a para mim-
-Poxa, valeu seu Manual!

O Papa

Perguntaram ao Papa Bento XVI o porquê de tanto sofrimento no Japão e em outros lugares e ele diz que ainda não sabe responder.
A biblia tem as respostas. Vale à pena conferir!

Surpresa

Estou escrevendo e ouço o Faustão surpreso com um homem pobre que encontrou uma mala com setenta mil reais e a entregou para o dono. O que deveria ser a regra hoje é a exceção. Disse bem o Faustão. Não existe meio honesto, ou é ou não é.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Papo de barbearia. Falar com o cônjuge.

O próximo mais próximo de alguém casado com certeza deveria ser seu cônjuge.
Marido e esposa são ou deveriam ser os melhores amigos, além de namorados.
Alguém em algum canto do salão, pergunta;
-Por que então é tão difícil falar com meu marido?-
E quem disse ser fácil falar com a esposa?
Falar na verdade até que é fácil. Difícil é ter a atenção e a compreensão do cônjuge.
No outro canto da barbearia alguém diz:
-Quando falo com uma amiga ela não me recrimina, não me corta no meio da conversa, chega a me colocar pra cima torcendo por mim. Mas minha mulher, hum-
O papo foi longe, ocuparia o espaço do Velha aí em cima ou do Fábio aí do lado.
Em certo momento lembrei de uma entrevista de um psicólogo que nos lembra que um amigo ou uma amiga não tem direitos sobre nós. Ou seja, se dizemos a um amigo que iremos viajar num projeto pessoal o amigo vibra com isso, afinal de contas, não é casado conosco. Já o marido ou a esposa sabe que qualquer decisão nossa afetará a ele ou a ela.
Onde estaria a solução? Como dar e receber a atenção e apoio esperado do cônjuge?
O papo de barbearia nos leva a algumas conclusões. Os papos de barbearia têm em seus assentos não psicólogos de profissão, mas viventes da situação. Viventes que veem em suas casas os erros e acertos da convivência. Um poderoso princípio diz que devemos “visar os interesses dos outros e não apenas os nossos próprios assuntos” está na biblia em Filipenses 2:4. Quer dizer, nos interessar de verdade pelas outras pessoas. Quanto mais nos assuntos que são importantes a um amigo, quanto mais aos que são importantes ao cônjuge.
Alguém num dos cantos do salão ouviu a proposta de mostrar interesse nos assuntos que alegram o marido. Ela disse que se esforçava em ouvi-lo, mas agora talvez passasse a se interessar de verdade por seus assuntos e não apenas fingiria, afinal, ele talvez percebesse seu desinteresse.
E lá vamos nós, sem desistir sem desanimar, afinal de contas nós mesmos deixamos a desejar e não seria com certeza sensato esperar demais quando nós temos também que melhorar. Ou será que não temos?
Feliz o casal que conversa como amigos e se comportam como namorados!

Seu “Manual”

-Seu Manual. Olha que bobagem disse aquele homem. Ele viu aquele acidente e disse que é formidável!
-Ele falou muito bem. O acidente foi formidável.
-Mas, seu Manual, o acidente foi pavoroso, colossal, medonho.
-Então meu rapaz, esse é o sentido da palavra formidável. Colossal, medonho, pavoroso.
-É foi mau seu Manual. Eu não conhecia o significado dessa palavra.

Na Cadeira do Barbeiro

Leia divertidas e emocionantes histórias. Um homem recebe uma consulta urológica na cadeira do barbeiro. Pai e filho demoram a sentarem para conversar e seu tempo acaba.
Os livros Na Cadeira do Barbeiro podem ser encontrados nas livrarias Nobel shopping Itaguaçu e Boreal no shopping Ideal. Se preferir, ligue: 3346-8801 ou 8828-8494

Pergunta indiscreta

Algumas perguntas são inocentes, outras são indiscretas.
Perguntar a alguém quanto ela ganha, por exemplo. E perguntar a idade então?
Existe coisa pior do que perguntar a uma mulher quanto ela pesa?
Volto a lembrar de um menino de cinco anos que olhou através do espelho nos olhos do barbeiro e perguntou:
-O senhor não trabalha, só corta cabelo?

terça-feira, 19 de abril de 2011

A reflexão que produz resultados

O grande escritor Olavo Bilac (1865-1918) estudou medicina e direito, mas não concluiu nenhum dos cursos. Atuou como jornalista e inspetor escolar e dedicou boa parte de seu trabalho e de seus escritos à educação. Patriota, escreveu a letra do hino à bandeira.
O texto de Bilac a seguir pode nos fazer refletir e avaliar como encaramos as coisas e as pessoas a nossa volta. A tragédia na escola no Realengo semana passada fez muitos de nós refletirmos, ponderarmos, mas passados os dias, nossa tendência é esquecer e simplesmente tocar a vida em frente. É claro que temos que tocar a vida em frente, não adianta ficarmos todo o tempo pensando na tragédia, mas, acompanhe com atenção este texto, leia com todo seu sentimento. Tudo começa quando um amigo do poeta o encontra na rua e lhe faz esse pedido:
-Senhor Bilac, estou precisando vender o meu sitio que o senhor tão bem conhece. Será que poderia redigir um anúncio para o jornal?
Bilac escreveu:
-Vende-se encantadora propriedade onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes na varanda-
Meses depois, o poeta pergunta ao homem se havia vendido o sítio.
-Nem pense nisso- Disse o homem-Quando li o seu anuncio é que percebi a maravilha tenho!-
Meditar, refletir, ponderar, faz muito bem. Faz-nos compreender melhor as coisas que temos. O grande valor das muitas, ou poucas coisas que temos. Meditar nos faz avaliar tudo o que já adquirimos e o esforço envolvido nessas aquisições. Refletir nos faz valorizar pessoas, saúde, fé, esperança, casa e tudo o mais que sentiríamos falta se de repente perdêssemos.
A tragédia no Japão que com certeza ainda não esquecemos e a tragédia no Rio de Janeiro em vez de fazer-nos apenas lamentar, poderia servir para avaliarmos como estamos conduzindo nossa vida, e principalmente, como nossa maneira de viver e agir tem afetado as pessoas ou as “coisas” mais importantes que ainda temos.

Seu “Manual”

-Seu Manual, eu li aja, sem h, está certo?
-Pode estar certo sim meu rapaz. Aja, sem h é flexão do verbo agir. Exemplo:
Aja sempre com prudência no trânsito.
Haja com h é quando for flexão do verbo haver (acontecer, existir, ocorrer, ter, etc) Exemplo: Haja o que houver, estaremos ao lado das crianças. Entendeu?
-Claro. Obrigado seu Manual.

Não esqueça

É neste domingo, dia 17, a parir do pôr- do- sol que inicia o 14 de nisã, a data exata em que ocorreu a refeição noturna do Senhor ou Santa Ceia. Naquela ocasião se comemorou a última páscoa e desde então se celebra a maior expressão de amor pela humanidade, o sacrifício da vida de Jesus Cristo.

Diversão?

Até que ponto alguém pode se divertir à custa da agonia de um animal?
Quem tem um cachorrinho deixaria alguns “amigos” o provocarem por baterem com o pé no chão, assustá-lo, correr atrás dele até que ele ficasse cansado, agitado, assustado?
Como se mede uma farra ou uma diversão?

Na Cadeira do Barbeiro

Nas livrarias Nobel shopping Itaguaçu e na Boreal shopping Ideal você encontra os livros Crônicas Na Cadeira do Barbeiro. Divirta-se com a história de um homem que tomou uma “gelada” antes de ser preso e emocione-se com a história de pai e filho que foram pescar e curtir a natureza, mas o pai era cego.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A Páscoa

Estamos a poucos dias da data mais importante do ano. Há muitos envolvidos nas compras de chocolates, mas o que realmente é a Páscoa? Quando e por que passou a ser celebrada?
A primeira Páscoa foi celebrada no ano de 1513 AEC. O motivo da celebração foi à saída dos israelitas do Egito, ou sua libertação, afinal de contas eram escravos.
A celebração ocorreu no dia 14 do mês de abibe, hoje chamado de nisã. Um cordeiro era usado na noite de celebração junto a ervas amargas, pois, sua vida havia sido amarga no Egito. Anos depois já na terra prometida deviam celebrá-la anualmente sempre no dia 14 do mês de nisã.
Jesus Cristo também celebrava a Páscoa, inclusive a celebrou na noite anterior a sua morte. Naquela noite ele primeiro celebrou a Páscoa como era o costume judeu junto com os doze apóstolos. Depois dispensou o traidor Judas e só então celebrou um pacto com os onze leais. Está última é a chamada Santa Ceia.
Para sabermos a atual data exata desse momentoso acontecimento temos que nos basear no equinócio que ocorreu este ano em 20 de março. Os meses judeus iniciavam com a lua nova, portanto procuramos o inicio da lua nova mais próxima de 20 de março (esta vez em 3 de abril) ali começa o mês de nisã. Então contamos até 14 para chegarmos ao 14 de nisã. Assim chegamos à conclusão de que este ano, este mês, o 14 de nisã cai no domingo dia 17. Temos também de levar em conta que naquele tempo os dias iniciavam no pôr-do-sol. Ou seja, assim que anoitecia inicia o novo dia. No domingo dia 17 deste mês, logo que o sol se pôr, iniciará a “sexta-feira santa”. Há cerca de dois mil anos numa noite de sexta-feira, 14 de nisã, Jesus celebrou sua última Páscoa como humano aqui na terra e em seguida a Santa Ceia. Como ele morreu antes do pôr do sol seguinte ele morreu ainda em 14 de nisã. Não há como não dizer que se aproxima a data mais importante do ano. A data do maior gesto de amor. Um Pai que envia um Filho disposto a morrer por cada um de nós.
Que possamos meditar nos ensinos do Maior Homem, em especial agora no aniversário de sua morte.

Falta de respeito

Muita gente acredita apenas em seus direitos. Muitos defendem que uma pessoa tem todo o direito de trocar algo comprado em uma loja mesmo que o produto não tenha apresentado defeito. Alguns defendem esta ideia alegando que de repente chega a casa e acha que o produto ou móvel comprado não combinou que não era bem o que esperava. Os que defendem esta ideia poderiam ou deveriam colocar-se no lugar do vendedor, ou do lojista. Quem defende esta ideia deve responder se estaria disposto a efetuar essa troca se estivesse do outro lado da história. O velho ditado “pimenta nos olhos dos outros é refresco” é válido aqui.
Demonstrar respeito pelos outros e pensar melhor antes de tomar decisões é a chave para o êxito em quase tudo.

Seu “Manual”

-Seu Manual eu escrevi “acender”, está certo?
-Se for “acender a lâmpada” está certo. Mas se pode ser ascender.
“Ascender” assim é subir. Exemplo: Para ascender ao cargo terá de fazer sacrifícios.
-Valeu seu Manual.

E agora?

Costuma-se dizer que o esporte favorece a amizade, o respeito e a solidariedade. Nem sempre. As músicas da cantora Shakira estão proibidas nos intervalos nos jogos do Real Madrid porque ela namora um jogador do adversário Barcelona. Por aqui alguns torcedores destroem estádios, atiram pedras e ferem. Não é a maioria que age assim. Porém fica evidente que algo está errado. As três qualidades acima e as atitudes alistadas abaixo formam o que se chama- paradoxo- E agora?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Não sei, nunca comi

Natanael gostava de fazer graçinhas. Nunca se deu ao trabalho de saber se os outros gostavam de suas brincadeirinhas. Fazia as perguntas mais indiscretas deixando até sua mulher sem graça. Quando via um músico cego tocando teclado dizia:
-O cara é bom mesmo! Toca sem olhar para o teclado-
Os amigos o alertavam:
-Olha rapaz, você ainda vai se dar mal.
Um dia encontrou uma ex-colega de trabalho e perguntou:
-Ta grávida? É pra quando?-
A moça disse que não estava grávida e saiu rápido de perto de Natanael.
Numa manhã de sábado no supermercado em que trabalhava viu uma senhora aproximar-se. A senhora segurava um pacote de ração para cachorro e perguntou gentilmente a ele:
-Sabe se esta ração é boa?-
Natanael respondeu em alta voz esperando arrancar risos de alguém a sua volta:
-Não sei senhora. Nunca comi-
Natanael não havia percebido que um senhor alto e forte ao seu lado era o marido daquela senhora. O senhor virou-se e disse:
-O quê falou pra minha mulher?-
Enquanto Natanael abria a boca em busca de uma resposta foi atingido pelo que parecia ser um atropelamento. O marido da senhora deu-lhe um soco fazendo-o parar alguns metros de distância. Explicado o motivo da confusão ao gerente, Natanael pela primeira vez conseguiu pedir desculpas por uma de suas brincadeirinhas.
Hoje com o nariz apontando para o lado direito, Natanael não se importa que brinquem com seu nariz torto. Quando alguém lhe pergunta por que ficou assim, ele diz:
-Foi por causa de ração pra cachorro-

Compre tempo

A correria da vida moderna pode fazer parecer nova à expressão “comprar tempo”, mas a realidade é que ela é bem antiga. Alguns perguntam a pessoas que parecem fazer muito como conseguem tempo, tempo para fazer tudo o quê fazem. Acredito que temos todos as mesmas 24 horas, os sete dias por semana e assim por diante. Por que então uns parecem ter mais tempo e outros menos tempo?
Pessoas que costumam ou conseguem economizar dinheiro têm boas reservas e sentem-se mais seguras. Os que economizam dizem que conseguem economizar gastando menos, procurando produtos mais baratos e guardam mesmo que seja pouca coisa. Esses poupam e sempre tem um dinheiro extra. Isso tem haver com nosso tempo.
Nosso tempo se não economizado, se gastamos com qualquer coisa, com qualquer tipo de programação de TV, bobagens na internet, vai por água abaixo como acontece com nosso dinheiro. Agora, se prestarmos atenção a como gastamos nosso tão precioso tempo, se pouparmos tempo, se o investimos melhor, faremos grandes coisas.
Há poucos dias publiquei aqui na coluna a frase: Quando tiver de pedir algo a alguém, peça a quem não tem tempo, esse dará um jeito de lhe ajudar. Se pedirmos a alguém desocupado, esse dirá que não tem tempo.
Comprando tempo, ou usando-o melhor, investindo em coisas que valem à pena, seremos muito beneficiados. Teremos tempo para ler e estudar. Além disso, continuaremos trabalhando bem e bastante. Teremos tempo para dedicar a algum hobby.
E não tenha dúvida, ainda sobrará tempo. Ah, quanto a expressão comprar tempo, está na bíblia, em Efésios 5:16. Experimente comprar tempo. Será uma ótima compra!

Seu “Manual”

-Seu Manual, despercebido e desapercebido é a mesma coisa?
-Olha meu rapaz, muita gente confunde. Até o pessoal da Globo tem trocado as palavras. Veja só: despercebido é não notado, não percebido, desatento. Exemplo:
Observador como é, nada lhe passa despercebido.
Desapercebido é outra coisa. Desapercebido é desprovido, desprevenido. Exemplo:
Como estava desapercebido de dinheiro não pôde assistir ao filme. Entendeu?
-Claro! Obrigado seu Manual.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mais que um pai

Artur crescia ao lado dos pais e de dois irmãos. A família parecia comum e unida.
Comum, pois, viajavam, realizavam festas e discutiam. Artur já estava com doze anos e havia se tornado muito observador. Percebia em seu pai uma mistura da figura autoritária e ao mesmo tempo amigável. Embora fosse o filho mais velho tinha certeza de que jamais o pai brincara com ele como com seus dois irmãos. O pai demonstrava carinho por Artur, mas, o achego com os dois mais jovens era evidente. Artur passou a se perguntar o que poderia fazer para agradar ao pai. Queria chamar sua atenção. As notas no boletim continuavam altas. Começou então a lavar o carro do pai todos os finais de semana. Depois passou a tomar a iniciativa em comprar o jornal e entregar-lhe nas mãos.
O pai de Artur agradecia a cada gesto de gentileza, mas mantinha distância desse prestimoso filho.
Com o tempo Artur passou a se contentar com o simples fato de ter um pai. Otávio era ao mesmo tempo educador, porém bondoso. Talvez estivesse esperando de mais de seu pai, talvez devesse ser menos exigente: pensava Artur.
A iniciativa de beijar e abraçar o pai lhes aproximava, mas essa atitude partia sempre de Artur.
Num churrasco com parentes, Artur, desabafou pela primeira vez em sua vida sobre o sentimento de distância por parte do pai. O tio, comovido após ouvir toda a história, resolveu revelar um importante segredo. O tio, entre lágrimas e com voz trêmula disse que Artur não era filho de Otávio. Disse a Artur que quando Otávio conheceu sua mãe ela já estava grávida. Otávio casou com a mãe de Artur e o registrou logo após seu nascimento. O tio esperava que ao saber a verdade o sobrinho colocasse um fim aquela esperança de ter maior intimidade com o pai. Mas tinha medo da reação do sobrinho de apenas doze anos. Artur sorria durante todo o tempo em que o tio lhe explicava aquela antiga história.
Na mesma noite antes de ir dormir, Artur foi até a sala onde ficou a sós com o pai.
Encarou-o e estendeu-lhe a mão. O pai sem entender apertou sua pequena mão e o ouviu dizer:
-Quero lhe agradecer. Quero agradecer, pois, hoje soube de toda a verdade. Agradeço pelo que fez a minha mãe e por tudo o que fez por mim. Por ter me registrado e estar me tratando como seu filho. O senhor é para mim mais que um pai!-
Otávio não se conteve e abraçou com abraço de pai pela primeira vez aquele seu filho.
Artur podia sentir as lágrimas do pai caindo por cima de sua cabeça e seu coração colado ao seu rosto.
Artur sentiu naquele gesto tudo o que havia esperado durante doze anos.
Hoje, passados quase trinta anos Artur é o filho mais achegado a Otávio.

Seu “Manual”

-O seu Manual. Eu escrevo cerrar ou serrar?
-O rapaz já vou lhe explicar, deixe eu sentar aqui.
Cerrar com c é fechar. Exemplo: Como estava frio eu cerrei as janelas.
Serrar com s é cortar. Outro exemplo: Ele levou o dia inteiro para serrar aquela madeira.
-O seu Manual, o senhor sabe tudo, em?
-Ora que isso rapaz. Consulte-me sempre que precisar.

Livro Na Cadeira do Barbeiro

Convido os leitores da coluna e do São José em Foco a lerem meus livros;
Crônicas Na Cadeira do Barbeiro e Crônicas Na Cadeira do Barbeiro Sua História Passa Por Aqui. São livros com histórias cômicas, curiosas e trágicas. Divirta-se com a história de uma consulta urológica realizada dentro da barbearia e ainda a de um homem que por tempo adiou o sonho de conhecer certo radialista, e o encontro foi inusitado.
Livraria Nobel shopping Itaguaçu – Boreal shopping Ideal – Livros e Livros – Catarinense – Se preferir ligue 3346-8801 ou 8828-8494