quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pais

Pai pode ser herói, conselheiro, amigo, mas antes de tudo, é pai. Pai é ou deveria ser modelo de caráter a ser copiado com orgulho. Há uma variedade de pais. Não gosto do ditado: “Deus é pai e não padrasto”. Provavelmente por eu ser padrasto de uma moça de 20 anos, que desde os 6 só me chama de pai. Sinto que amor de pai e mãe ultrapassa o sangue. Que o diga quem conhece a música “Filho Adotivo”, de Sérgio Reis. O programa Estúdio Santa Catariana do último domingo mostrou um sujeito que agrediu violentamente seu enteado de três anos. Deixou chocados até policiais experientes. O problema é que a noticia está ficando comum. Às vezes quando mencionamos um caso desses as pessoas confundem e comentam outro similar. Com alguns pais o problema nem é a violência física. Conheci um “pai” que aos 80 anos foi procurado por um de seus dez filhos. Esse senhor não conviveu com nenhum dos dez filhos que fez. Certo dia um homem de 40 anos bateu a sua porta. Era um de seus filhos. Esse rapaz por anos procurou pelo pai. Seu pai, depois de ouvir o filho dizer que estava feliz por tê-lo encontrado, lhe disse:
- Quer mais alguma coisa? – Nem o convidou para entrar em sua casa. Deixou claro que não se emocionou com o encontro tão aguardado pelo filho. Esse senhor tratou o filho com toda a frieza possível. Já num enterro de um senhor de 73 anos um idoso de 96 anos chorava copiosamente. Esse de 96 era o pai do falecido. Não podia acreditar que perdera seu filho. Talvez pensasse que o filho tinha muito a usufruir da vida ao seu lado.
Ainda bem que há bons pais e bons filhos. Bons pais e bons filhos jamais devem fazer “vistas grossas” ao perceber maus tratos a crianças. Tem que denunciar na hora. Bons pais e bons filhos expressam em vida os sentimentos e assim se um dia chorarem será de saudades e não de remorso.

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