quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Quem entrará para as estatísticas? Não faltam desejos de felicitações, de saúde, de felicidade. É fato de que muitos levam isso a sério. Mas também é fato que bastam alguns poucos para que as desgraças aconteçam em nossas rodovias. Que ninguém tem "hora marcada" é óbvio, senão não haveria porquê alertar, educar. A falta de respeito pela vida, a própria e a alheia, leva a isso: Tantos que lerem esse curto texto ou outros similares não estarão vivos dentro de uma semana. Trágico? Antes fosse. Realístico. Se tem um marido irresponsável ao volante, não fique tão perto. Se tem um amigo que bebe e dirige em seguida, evite-o, pelo menos nessas situações. Assim continuará lendo e fazendo muitas outras coisas por muito tempo. O que mata nas estradas não o "destino", é a imprudência. Grande novidade.

sábado, 21 de dezembro de 2013

O programa - Na cadeira do barbeiro - na rádio Luar FM 98,3 www.radioluar.com.br - Volta em fevereiro. Entrevistas com pessoas muito interessantes, entre elas, muitos comunicadores e jornalistas aqui de Santa Catarina. Também a participação da advogada Francielli Elizete Andrade, da área cívil, trabalhista e previdenciária, tirando dúvidas da população. E o médico Carlos Maestri Castilhos nos auxiliando em questões práticas do dia a dia. Além de boas músicas, nacionais e internacionais. Em fevereiro, conto com sua audiência. Se quiser ser um dos apoiadores culturais do programa, mande um e-mail ou telefone:8436-6284.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O homem do 4

Arnaldo estava endividado. Cheque especial, cartão de crédito, cunhado, lojas locais, etc. Morando em Curitiba era um apaixonado por corridas de cavalos; os amigos diziam que ele era viciado. Para completar sua dura fase o patrão o chama e começa aquela velha história de épocas difíceis, contenção de despesas e que, bem, Arnaldo estava demitido. No caminho de casa Arnaldo pensava em como dar à notícia a esposa e imaginava “pior não pode ficar”. Em casa a esposa depois de ouvi-lo, falou: - Quero o divórcio! – Mas Esmeralda você não pode me deixar agora, não nesse momento. - Desculpe Arnaldo, não é de agora, não aguento mais essa sua maneira de viver, chega, acabou, foram 4 anos suportando suas burradas. Arnaldo sozinho calcula suas contas, 40 mil reais. Decidido acabar com a própria vida abre uma gaveta e vê seu “três oitão”, abre a arma e vê que ela está com 4 balas. Pensa que está com muitas bobagens em sua cabeça e vê sua certidão de nascimento. Olha a data em que nasceu (nascera em 4 de abril de 1944) na mente de um jogador ele percebe que nasceu em 4 de 4 de 44. A mente funciona. Dívida de 40 mil. O número de sua casa é 40. As 4 balas no revólver. A data de nascimento. Os 4 anos de casamento. Parecia uma luz. Ele põe a mão no bolso e vê que só tem 4 reais. Corre para a rua e vê um taxi; a placa VAI 4444. Arnaldo entra e apresenta-se. O taxista diz: - Muito prazer, meu nome é Torquato – Arnaldo pede ao gentil motorista para ir até o local das corridas. Pensa que é um sinal, o 4 é seu número, o número da salvação. O taxista ouve a lamentável história de Arnaldo e também se convence de que ele ganhará o prêmio. Concorda em receber no final da corrida, a viagem até ali havia custado 40 reais. Torquato, empolgado com a história do 4 empresta 400 reais a Arnaldo. Arnaldo não tem dúvidas. Aposta os 400 reais no cavalo número 4. A corrida começa. Arnaldo está nervoso, mas confiante. Todas aquelas ocorrências com o 4 não poderiam ser mera coincidência. Seu cavalo está em primeiro, de repente em segundo, é passado para trás e termina a corrida em 4º lugar. Arnaldo fica sem palavras. Volta para o taxi que o aguardava. O taxista parece confiante, mas ao olhar de perto o rosto de Arnaldo também fica sem palavras. Arnaldo pede desculpas. Diz que agora tem novas dívidas. A corrida do seu Torquato, 40 reais e os 400 que havia tomado emprestado do nobre taxista. O taxista se vai. VAI 4444, é placa do taxi. Ele ainda tem 4 reais no bolso. Arnaldo sente o cheiro de cachorro-quente. Ele está com muita fome e pensa que pelo menos aqueles 4 reais servirão a algo de bom. Ele pergunta ao homem quanto custa o cachorro-quente. O vendedor sorri e diz: - Custa 5 reais, amigo.

NOSSO CURTO TEMPO – REDUZ NOSSO CURTO TEMPO

Ando com a vida “corrida” e creio o amigo leitor (a) anda na mesma situação. Mas é possível que esteja sendo mais atento ou preocupado com a saúde do que eu e muitos por aí. Nossos muitos afazeres nos fazem dar desculpas de que não temos tempo para atividades físicas, exercícios vitais a todos nós. “Ah, meu tempo é curto”. E segundo especialistas na área se continuarmos a pensar assim será mais curto do que imaginamos. Curto. Logo vamos parar a “máquina”, organismo esse maravilhosamente projetado, e por alguns ou tantos, mal aproveitados. Mesmo os que não fumam e bebem com moderação; se não praticarem exercícios físicos e não cuidarem da alimentação, o tempo poderá ser “encurtado”. Estou nessa última “leva”. De um ano para cá consegui emagrecer uns 7 quilos, comendo um pouco menos todos os dias. Agora, falando com sinceridade, cheguei até aqui por dois motivos. Primeiro, um comentário da querida colunista Viviane Bevilacqua, no DC do último sábado. Ela fala do comentário de um médico, doutor Fábio Cardoso, especialista em medicina preventiva. Ele escreveu que pela primeira vez na história da humanidade existe uma geração que pode não viver tanto quanto seus pais. A jornalista diz que imaginava algo bem diferente em uma época em que cientistas trabalham para que vivamos mais do que 100 anos. Então qual o problema? Segundo a matéria da colunista, ao passo que a medicina avança as crianças de hoje sofrem de doenças que as gerações passadas não tinham. Médicos têm notado que moléstias que acometiam apenas adultos e idosos, agora atingem crianças. O diabetes tipo 2, colesterol elevado, hipertensão, problemas vasculares, ortopédicos e apneia do sono. Segundo os médicos essas doenças são causadas principalmente pela obesidade, hábitos alimentares indevidos e sedentarismo. Aí vem o segundo motivo de por que cheguei até aqui. Qual a solução? É isso aí Viviane, conscientizar crianças e adultos. Exercícios e alimentação correta. Como exigir dos filhos sem dar o exemplo? Depois de uma gripe forte de quase duas semanas me comprometo e dar exemplo a quem devo. Dentro de algumas semanas voltarei ao assunto. Sem desculpas. Não quero um curto tempo, quero muito tempo, mas para isso, só cuidando da saúde.

LAINE VALGAS E ANTUNES SEVERO

Confira essas últimas duas entrevistas do programa Na cadeira do barbeiro. A competência e super simpatia de Laine Valgas. O grande trabalho do publicitário, jornalista, um dos grandes nomes da comunicação catarinense, Antunes Severo nos contando detalhes sobre esse portal: carosouvintes.org.br

IMPARCIAL. QUEM É?

A imparcialidade pode fazer a diferença entre informar ou confundir, entre a paz e o caos. Quem age com imparcialidade age com justiça e já foi dito que o difícil não é ser bom, o difícil é ser justo. E claro, a justiça exige isso, não abrir mão da imparcialidade. Quando o assunto é em casa, em família, exige esforço ser justo, paciente para ouvir os dois lados da história, principalmente quando ambos parecem estar certos. Mas quando há imparcialidade em resolver a questão o assunto pode terminar bem. No trabalho e na escola não é diferente. Quem está certo, meu filho, ou seu professor? Meu filho jamais faria tal coisa? Será? Mas aquele professor é ótimo, jamais diria isso? Será? Só depois de ouvir, e ouvir de maneira imparcial é que se terá talvez a certeza de quem está com a razão. A imprensa não é diferente. Há interesses por trás das notícias? Por parte de quem? Quem apurou os fatos é alguém imparcial? Avaliou todos os fatos de maneira “aberta”, ou agiu de acordo com o pouco que já conhecia? Seja lá qual for o assunto, tirou tempo para avaliar os fatos? Perguntou a quem tem as reais informações? Ou indagou de “qualquer um”? Haveria a possibilidade de alguém da mídia ser preconceituoso ou tendencioso? Por vezes depois de ler, assistir ou ouvir matérias, pensei: Cadê os outros 70% da matéria? A de se buscar por quem deixou de ser imparcial? Como? Importante lembrar que principalmente a TV nem sempre tem tempo de abordar certos assuntos de maneira mais completa, assim fica difícil uma ideia ficar 100% esclarecida. Pessoas atentas e inteligentes buscam por mais informações e sempre em fonte confiáveis. Daí forma-se uma mente “aberta”, ou melhor, um ser humano verdadeiramente imparcial.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Deivison Hoinascki Pereira é barbeiro, escritor dos livros - Crônicas Na Cadeira do Barbeiro - Crônicas Na Cadeira do Barbeiro Sua História Passa por Aqui - Romance, Um Sonho de Menino. Jornalista, colunista dos jornais São José e Biguaçu em Foco. Cronista do Instituto Caros Ouvintes. Radialista, produz e apresenta o programa Na Cadeira do Barbeiro, com entrevistas, utilidade pública e músicas - Rádio Luar FM 98,3 ou www.radioluar.com.br - todas as segundas-feiras às 18H. Nasceu em Florianópolis em 28 de janeiro de 1973.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

“Seguro morreu de velho”

Um dia um amigo muito inteligente disse que acabara de entender esse velho ditado. Ficou empolgado em compreendê-lo. Conversamos sobre o assunto. Levando em sentido figurado, como se seu “Seguro” fosse um homem, também poderia se aplicar a uma mulher, morreu de velho. Morreu de velho porque era “vivo”, atento, perspicaz. Não caía em qualquer conversa, não caía no “conto do vigário”. Esperto, só mesmo a idade avançada, e bem avançada o mataria. Mas há infelizmente aqueles que são tão ingênuos que poderiam ouvir do Robin: Santa inocência Batman. O problema é que essa “inocência” tem levado não só o primeiro a cair numa conversa, ou numa história perigosa. Homens e mulheres, mas principalmente mulheres têm caído nessa armadilha. Acontece muitas vezes assim: A pessoa conhece alguém pela internet. Faz uma rápida e íntima amizade. Parte para um namoro muitas vezes sem levar em conta que tem filho ou filhos pequenos ou adolescentes. Já conheci o caso de uma jovem que conheceu nessas “baladas” um sujeito qualquer. Em poucos dias praticavam suas intimidades dentro da casa dela. Até o dia em que o filho de 3 anos bateu na porta na “hora errada”. O cara atirou e matou o inocente menino, esse sim era inocente. A imprensa mostra casos com frequência de pessoas que se conhecem na internet e partem para o romance. Óbvio que não se pode generalizar, mas são muitos os casos que acabam em tragédia. Aí, com todo o respeito a crenças e opiniões. Não adianta dizer que: era pra ser assim, ou tinha que acontecer. Não tinha que ser assim e não era pra acontecer. O que passa pela cabeça de uma pessoa ou uma mulher que mal conhece um sujeito e o coloca dentro de casa, perto de seus filhos? Ah não nos cabe julgar é verdade, mas pelo menos pelas crianças inocentes vale a pena repetir – SEGURO MORREU DE VELHO.

Caros Ouvintes

Instituto Caros Ouvintes para Estudo e Pesquisa de Mídia – site – carosouvintes.org.br- Está aí um portal para sua consulta diária. Notícias, entrevistas, crônicas e muito mais. Confiram meus trabalhos acessando direto o site ou vá à barra de endereço e coloque – Na cadeira do barbeiro – Buscar. Deixe seu comentário, será bem vindo.

Rádio Luar FM 98.3 – Na cadeira do barbeiro

Que tal ser um apoiador Cultural do programa Na cadeira do Barbeiro? O programa que vai ao ar todas as segundas-feiras às 18:00h tem músicas e entrevistas está no ar há mais de 4 meses e vem ganhando cada vez mais audiência. Faça parte desse programa divulgando sua empresa em meu programa. Telefone: 8436-6284 - Venha para a Cadeira do barbeiro. Luar FM 98.3 ou pela internet www.radioluar.com.br

Eles pediram

Em Garopaba os pescadores só têm tempo quando o tempo não ajuda. Uma “nordestada” (como chamam ali esse tipo de vento) espanta os peixes deixando os pescadores “ a ver navios”. Uns 8 quilômetros da praia fica o bairro Encantada onde mora seu João. Ele pode ser conhecido por muitas boas qualidades, mas algo em especial tanto irrita como alegra o pessoal em Encantada até a praia de Garopaba. Seu João é conhecido como o maior mentiroso já visto na região e fora dela. Chegou uma época da “braba nordestada”. Mais de 15 dias sem pesca. A turma se junta no bar para tomar umas pingas, contar histórias e esperar a melhora do tempo. Afinal de contas a coisa estava ficando feia. Num daqueles dias de espera, de angústia, eis que passa rapidamente pela frente do bar do seu Joca o seu João, lá de Encantada. A turma na maior lamentação até se anima e grita: - O seu João. Chega aqui, chega aqui. - Não da, hoje não da pessoal. To com pressa – responde seu João. - Mas o que aconteceu, homem? – Pergunta um deles. - Já disse que hoje não da. - Ah seu João, entra aqui e conta uma mentirinha pra nós, vai. Só uma. - O pessoal eu já disse que hoje ta difícil. To com uma vaquinha atolada lá no sítio e tenho que abater e tirar de lá, tem muito trabalho. - E, e pra nós, tem alguma coisa? – Pergunta outro. - Claro que tem. Tem pra todo mundo. É vaca grande. Pode pegar facão, bacia, balde, vamos lá- responde seu João. E lá se foi à turma. Mais de 12 homens. Com facões, baldes, bacias. Iriam depois de dias tirar a barriga da miséria. A caminhada era longa, 8 quilômetros, mas o que importava essa “pernada” na situação deles? Debaixo de sol e vento, mais de 2 horas de caminhada. Quando finalmente chegaram ao sito do seu João a turma já elaborava como iria preparar aquela carne toda depois de tantos dias sem peixe. Assim que entraram viram seu João sentado na varanda tomando um café. Perguntaram: - Onde é que ta a vaca seu João? Seu João respondeu: -Mas vocês são um bando de trouxas mesmo. Pedem pro cara contar uma mentirinha e vem tudo atrás.

RÁDIO LUAR

Na última segunda-feira, dia 14, recebi em meu programa – Na cadeira do barbeiro na rádio Luar FM, o radialista Nabor Prazeres. Com uma voz inconfundível, muito profissionalismo e simpatia “matou” a saudade de muitos ouvintes. Tenho o privilégio de ter sua voz nas vinhetas do programa. Foram mais de 40 anos dedicados ao rádio, como locutor e coordenador em várias emissoras. Confira essa entrevista no site – carosouvintes.org.br (Barra de endereço e coloque Na cadeira do barbeiro. O programa vai ao ar todas as segundas às 18h Luar FM 98.3 ou pela internet WWW.radioluar.com.br

Frases e reflexões

Se há uma coisa que nos faz parar, nos encostarmos bem na cadeira, colocar a mão no queixo e botar a cabeça pra funcionar a “todo vapor” é uma frase relevante. Ao longo da vida nos deparamos com várias delas e por mais que passem os anos, por mais que falhe a memória, há frases inesquecíveis. A capacidade de raciocinar com base em algo inteligente não é para todos. Não se pode dizer que é grosseria dizer isso, antes fosse. A sensibilidade, a humildade, a modéstia, a perspicácia, faz com que pensemos mais profundamente diante algo lido ou ouvido. Essa semana enquanto lia me deparei, sem dúvida por coincidência com algumas frases de Mario Quintana. O poeta, jornalista, tradutor, nasceu em Alegrete em 30 de julho de 1906 e morreu em 05 de maio de 1994, aos 87 anos em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Relata-se que o poeta morou por anos em um Hotel em Porto Alegre, mas quando o jornal para o qual escrevia o Correio do Povo paralisou suas atividades temporariamente por problemas financeiros, Mario Quintana, sem dinheiro, foi despejado. O comentarista esportivo e ex-jogador da seleção, Paulo Roberto Falcão, cedeu ao poeta um quarto no Hotel de sua propriedade. Uma amiga do poeta achou pequeno o quarto e Mario respondeu: - Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder minhas coisas. Outras frases são de fato atribuídas ao poeta: - Quando alguém pergunta a um autor o que ele quis dizer, é porque um dos dois é burro. Que tal essa: - Viva cada dia como se fosse o último, um dia você acerta. Winston Churchill também tinha suas frases: - Um otimista vê uma oportunidade em cada calamidade, um pessimista vê um calamidade em cada oportunidade. As frases e pensamentos podem passar despercebidos ou ser avaliados, tudo dependerá de que quem lê e quem ouve. Ah, e só pra fechar e deixar que cada um decida por conta própria o que fará com a capacidade e oportunidades, mas duas de Mario Quinta, trechos incluídos numa das colunas de Cacau Menezes do último domingo: - Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem. - Dupla delícia, o livro traz a vantagem de a gente estar só e ao mesmo tempo acompanhado. É isso. Leu uma boa frase, ouviu algo inteligente? Faça sua reflexão. Depois escreva as suas frases.

domingo, 25 de agosto de 2013

É PRECISO SABER VIVER

É isso mesmo amigo leitor, a frase ali em cima é o tema de uma das músicas da banda Titãs. Só um louco discordaria dessa frase, aliás, um “louco” não apenas concorda com ela, mas vive de acordo, faz jus à frase. É incrível como assistimos entrevistas onde as pessoas comentam que depois que algo especial ocorreu em sua vida, seja um grave acidente ou uma doença potencialmente fatal, passaram a ver a vida de outra maneira. Dizem que depois do “fato especial” ter passado encaram a vida de uma maneira completamente diferente. Veem as pessoas a sua volta de maneira diferente. Muitos dizem que passaram a valorizar mais a família. Outros dizem que passaram a se cobrar menos, ser menos estressados ou até ansiosos. Aprenderam que as cores das flores variam. Impressionaram-se do fato de como passaram tantos anos e não tinham visto um pôr do sol. Até levantar bem cedo para ver o sol nascer deixou de ser um sacrifício para ser um deleite. A pergunta que fica é: E se a doença não tivesse acontecido, ou o grave acidente? Continuariam a levar a mesma vida de sempre. Cheia de compromissos, sonhos, ambições e de muita falta de atenção. Se o amigo leitor (a) já passou por isso com certeza escreveria melhor esta crônica. Se ainda não passamos, e assim esperamos que continue, mas a pergunta continua: Já que concordo com o tema da música e da crônica será que estou sabendo viver? Se ainda tenho o grandioso privilégio de ter por perto as pessoas mais amadas: Estou dando o devido valor? É fácil dizer que sim para as duas perguntas, o ponto é, aqueles que convivem comigo conseguem perceber? Em meio a essa nossa “vida corrida” é sempre bom perguntar se eu percebo a diferença “nas cores das flores”, hoje elas estão aqui perto, mas amanhã talvez seja tarde para ver suas cores. É preciso saber viver.

METEOROLOGISTAS

Temos que admitir esses profissionais estão “dando um banho”. Lembro, anos atrás, não sei se por falta de bons equipamentos ou pela leitura de tais, mas quando diziam que daria praia era só preparar o guarda-chuva. Quando mandavam pegar o “morcegão” sabíamos que podíamos abrir mão do guarda-chuva e pegar o guarda sol. Hoje levamos os meteorologistas muito a sério. Se errarem é mais que compreensível, estão lidando com a natureza. De um jeito ou de outro estão de parabéns.

ONDE ESTÁ?

Na última semana cometi um erro imperdoável, pelo menos para o DETRAN. Depois de guardar com muita atenção o recibo de compra e venda do meu carro, o famoso DUT ( Documento Único de Transferência ) e ainda por cima tê-lo visto menos de dois meses atrás, não o achei em lugar nenhum. Vários amigos aos quais “chorei as mágoas” (277 reais) sem contar cartório, DETRAN, nova vistoria... Quatro amigos narraram algo similar. Um sabe que sem querer jogou fora. Outros 3 encontraram logo depois de fazerem a segunda via e gastado praticamente 300 reais. Tenho certeza que o leitor (a) é mais organizado, mas não deixe de conferir.

Seu Manual

- Seu Manual o que é perspicácia? - A perspicácia é a capacidade de fazer um exame sagaz duma situação. Agir com prudência e bom critério. Significa ver além do óbvio. - Poxa, o senhor é perspicaz. - Ora não diga uma coisa dessas meu jovem.

BARBEIRO SANGUE FRIO

Hélio sempre foi apontado pelos amigos e conhecidos como homem calmo, alguém da paz. Não havia puxado por seu pai, seu Homero, homem que não levava desaforo pra casa. Certo dia seu Homero encontrou numa intriga alguém que também não levava desaforo pra casa. A disputa entre os dois ficou notória na cidade do interior. Hélio já havia visto o inimigo de seu pai. Já o inimigo de seu pai nunca tinha o visto, nem dera tempo de saber que ele era barbeiro na região. Numa tarde de sábado a briga entre o pai do barbeiro e seu inimigo intensificou-se. O tal sujeito puxou um 38 e disparou dois tiros contra seu Homero que caiu morto. Passado o enterro, a policia seguia lentamente a procura do assassino de seu Homero. Quase uma semana depois o matador querendo fugir da cidade pensou em mudar o visual. Queria cortar o cabelo e fazer a barba. Acabou entrando na barbearia de Hélio. O barbeiro sentiu o estômago apertado ao ver o homem que matara seu pai há poucos dias entrar em sua barbearia. Lembrou então que não se tratava de um confronto, pois, o criminoso não o conhecia. O sujeito sentou e disse em tom firme e calmo: - Cabelo e barba. Tenho que mudar a aparência. O barbeiro ainda usava a velha e antiga navalha. Naquele dia estava no ponto. No ponto, pensou ele, de cortar mais do que uma barba cerrada. Enquanto cortava o cabelo do homem tentava não demonstrar raiva. Tentava não tremer as mãos. Quando finalmente deitou a cadeira para lhe fazer a barba achou que aquele seria um momento crucial. Com o rosto espumado fazia com perícia a navalha correr-lhe o rosto. Chegou a parar a navalha em seu pescoço por um instante sem que o sujeito notasse isso, estava com o pescoço entregue ao filho do homem a quem matara havia uma semana. O barbeiro pensava em seu pai morto. Imaginava o sangue correndo pelo peito do homem se lhe cortasse a garganta. Seguiu com a navalha. Terminou o serviço. O assassino de seu pai estava de cabelo cortado e barba feita. Vivo. Hélio recebeu o pagamento. Seguiu-o a certa distância e chamou a polícia. O sujeito foi preso. Julgado. Cumpriria 18 anos de prisão. Hélio sempre conta que fez a coisa certa. Mas seus amigos acham que suas palavras demonstram remorso.

Seu Manual

- Seu Manual o que é perspicácia? - A perspicácia é a capacidade de fazer um exame sagaz duma situação. Agir com prudência e bom critério. Significa ver além do óbvio. - Poxa, o senhor é perspicaz. - Ora não diga uma coisa dessas meu jovem.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Vender carro - hoje

Vender um carro hoje não é como no passado. Lembro do seu Arlindo vendendo seus carros. O comprador chegava perto e ele dizia: - Tem portas. Dá pra abrir. Bancos. Volante. Buzina. Freio. Retrovisor. Tem o socorro também com macaco e chave de roda. Ele dizia isso calmamente enquanto demonstrava como as portas abriam e fechavam. Ta certo que o caso do seu Arlindo era um tanto incomum, mas na maioria dos casos era mais ou menos assim. O futuro comprador perguntava primeiro pelos documentos do veículo. Depois o motor. Então vinha a lataria. Olhava embaixo do carro. Os pneus não significavam grandes problemas, se não estivessem em bom estado, trocá-los não era o “fim do mundo”. Agora a coisa mudou. Eu dirigi Uno Mille por 20 anos. Empurrei um fusca 1 ano. Voltei para um Uno e na hora de vender não encontro um comprador como os do passado. Os documentos em dia e sem multas. O motor em perfeito funcionamento. A lataria em bom estado. O fundo do carro está ótimo. Os pneus estão bem. Mais nada disso parece importar. As pessoas mudaram. As exigências são outras. Hoje os compradores primeiro querem no mínimo saber: tem ar condicionado? Direção hidráulica? É 4 portas e com vidro elétricos? Airbag? Sem contar outros muitos acessórios. Hoje um carro “sequinho”, mesmo com bom motor e lataria dá trabalho para vender No caso do fusca mencionado acima foi mais difícil. Comprei por 3 mil reais. Gastei 2 mil, e vendi por 1.700. Sem contar que antes de colocá-lo a venda um amigo ofereceu 3 mil. Eu disse que só venderia por 3.500. Quando finalmente resolvi vender só consegui 1.700, não levando em conta o quanto gastei de anúncio em jornais. Ah que saudades do seu Arlindo. Imagino ele vendendo meu carro. Teria tanto para falar. Mas pensando bem aquele velho bom vendedor estaria vendendo para os novos compradores. Mais exigentes. Um cara é capaz de passar a cavalo e se interessar por um carro, ele pensa: chega de andar a cavalo. Mas ao ver que o veículo não é “completo”, prefere ficar com seu cavalo. É seu Arlindo, vender carro hoje nunca foi tão difícil, ou melhor, nunca foi tão fácil - se não for “sequinho”.

Justificativas

Há poucos dias mais um grave acidente de carro aqui na cidade. Um jovem de 25 anos acaba perdendo a vida. No funeral, mesmo bem intencionadas, as pessoas dizem coisas sem sentido: Deus quis assim. Era pra ser. Quando chega a hora é assim mesmo. E por aí vai... Ninguém se lembra de mencionar que alguém irresponsável causou o problema. Bebeu e dirigiu. Dirigiu em alta velocidade. Imprudência. Pois mais lamentável que seja, se não houvesse a irresponsabilidade, a imprudência, a falta de respeito à vida, a sua e a de outros principalmente, aquilo poderia não ter acontecido. Não era pra ser assim. É assim por culpa desses irresponsáveis.

Caros Ouvintes

Parabéns aos leitores em São José e Palhoça que já estão acessando o site Caros Ouvintes. Aproveite todos os dias boas leituras. Indique aos amigos. Meus programas e crônicas também estão nesse site, quarta-feira, reprise do programa Na cadeira do barbeiro, e as quintas-feiras, minhas crônicas. É só acessar – carosouvintes.org.br Vá à barra de endereço e coloque – Na cadeira do barbeiro e dê um ok.

Seu Manual

- Seu Manual quando devo usar – aja e haja? - É simples meu jovem. Use aja quando for flexão do verbo agir. Tal como atuar, proceder. Exemplo: É preciso que aja com rigor nesse caso. Use haja quando for flexão do verbo haver. Aconteça, ocorra. Exemplo: Haja o que houver estaremos ao lado das crianças. - Obrigado!

O velho o garoto e o burro

Quem tem mais de trinta anos deve lembrar essa historinha. Era um daqueles pequenos discos. Minha mãe acertou no presente, pois ouvi muitas e muitas vezes. O senhor, ou melhor, sendo fiel a história, o velho precisou ir até a cidade e ao lado do seu burro avistou um garoto. O velho resolveu convidar o garoto para acompanhá-los. Lá se foram os três naquele quente dia de verão. De repente ouviram alguém dizer: - Não, eu morro e não vejo tudo, um velho e um garoto a pé e um burro andando ao lado. Gritaram: -E vocês dois, deixem de ser tolos, parem de andar a pé e montem logo nesse burro. O velho envergonhado disse ao menino: - Suba no burro, garoto – E lá se foram. O velho a pé e o garoto montado no burro. A caminhada seguia tranquila, até que: - Mas que falta de respeito. O garoto numa boa montado no burro e o pobre velho andando a pé. Desce daí, garoto. O velho sem jeito disse ao menino: - Desce filho – E montou ele no burro. Agora, seguiam o velho montado no burro e o garoto andando ao lado, até que: - Mas é muita falta de vergonha mesmo, um velhote sentado todo prosa e o pobrezinho do garoto andando. O velho já meio chateado, disse ao garoto: - Filho, suba você também – E lá subiu o garoto de modo que agora estavam enfim os dois montados no burro. Tudo agora parecia resolvido, até que: - Vejam aquilo! Que absurdo. E vocês dois, estão loucos, querem matar o pobre burro? E lá desceram os dois. O velho disse: - Garoto, vamos carregar o burro- E agora seguiam os dois carregando o burro com muita dificuldade, mas alguns disseram: -Ah, olhem só. Venham e vejam um velho e um garoto num sol de rachar e carregando um burro. - Ora essa – Disse o velho e soltaram o burro. O velho falou, decidido: - Não adianta garoto. Qualquer coisa que fizermos que decisão tomarmos, sempre alguém vai falar alguma coisa. Portanto, monte você no burro. Chega de ouvir os outros. Aprendi a seguinte lição: Jamais podemos esperar que as pessoas aceitem e até aplaudam tudo o que fizermos. Entendo que não é o caso de não nos preocuparmos com a opinião dos outros, mas reconhecer que muitas vezes se dermos ouvidos a tudo o que se diz a nosso respeito acabamos nunca saindo do lugar e consequentemente nunca chegando a lugar algum.

Língua e seus pensamentos

A nossa língua tem muito poder. Na Bíblia em linguagem metafórica diz que “ela tem o poder de incendiar uma floresta”. Ela tem o poder de “matar” e de “curar”. Faladas num momento certo uma palavra pode aliviar sofrimentos, diminuir angustias, trazer conforto. Faladas numa hora errada pode fazer sofrer, angustiar, ser desconfortável. Palavras mal escolhidas e mal colocadas são parte do dia a dia, infelizmente. Casos reais: Uma jovem desabafa com uma colega de trabalho: - Meu avô morreu no último sábado – A colega enquanto pinta as unhas diz: - E meu calo então que inflamou. Pasma, a enlutada não diz mais nada. Um barbeiro ouve um som muito alto que vem de um fusca que passa em frente a sua barbearia. Ele diz: - Meu Deus, tem cada maluco nesse bairro. Um cliente que aguarda cai em gargalhadas e diz apontando para a cadeira: - É o pai dele. O jovem na cadeira diz: - É meu pai tem esse mau hábito. Dá até vergonha – O barbeiro até tenta “consertar”, mas em vão. Palavras são como flechas que depois de atiradas... Uma mãe diz ao seu filho adolescente: - Coloque já seus óculos- O jovem reluta: - Mas mãe eu fico muito feio de óculos – A mãe é franca e diz: - Filho, você é feio de qualquer jeito, portanto coloque os óculos. Um cara está em cima de um prédio de 12 andares, ameaçando pular. O cara está em dúvida: “pulo ou não pulo, me jogo ou não me jogo, vale a pena ou não vale?” Lá embaixo para o primeiro curioso. Depois o segundo. Logo tem mais de vinte pessoas. Alguns angustiados com o desfecho da situação. Outros olham o relógio e pensam “se esse cara demorar muito vou me atrasar para o serviço mais uma vez. A língua de alguns até pronunciam seus pensamentos. Outros só pensam.

Abandono de animais

A coisa continua. A frieza de pessoas que abandonam sem dó nem piedade seus animaizinhos. Às vezes filhotes de cachorros ou gatos, bichinhos completamente indefesos. Há poucos dias uma senhora me procurou por saber que minha esposa, Janaína, havia conseguido castração para animais abandonados feitos por profissionais que fazem um belo trabalho na tentativa de ajudar a reduzir o problema. Mas o que meu chocou foi que a pessoa que me procurou disse que o gatinho que havia sido abandonado em sua casa no bairro Bela Vista, estava com uma patinha quebrada, e para piorar um vizinho descontente com o barulho do animal lhe deu algumas pauladas e jogou água quente. É só denunciar. Covarde que faz isso tem que ser denunciado. Já não basta os que os abandonam?

Na Cadeira do Barbeiro – Rádio Luar

O lugar mais confortável na opinião de muitos é a cadeira do barbeiro. É assim todas as segundas-feiras, às 18:00h na rádio Luar FM 98.3 ou pela internet www.radioluar.com.br – Boas músicas e bom bate papo. Conto com sua audiência.

Caros Ouvintes

Além de ficar bem informado com os jornais São José e Biguaçu em Foco acompanhe também o site – carosouvintes.org.br – Todas as quartas-feiras reprise das entrevistas do programa Na cadeira do barbeiro. Todas as quintas-feiras minhas crônicas. Acompanhe.

Seu Manual

- O seu Manual o que é cacofonia? - Cacofonia meu jovem é a palavra de sentido obsceno, chulo, ridículo. - Como assim? - Por exemplo: Aqui ela se disputa todos os dias... A boca dela... Fé demais. - O agora entendi. Obrigado.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Quando eu era desse mundo

Juca levava a vida do jeito que bem gostava. Uma vida de exageros, de festanças, boemias, e jamais levava um namoro a sério. Até os amigos de bagunça o chamavam de mundano. Juca era o cara do mundo. Não dava atenção a mais nada. Mas havia um detalhe que os amigos bem sabiam a seu respeito. Juca era medroso. Principalmente medo dos mortos. Tentava disfarçar, mas a turma acabava descobrindo. Quando estava num velório, por exemplo, só ia ao banheiro quando alguém dizia que iria até lá. Aconteceu algo incrível. Um dia Juca se tornou um homem religioso. Mudou seu estilo de vida. Só andava de gravata e paletó. Os amigos estranharam sua mudança. Achavam que ele havia exagerado na mudança. Uma noite ele estava num velório no cemitério do Itacorubi. Resolveu pegar um ar e saiu a caminhar pelas redondezas do cemitério. Acontece que vinha da casa da namora um rapaz de uns 25 anos de idade. Um rapaz que era tão ou mais medroso que o Juca era antes. O tal rapaz tinha que passar pela rua onde ocorriam alguns velórios. Ele não conseguia. Ficou paralisado. De repente ele viu um homem andando por ali. Era o Juca. O rapaz pensou em acelerar o passo e chegar perto do homem de paletó e gravata. Era um plano simples. Começaria a andar ao lado do homem e talvez até conversar com ele, só para disfarçar o medo. O rapaz foi. Chegou ao lado do Juca que mal o notou. O rapaz tremia de medo e foi caminhando ao lado de Juca. Resolveu quebrar o silêncio. O rapaz perguntou ao desconhecido: - O senhor não tem medo de andar num cemitério a noite? Não tem medo dos mortos? Juca, sem olhar para rapaz, respondeu serenamente: - Quando eu era desse mundo eu tinha. Hoje não mais. Juca não entendeu, mas o rapaz saiu em disparada.

Marta Rocha e Marta Rocha

O extrovertido jornalista Manoel de Menezes teve um carro conversível, o único da cidade de Florianópolis na época. Pintado da cor de “laranja-cheguei”, e mais tarde de cor de rosa, desfilava pela Rua Felipe Schmidt e Praça 15, com todas as pompas. O vistoso automóvel foi logo apelidado de “Baratinha”, “Charanga do Menez”, mas Neco, como era carinhosamente conhecido pelos amigos, não gostou e batizou o carro de “Marta Rocha”. Quando a famosa Miss Brasil veio a Florianópolis, Menezes propôs a ela desfilar em seu conversível. O povo lotou a Praça 15, mas o desfile teria sido melhor se não faltasse combustível. O carro teve de ser empurrado até o mictório público, com Marta Rocha e tudo. (Trecho do livro Retratos à Luz de Pomboca, do saudoso Aldírio Simões. Há muitas outras ótimas histórias, prometo trazer mais)

Seu Manual

- Seu Manual o certo é muita dó ou muito dó? - Boa pergunta meu jovem. O certo é muito dó. Exemplo: Sentimos muito dó dele, mas nem sempre sem pode ajudar. - Gostei. Obrigado.

Dica aos pedestres

Mesmo quem dirige também anda a pé. Por isso vale para todos esse lembrete. Muitas pessoas quando passam em frente a um supermercado acabam passando por trás dos carros estacionados. Qual o perigo? É que muitos quase são atropelados por motoristas que dão marcha ré. Atenção: Não passe a pé atrás de carros estacionados, procure passar pela frente. É a sua segurança e a tranquilidade de quem dirige.

Comentário interessante

Um amigo que esteve recentemente nos Estados Unidos disse que ficou impressionado com várias coisas positivas que notou por lá. Entre elas: como os motoristas respeitam os pedestres. Disse que basta um pedestre se aproximar da faixa que imediatamente o motorista para. Aí o comentário interessante. Meu amigo disse que mesmo com o ditado de que “uma andorinha só não faz verão”, ele está colocando em prática o aprendeu por lá. Está pondo em prática esse bom exemplo, está se esforçando. Legal. Não adianta nada elogiá-los e criticar-nos e nós mesmos não mudarmos nossa própria atitude.

Seu Manual

- Seu Manual como vou saber se devo usar por “por ora ou por hora”? - É fácil meu jovem. Por ora, quando equivaler a por agora, por enquanto. Por hora, quando equivaler a por 60 minutos, por uma hora. Entendeu? - Por ora sim.

Programa Na Cadeira do Barbeiro

Anote aí. Todas as segundas-feiras, as 18h, na Luar FM 98.3 ou pela internet www.radioluar.com.br – o programa Na cadeira do barbeiro com músicas e bate papo. Pelo menos uma vez por mês farei um programa sem convidados e os ouvintes que ligarem no momento indicado ganharão alguns de meus livros. Conto com sua audiência.

Caros Ouvintes

Nesta quinta-feira no site carosouvintes.org.br – Nem morto - Uma divertida crônica. No mesmo site vocês encontram também as reprises de todos os meus programas na rádio Luar. Vá até a barra de endereço e coloque meu nome ou Na cadeira do barbeiro e dê um ok.

Coisas “mal ditas” I

Uma senhora de 75 anos, desanimada, lamenta com a manicure: - Ah minha filha, acho que não vou durar muito. Ando tão mal. A manicure tenta a consolar: - Não diga uma coisa dessas. A senhora ainda deve viver uns 5 anos. A senhora ergue a cabeça e diz de maneira enfática: - Não minha filha. Cinco anos é muito pouco, ainda vou viver bem mais. Coisas “mal ditas” II Um garotinho de 9 anos vê uma mulher grávida e mostra seu interesse e cavalheirismo: - É macho ou fêmea? A mulher devolve: - Agora me sinto uma vaca.

Pedofilia

No Fantástico do último domingo mais uma vez o delicado assunto, pedofilia. A reportagem foi em Recife. Mas o problema é claro, está no Brasil todo, no mundo todo. A reportagem mostrou ali que mais de 91% desses crimes são cometidos por pessoas próximas a família, ou por familiares. A maior parte acontece na casa da criança ou do abusador e por ser alguém próximo apenas 4% precisam fazer uso de armas para chegar ao abuso. Nunca é demais lembrar, caros leitores; todo cuidado é pouco. Não é paranóia, mas nossa atenção deve ser redobrada. Como? Um primeiro e importante passo é uma linha aberta de comunicação com nossos filhos. Conversar mesmo, conversar de verdade. Deixar claro a eles o que outros não podem fazer e em que partes do seu corpo não podem tocar em hipótese alguma (Logicamente isso não inclui um médico na presença dos pais). Nem tio, nem avô, nem o melhor amigo do papai ou da mamãe. Deixar claro também que devem falar aos pais sem medo caso notem algo estranho. Abusadores costumam ameaçar as suas vítimas dizendo que irão matar o pai ou a mãe caso contem. Ou talvez que eles não acreditarão. Vamos cuidar de verdade de nossas crianças. Lamentável é não denunciar, aliás, alguns religiosos encobrem abusos o que só gera mais abusos.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Blefe

O blefe não é usado apenas em jogos, como o de cartas, por exemplo. O blefe pode às vezes servir de saída de uma situação complicada, sem causar danos, principalmente para quem blefa. O fato aconteceu na bela cidade de São João Batista. Meu cunhado me convidou para ir a um supermercado. Fomos com o carro que eu usava que era do meu pai. Achei melhor deixar meu cunhado levar o carro por conhecer bem a região. Ao sairmos de certo comércio meu cunhado deu a marcha ré. Não viu que tinha uma moto estacionada logo atrás de nosso carro. A moto foi ao chão. O dono da moto e mais um amigo bebiam tranquilamente uma cerveja e levantaram assim que houve o incidente. Descemos do carro, aliás, no banco de trás estavam meus dois pequenos filhos. Imaginei que meu cunhado fosse pedir desculpas e se colocar a disposição para arcar com as despesas. Para minha surpresa ele disse: - Mas vocês também hein. Ali tomando cerveja e nem foram capazes de me dar um toque de que eu ia bater. Ele disse isso e “deu de ombros”. Entrou no carro como se nada de mais tivesse acontecido. Meio perdido com a situação também entrei no carro. Partimos. Uns 200 metros a frente os rapazes com a moto nos fecharam na rua. Desceram da moto e vieram em direção ao carro de meu pai. Nós também descemos e alertei os filhos a ficarem no carro. Os rapazes disseram ao meu cunhado, um de cada vez: - Tu és muito cara de pau. Derruba a moto e coloca a culpa em nós. - Vocês vão ver só, nós vamos quebrar esse carro todo essa noite. Nesse momento me preocupei. O carro era do pai. Seu único e bem cuidado Uno Mille. E agora? Como aparecer com o carro do meu pai todo quebrado? Meu cunhado voltou para o carro, tranquilo. Fiquei “congelado”. Pensei um pouco e me aproximei dos rapazes com calma e firmeza embora tentasse disfarçar o tremor das pernas. Eles fixaram os olhos em mim. Eu disse: - Prestem bem atenção. Vocês estão totalmente certos. Dou razão e apoio a vocês, mas quanto a causar qualquer dano a esse carro, pensem bem. Primeiro sugiro que procurem saber de quem é esse carro e a quem ele está ligado. Creio que há uma delegacia aqui perto. Podemos ir até lá e acessar o computador. Depois disso vocês decidirão se vão ou não tocar nesse carro. Vamos lá? Os rapazes subiram na moto e sumiram. Voltei para o carro e meu cunhado perguntou o que tínhamos conversado. Eu expliquei. Naquela ocasião o carro ficava fora do terreno de meu cunhado. Cada vez que ouvia uma moto passar sentia um forte aperto na barriga. Só podia imaginar o que teria acontecido se eles tivessem aceitado ir até a delegacia. Mesmo que eu tivesse conseguido usar o computador dos policiais tudo o que os dois rapazes descobririam, a quem o carro estava ligado, a quem pertencia. Era simplesmente de um barbeiro do bairro Bela Vista.

Seu Manual

- Seu Manual qual a diferença entre usar qualquer e nenhum? - É como falei há poucos dias. Não use qualquer com significado de nenhum. Qualquer não tem sentido negativo, portanto é errado usá-lo como tal. - Não ficou nenhuma dúvida seu Manual. E não qualquer dúvida. - Muito bem.

O aguardado triste encontro

Jaime tinha 18 anos quando soube de toda a história. A história de que sua mãe havia se envolvido com um homem de cerca de 40 anos. Desse envolvimento a mãe de Jaime engravidou. Mesmo sabendo da gravidez da namorada o homem não deu importância. Jaime ficou confuso com a história. Valeria à pena encontrar o pai agora aos 18 anos? Depois de muito refletir resolveu partir a procura. Parecia um verdadeiro detetive. Dedicado. Reunia informações com a mãe e demais familiares. Frustração. Os anos passaram e nada de encontrar o pai, apenas descobrira seu nome. Ainda assim fora difícil. Ele havia se mudado várias vezes e parecia cada vez mais distante aquele esperado encontro. Muitos anos se passaram. Jaime já estava com 40 anos quando finalmente um tio seu trouxe a notícia. O pai estava morando na mesma cidade que ele. Jaime emocionou-se. Lembrou a infância. A ausência do pai. A carência de filho. Pensou nas inúmeras coisas que diria ao pai no primeiro encontro. O tio ajudou a localizar o pai de Jaime. Chegou a informar ao homem agora com 80 anos do sonho do filho em conhecê-lo. O homem revelou ao tio de Jaime que havia tido 11 filhos ao longo da vida, mas não tinha contato com nenhum deles, fato que preocupou o tio. Jaime aprontou-se. Reuniu fotografias. Relembrou fatos marcantes. O pai gostaria de saber, pensou Jaime. No dia do encontro Jaime caminhou com lágrimas nos olhos. Não se importou com o que as pessoas no caminho pensariam. Por fim chegou em frente a casa do pai. Bateu palmas. Instantes depois um senhor veio em sua direção. O homem, agora com 80 anos e demonstrando ter mais do que isso tinha um rosto enrugado. Cabelos pintados com tinta de baixa qualidade. Os passos eram lentos. Ao chegar ao portão perguntou a Jaime do que se tratava aquela visita. Jaime disse: - Seu Lauro, eu sou Jaime. Sou seu filho. Meu tio o procurou, avisou que eu viria. Sempre quis conhecê-lo - O senhor olhando friamente para Jaime, disse: - Tudo bem. Mais alguma coisa? Jaime ficou sem palavras. Esperava muito mais do que aquelas frias palavras. O senhor voltou a falar: -Se era só isso, tenho mais o que fazer. O senhor voltou para dentro de sua casa. Jaime havia encontrado seu pai aos 40 anos. Fora um único triste encontro.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Apoiadores culturais do Programa - Na Cadeira do Barbeiro - na rádio Luar FM 98.3 - www.radioluar.com.br- Todas as segundas-ferias, as 18:00h - Músicas e bate papo: - Imobiliária Vilson Imóveis www.vilsonimobiliaria.com.br - Fone 3035-5337 - - Conmar contabilidade - Fone 3035-2004 - Vidraçaria Itaguaçu - Fone 3346-1703 - Via Design Móveis sob medida - Fone 8463-8967 Seja você também um apoiador cultural do Programa Na Cadeira do Barbeiro. Fone:8436-6284 ou 3346-8801

terça-feira, 11 de junho de 2013

Consulta de macho

As coisas mais estranhas, mais inusitadas, podem ocorrer dentro de uma barbearia. Até consultas com urologistas. Seu Zé estava com problemas numa região delicada do corpo. Não bastou a insistência dos filhos e esposa, ele dizia que jamais tiraria a roupa na frente de outro homem. - Mas é um médico, papai. - É médico, mas é homem. Não vai ver minhas coisas. - Mas papai, o senhor está sendo teimoso. - Calem a boca e não se metam, não vou e pronto! Numa noite de sexta-feira seu Zé estava na barbearia. Com o rosto coberto pela espuma de barbear conversava com o barbeiro e mais 5 clientes que ali aguardavam a vez. De repente um dos clientes disse que era urologista. Seu Zé pensou: se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé. Ele se levantou e perguntou ao jovem: - O senhor é mesmo esse tal de urologista? Que cuida dessas partes, o senhor entende né? - Sim- respondeu o jovem médico. Seu Zé num gesto repentino baixou o calção e pediu que o médico o examinasse ali mesmo. A visão infernal quase destruiu o fim de semana do barbeiro dos outros 4 clientes. O médico calmo, atencioso, olhou, olhou mais de perto, e deu certo diagnóstico. Seu Zé levantou o calção para alívio dos outros homens ali presentes. Ao chegar em casa seu Zé foi logo dizendo: - Olha só pessoal, só pra vocês pararem de me amolar. Já consultei um médico e está tudo bem com as minhas coisas, está tudo bem. Orgulhosa, a mulher pergunta; - Mas em que clínica você foi, meu bem? - Que clínica o que mulher. Fui na barbearia. Lá é que macho vê essas coisas.

Peça para quem não tem tempo

Analisem. Um amigo disse que seu patrão lhe ensinou o seguinte. Quando tiver de pedir um favor para alguém, peça para quem é muito ocupado, ou seja, para quem não tem tempo. O raciocínio é esse: quem é ocupado é porque faz muitas coisas e vai dar um jeito de ajudá-lo. Quem tem tempo de sobra tem tempo de sobra porque é desocupado e não quer mais ocupações, ou nenhuma ocupação. Dá o que pensar.

Pai é sempre pai

Um amigo foi a um enterro do qual jamais esquecerá. O falecido tinha 73 anos. O pai do morto tinha 96 anos. O velhinho chorava sem parar e dizia: “por que meu filho, por quê? Você ainda tinha tanto a viver, tantas coisas para fazer”. No alto dos seus 96 anos o pai só via a morte prematura de um jovem filho de apenas 73 anos. Pai é sempre pai.

Morar em condomínio

Muito se ouve reclamações sobre morar em apartamentos. Dá para ouvir o vizinho puxando a descarga. Dá até para ouvir o vizinho fazendo xixi. Dá para ouvir também a mulher dizendo para o marido que não precisa dele pra nada. Coitado do cara. Sem contar aqueles que arrastam móveis tarde da noite. E os saltos altos então? E ainda tem criança brincando de bolinha de gude. Mas vamos e convenhamos, a questão é a falta de educação, a falta de respeito. Parece que o problema não é o condomínio em si, mas sim alguns condôminos, mal educados.

NA CADEIRA DO BARBEIRO NA RÁDIO LUAR

Convido os amigos leitores a acompanharem o Programa Na Cadeira do Barbeiro no próximo domingo, dia 26, as 22:00h na rádio Luar FM 98,3. Boas músicas e um convidado especial para um papo de barbearia. Conto com a sua audiência. Um Sonho de Menino Continuo convidando os amigos leitores dos jornais JBFCO e SJFOCO a lerem meu livro – Um sonho de menino – A história real de um menino que aos 4 anos descobriu que seu pai além de ter outra família era também alcoolista. Decidido a salvar o pai do maldito vício ele inicia uma longa luta onde a esperança e perseverança não poderiam falhar. O livro mostra também as feridas deixadas pelo vício não só no alcoolista, mas também nos que o amam e convivem por anos com a doença. Leia também meus livros Crônicas Na Cadeira do Barbeiro. LIVRARIA NOBEL SHOPING CENTER ITAGUAÇU

O jovem, a velhinha e a cerveja

O Garibaldi entrou na barbearia e viu uma velhinha fazendo as unhas. Logo percebeu que a cada instante ela pegava uma latinha de cerveja e tomava um gole. Garibaldi perguntou ao barbeiro a idade da velhinha. O barbeiro disse que ela tinha 84 anos. Garibaldi abriu a boca num gesto de espanto e disse: - Mas isso não é perigoso rapaz? – O barbeiro deu de ombros. Não conformado, Garibaldi perguntou para a velhinha se ela não se preocupava com a saúde, afinal de contas na sua idade a gelada podia não cair bem. A velhinha disse que faz mal é não tomar uma gelada com aquele calor de verão. A senhora pediu mais uma cerveja ao dono do bar que ficava ao lado da barbearia. Garibaldi se apavorou mais uma vez. - O minha senhora, sei que não tenho nada a ver com sua vida, mas isso vai lhe matar minha senhora – A velhinha disse: - O que não mata engorda, meu filho. Garibaldi foi embora reclamando a bebedeira da velhinha. Quinze dias depois Garibaldi vinha de um bar com amigos. Tinham tomado várias cervejas. Garibaldi se perdeu na BR 101 e caiu. O carro que vinha atrás não conseguiu desviar. No mês seguinte a velhinha voltou à barbearia para fazer as unhas. Ela sentou, colocou a lata de cerveja embaixo da mesa da manicure e perguntou ao barbeiro: - O meu filho, e aquele rapazinho que ficou preocupado comigo, tem aparecido? O barbeiro olhou triste para a velhinha e disse: - Não senhora. Ele não volta mais. A cerveja fez mal pra ele.

Gol sem sorriso

Aquela sexta- feira prometia. Pela manhã Antônio provara sua nova prótese, ou sua dentadura. Aos 55 anos um homem ainda é vaidoso. No almoço preferiu ir a uma churrascaria. Primeiro para comemorar a boca nova. Segundo, queria testá-la. Picanha, alcatra, linguiça, galeto, cupim, até polenta frita. Cem por cento, nota 10. Podia até comer pedra. À noite no futebol de salão com amigos Antônio era todo sorriso. A partida começa e o novo sorridente sente-se mais confiante. Dá risadas a toa, os amigos nem entendem por que tanta empolgação. Já no segundo tempo Antônio pega um passe perfeito de Márcio. Ele corre em direção ao gol e quando mete aquele baita chute na bola sente a boca esvaziar-se. Olha mais a frente e vê sua dentadura no chão. Os amigos gritam: chuta Antônio, chuta cara, vai, vai. Antônio vai tentar pegar a dentadura, mas a chuta sem querer quando chega perto. Primeiro os amigos riem. Depois se comovem ao ver Antônio em desespero atrás dos dentes. O Márcio chegou perto demais e sem querer chutou a bola junto com a dentadura para dentro da trave. A turma gritou:goooooool. Só Antônio não gritou. Juntou a dentadura, viu que não tinha quebrado e foi até o banheiro. Com a boca completa outra vez não quis voltar ao jogo aquela noite. Resolveu voltar à churrascaria. Lá era mais garantido.

domingo, 26 de maio de 2013

Não deixe para amanhã

O Flávio era filho único e sempre foi muito apegado ao pai, Arnaldo. O tempo passou e a adolescência chegou. Flávio começou a deixar de beijar seu pai. Diante os amigos então, nem pensar. Que vergonha: pensava Flávio. Isso não durou mais que uns 3 ou 4 meses. Um dia Flávio viu seu pai jogando dominó com amigos num sábado perto de casa. Assim que passou pelo pai seus pensamentos o levaram a refletir – até quando terei meu pai comigo? Ele é novo, só tem 48 anos, mas até quando o terei comigo? Flávio retornou e surpreendeu seu pai com um carinhoso beijo no rosto na frente de vários velhos amigos de seu pai. O gesto se repetiu por todas às vezes em que passava pelo pai. Ultrapassou os beijos com gestos de carinho passando a mão na cabeça do pai e o abraçando. Cerca de um ano após essa atitude de Flávio veio à notícia, seu Arnaldo estava com câncer. A luta contra a doença durou menos de um ano. Hoje Flávio chora de saudades de seu pai Arnaldo. Chora de saudades e não de remorso. Disse que choraria de remorso caso não tivesse demonstrado o carinho e amor pelo pai. Lembra com emoção e satisfação as conversas e carinho que mostrou ao pai. Ele sente-se feliz de não ter deixado essas demonstrações para um “amanhã”.

Santa inocência

A conversa era legal. Falávamos sobre grandes casas. Alguém comentou sobre a casa de um parente que tem 2 andares, 6 quartos, sendo 2 suítes, mais 3 banheiros, sala de jantar, cozinha enorme, sacada e muito mais. Uma senhora que ouvia o papo disse: - Eu é que não ia querer uma casa tão grande. Já pensou que trabalho fazer a faxina nessa casa todos os dias? – Um abusado raciocinou com ela: - O minha senhora, desde quando quem tem uma casa desse tamanha faz a própria limpeza. Não repõe nem o papel higiênico. Santa inocência.

Peça para quem não tem tempo

Analisem. Um amigo disse que seu patrão lhe ensinou o seguinte. Quando tiver de pedir um favor para alguém, peça para quem é muito ocupado, ou seja, para quem não tem tempo. O raciocínio é esse: quem é ocupado é porque faz muitas coisas e vai dar um jeito de ajudá-lo. Quem tem tempo de sobra tem tempo de sobra porque é desocupado e não quer mais ocupações, ou nenhuma ocupação. Dá o que pensar.

Pai é sempre pai

Um amigo foi a um enterro do qual jamais esquecerá. O falecido tinha 73 anos. O pai do morto tinha 96 anos. O velhinho chorava sem parar e dizia: “por que meu filho, por quê? Você ainda tinha tanto a viver, tantas coisas para fazer”. No alto dos seus 96 anos o pai só via a morte prematura de um jovem filho de apenas 73 anos. Pai é sempre pai.

Morar em condomínio

Muito se ouve reclamações sobre morar em apartamentos. Dá para ouvir o vizinho puxando a descarga. Dá até para ouvir o vizinho fazendo xixi. Dá para ouvir também a mulher dizendo para o marido que não precisa dele pra nada. Coitado do cara. Sem contar aqueles que arrastam móveis tarde da noite. E os saltos altos então? E ainda tem criança brincando de bolinha de gude. Mas vamos e convenhamos, a questão é a falta de educação, a falta de respeito. Parece que o problema não é o condomínio em si, mas sim alguns condôminos, mal educados.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Isso não mexe com qualquer um

Mais uma vez. Mais um bom exemplo de que não há desculpas para quem é vadio. Ele é mecânico, radialista e estuda Direito. Seu nome é Osvaldo Ribeiro, 39 anos. Ah, faltou dizer que ele é cego desde os 17 anos. Com habilidade incrível como mecânico, uma ótima voz no rádio e grande dedicação aos estudos, Osvaldo diz que as pessoas não devem desanimar e cruzar os braços. Claro que há muitos exemplos similares por aí. Há também gente com boa saúde e exemplar no trabalho e em muitas outras coisas. Isso torna evidente que quem quer fazer algo de bom, tem sonhos e bons princípios vai longe. E quantos o amigo leitor conhece que não querem nada com a vida, ou melhor, com o trabalho e as responsabilidades? Duvido que matérias como a de Osvaldo mexa com esses. Malandros não se comovem com isso. Mas aqueles que “batalham” e às vezes pensam em desistir são fortalecidos por esse exemplo. Serve para recarregar as baterias daqueles que são bons e passam por um desânimo ocasional.

A inocência que leva felicidade

Genival se achava o sabe tudo. Caminhoneiro vivido. Experiente. Pra enganar o Genival, era difícil. Era. Ele chagou num dos bairros de Porto Alegre com seu caminhão e logo já havia conseguido dois ajudantes para descarregar parte da carga. Apenas com notas de 100 reais e sem conhecer ainda aquele bairro resolveu pedir ajuda. Viu dois garotinhos jogando bola ali perto. Chamou os dois e pediu que trocassem seu dinheiro. Os meninos se olharam e correram. Minutos depois comentou a demora do seu troco. Por fim percebeu que seu dinheiro não voltaria. A inocência do Genival levou felicidade a dois meninos.

A inocência que leva felicidade

Genival se achava o sabe tudo. Caminhoneiro vivido. Experiente. Pra enganar o Genival, era difícil. Era. Ele chagou num dos bairros de Porto Alegre com seu caminhão e logo já havia conseguido dois ajudantes para descarregar parte da carga. Apenas com notas de 100 reais e sem conhecer ainda aquele bairro resolveu pedir ajuda. Viu dois garotinhos jogando bola ali perto. Chamou os dois e pediu que trocassem seu dinheiro. Os meninos se olharam e correram. Minutos depois comentou a demora do seu troco. Por fim percebeu que seu dinheiro não voltaria. A inocência do Genival levou felicidade a dois meninos.

Seu Manual

- O seu Manual, vadio é palavrão? - Ora meu jovem. Meu irmão dicionário define vadio como aquele que não tem ocupação, que vive ocioso, vagabundo, preguiçoso. Não é palavrão não. Mas é feio ser vadio. - Concordo.

Sobre elogios

“Louve-te o estranho, e não a tua própria boca, o estrangeiro, e não os teus lábios”. Em outras palavras, não é nada bonito ficar elogiando a nós mesmos. Quando merecermos melhor que venha da boca de outros, não da nossa. A frase tirei da Bíblia, Provérbios 27:2

Hora de falar e hora de ficar quieto

Já houve tempos em que se tinha de pensar bem antes de falar. Há algumas décadas quem expressasse livremente seus pensamentos podia pagar caro por isso. Hoje a situação mudou. Temos maior liberdade de expressão, porém, mais do que nunca, temos de pensar ainda mais antes de falar. Quem nos ouve, se não gostar do que falamos, pode agir de maneira cruel. Há poucos dias uma menina levou um tiro ao tentar livrar o pai de certa encrenca. No trânsito são cada vez mais comuns os casos de violência. No passado ficava num rápido xingamento e pronto. Hoje o que se acha ofendido pode puxar uma arma e pronto, tragédia. De um lado alguém que não aceita levar desaforo pra casa. E se anda armado deixa sua covardia e falta de autodomínio destruir uma vida. De outro lado alguém que indignado com um problema causado, seja no trânsito ou num restaurante, reclama seus direitos e recebe um tiro. Ou nos calamos diante qualquer situação perturbadora ou corremos o risco, o risco de que os ouvidos alheios nos paguem com a crueldade. Vale à pena defender nossos direitos nas ruas mesmo correndo os riscos que hoje se apresentam? Ou vale mais ficar quieto e aceitar tudo de errado que nos acontece? O amigo leitor (a) já deve ter seu ponto de vista bem formado, é uma pessoa inteligente. Talvez o que vale a pena para todos nós seja refletir mais. Refletir sobre cada situação. O local em que estamos. Na companhia de quem estamos. A pessoa a quem reclamaremos. O modo como reclamamos. Não podemos ler pensamentos. Então precisamos é de autodomínio. Certa “frieza de espírito”. Há quem repita o ditado “Mais vale um covarde vivo do que um herói morto”. Tem também quem diga “Se alguma mãe tiver que chorar que seja a dele e não a minha”. E agora? Gosto de lembrar duas ideias louváveis. Uma diz: “Para tudo há um tempo debaixo do sol, tempo de falar e tempo de ficar quieto”. Eclesiastes 3:1. A outra diz: “Uma resposta quando branda faz recuar o furor, mas a palavra que causa dor faz subir à ira”. Provérbios 15:1 Vale também lembrar que essa nossa breve reflexão pode, aliás, deve também ser usada no círculo familiar. Ainda hoje, assim que ouvir algo que não me agrada quero estar bem para saber se será a hora de falar ou ficar quieto.

Muito triste

Semana passada morreu um grande médico. Tive o privilégio de ser atendido e ajudado por esse grande profissional. Havia o indicado para meu pai e vários outros amigos. Soube que ele lutava contra a depressão e por conta própria colocou fim a sua angústia. Duas breves observações: Primeiro – até que ponto realmente é bom evitar falar em suicídio na imprensa? Ajudar a encobrir um grave problema é benéfico? Segundo – darmos boa atenção a quem sofre de depressão e principalmente a quem já falou em suicídio. Muitos que o dizem acabam fazendo mesmo. Perdemos uma vida e um grande médico.

Gírias

Dava até para pensar que fosse outro idioma. O João encontrou o José e disse: - Po meu, fui pra baia rangar e a minha velha falou que a tua coroa tinha morrido. Fiquei de cara bicho.

Seu Manual

- Seu Manual qual a diferença ente – a principio e em principio? - Meu jovem a principio você usa quando o significado for no começo, inicialmente. Em principio quando significar em tese, teoricamente, antes de mais nada, antes de tudo. Entendeu? - Em principio sim!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Casamento por conveniência - é o seu caso?

Para escolher o futuro marido ou esposa alguém pode usar o seguinte critério: Ela é trabalhadora, honesta, bonita, sabe cozinhar bem e etc. Ela também pode notar e enumerar as qualidades do pretendente: Ele é bonito, charmoso, trabalhador, gosta de sair e etc. Pronto. Parece mesmo que encontraram a pessoa ideal. Ah, isso é claro, aqueles que ainda se dão ao trabalho de conhecer, namorar, noivar e só então com muita certeza dar o passo do casamento. Há muitos que pulam toda essa parte a considerando descartável. No futuro saberão que não é. Entrar num casamento por conveniência pode custar caro, o preço da felicidade, que, diga-se de passagem, não tem preço. No entanto há outro tipo de casamento que pode trazer ou não a felicidade. Se for um casamento por conveniência pode durar e dar certo, mesmo sendo incompleto, pois faltou um ingrediente indispensável, o amor. No casamento com a profissão pode ocorrer como no matrimonio. Ou se pulam todos os passos importantes e partimos para ele, ou damos os passos das conveniências. Talvez pensemos: Mas o salário parece bom, são apenas 8 horas por dia, não trabalha aos fins de semana e além de um plano de saúde tem as férias. Maravilha. Será? Alguém que se casa por conveniência com o tempo pode sofrer uma frustração. Alguém que se casa com uma profissão pela qual não tem o amor também pode ficar frustrado. Quando perguntamos para algumas pessoas o que elas gostariam de fazer de verdade, a maioria delas fala de outra profissão, não a que desempenham no momento. Por que isso acontece? Em vários casos as pessoas só descobrem o que realmente gostariam de fazer mais tarde, quando estamos mais maduros em sentido emocional. Em outros, faltou à escola ou quem sabe os pais notarem, perceberem o real interesse dos filhos e encaminhá-los no rumo certo. Muitos pais também não fazem o que gostariam de estar fazendo, possivelmente por motivos similares. Tenho ouvido engenheiro dizer que queria ser advogado. Farmacêutico que queria ser médico. Barbeiro que queria ser radialista e etc. Corretora que queria ser promotora de eventos. Empresária que queria ser veterinária. Guarda municipal que queria ser policial militar. Ah, a lista é grande, iria até o final do meu espaço. Vale à pena conversar com nossos filhos e prestar atenção ao que eles gostariam de fazer. Os que já fazem o que gostam seguem felizes. Os que casaram com a profissão por conveniência precisam ter os “pés no chão” para não se arriscarem numa aventura num terreno desconhecido. Será?

Papo de barbearia – Filmes

Assistir um filme no cinema continua sendo um programa legal. Uma dica é Homem de Ferro 3. Bom filme. Um amigo me deixou em dúvida quanto ao próximo Super-Homem, que tem estreia marcada para julho. Acontece que recebi a informação que aquela famosa trilha sonora não acompanhará o novo filme. É essa mesmo que o leitor (a) está lembrando, aquela música que sempre embalou os filmes do Super-Homem. Se realmente for assim acho que vou levar a gravação e discretamente colocá-la nos ouvidos lá cinema. Parece coisa de manezinho? Pode até ser, mas assistir o Super-Homem sem aquela música vai ficar estranho.

Seu Manual

- O seu Manual, dizer – ao invés de e em vez de – é a mesma coisa? - Não, meu jovem. Ao invés de, é quando significar ao contrário de, oposição. Exemplo: O velório subiu a ladeira ao invés de descer. Subir é o oposto de descer. Em vez de, quando significar em lugar de. Exemplo: A empregada comprou ovos em vez de carne. Viu a diferença? Ovos não é o oposto de carne. Mas preste atenção, em vez de, pode ser usado nos dois casos. Agora, ao invés de, só quando for oposto. Entendeu? - Sim.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A caminhada daquele menino

Seguro firme a mão daquele menino. Aquele menino que acreditava em todas as histórias que lhe contavam. Aquele menino que corria para sentar ao lado do pai no sofá da sala. Aquele menino que sentia o beijo carinhoso da mãe antes de dormir. Aquele menino que aguardava ansioso os presentes das tias. Aquele menino que chorava com medo nos primeiros dias de aula. Aquele menino que fazia fila de carrinhos e corria atrás de pipas. Aquele menino que rolava na grama recém cortada junto à irmãzinha. Aquele menino que se apaixonou por uma loirinha ainda na 4ª série. Aquele menino que sonhava em ser um super-herói. Aquele menino que descobria que quase nada era como ele pensava ser. Aquele menino que sonhava ao som das músicas românticas. Aquele menino que sentia a infância afastando-se como uma onda. Aquele menino que queria crescer e sempre ser menino. Abro meus olhos e solto minhas mãos. Levanto-me e continuo a caminhada daquele menino.

BMX PANTERA

Sou saudosista assumido. Dia desses quando o assunto era bicicleta, lembrei da minha primeira. O ano era 1983. Observava os colegas com suas bicicletas e imaginava quando teria a minha. Quando meu amigo Rogério disse que estava disposto a vender sua BMX Pantera, por sete mil cruzeiros, fiquei pensando em como conseguir o dinheiro. Pensava em quando seria o momento de pedir a meu pai. Numa manhã de sábado enquanto meu pai se barbeava entrei no banheiro e dei a notícia: - Pai. O pai não vai acreditar. O Rogério quer vender a bicicleta dele. É uma BMX Pantera, pai. É altas bicicleta, ta inteirinha. E ele só quer sete mil, pai – Meu pai, com o rosto cheio de espuma e o prestobarba na mão, disse me olhando pelo espelho: - E você acha que é assim filho? Pensa que sete mil não é nada? – Achando que não devia desistir, argumentei: - Pai, se o pai me der essa bicicleta, eu prometo que nunca mais peço nada para o pai. Meu pai deu uma gargalhada. Primeiro porque estava no ar à novela Eu prometo, e a frase estava em alta. Segundo por ter certeza que eu jamais cumpriria essa promessa. Ele terminou a barba, bateu o aparelho na pia e me disse: - Vá à casa do Rogério e diga que a bicicleta é sua. Já vou te dar o dinheiro. Saí pulando na rua. Não dava pra caminhar, fui aos pulos a casa do Rogério que morava a uns 50 metros de minha casa. Que sábado. Lavei aquela bicicleta como nunca tinha me lavado antes. Nos dias a seguir quebrei a promessa feita a meu pai. Acessórios. Punhos. Buzina. Um selim mais confortável. E uma espécie de estojo que ficava na barra superior da Bike com o poderoso nome BMX PANTERA. Ela era da cor prata, linda. Meu melhor amigo e vizinho, Alexandro, não tinha bicicleta, e mesmo com ciúmes da minha Bike, eu deixava ele andar com ela. Eu estudava no Cabral, no bairro Bela Vista, de manhã. O Alexandro estudava à tarde no Wanderley Junior, no bairro Ipiranga. Quando brincávamos juntos enquanto um pedalava o outro corria ao lado aguardando sua vez. Ao meio dia meu amigo ia me buscar no Cabral e no final da tarde eu ia buscá-lo no Wanderley. Certa manhã não encontrei minha BMX no ranchinho atrás de casa. Havia sido roubada. Com onze anos chorei mais que um bebê com fome. Foram vários dias até me acostumar sem ela depois de cerca de um ano. Algumas semanas depois meu cunhado Lindomar viu um menino com minha bicicleta num dos bairros da região. Ele me disse que tinha uma surpresa. Junto com meu pai ela havia recuperado minha Bike. Quando a vi no meu quarto foi mais uma choradeira. Um dia vendi minha BMX. Não sei se quem a comprou curtiu tanto quanto eu, mas confesso que me arrependo de tê-la vendido. Se eu a encontrasse hoje, isto é, se é que ela ainda existe eu a compraria e nunca mais a venderia. Eu prometo!

Papo de vendedor

Um dia um amigo me disse que qualquer um pode ser vendedor. Discordei imediatamente. E cada vez fica mais claro que vender não é para qualquer um. Vender ainda é uma arte. A arte de convencer, de persuadir. Não podemos é confundir essa arte com a insistência imprópria de alguns que pensam ser vendedores. Talvez esses não sejam os únicos culpados. É possível que quem dê o treinamento não seja um bom vendedor, mas apenas alguém que quer resultados, e resultados a qualquer custo. Tenho conversado com amigos vendedores que chegam em casa arrasados pelas muitas cobranças de seus supervisores. Fortes pressões. Há “vendedores”, por exemplo, que usam de um artifício muito impróprio. Começam a fazer perguntas e a preencher um pedido como se o suposto cliente já tivesse aceitado a proposta em questão. É uma tentativa de fazer a pessoa comprar sem perceber que comprou. Há também vendedores insistentes que fazem muitas perguntas, como, por exemplo: Qual o real motivo de o senhor ou a senhora não querer fechar o negócio? Ou ainda: Mas você irá começar a pagar só daqui a três meses. E também tem essa: Mas pagará só a metade do valor. O bom vendedor sabe que não precisa de nada disso. Quem tem ou conhece a arte de vender sabe diferenciar persistência de inconveniência. O bom vendedor sabe a hora de chegar e à hora de sair. O bom vendedor passa a ser alguém de confiança do cliente para futuros negócios. O bom vendedor jamais precisa se esconder ou atravessar a rua ao encontrar de repente um cliente e também não deixa de atender o celular. Dificilmente alguém escapa das vendas mesmo que não venda algum produto. Sempre vendemos algo. Vendemos nossos serviços. Vendemos de certa forma até nossa imagem ou nosso nome. Nada como saber vender. Nada como ouvir o papo de um bom vendedor.

domingo, 21 de abril de 2013

Memórias

Eu estava na fila de um banco. Uma fila longa por sinal. De repente um rapaz começa a me olhar. Continua olhando. Fico desconsertado. O tal rapaz aproxima-se sorrindo. Eu olho pra ele na expectativa de o que ele dirá. O rapaz diz entusiasmado: - E daí cara, como vai? Poxa que saudades. Ta morando aqui perto? Teus pais estão bem? O que tens feito? – Uma porção de perguntas e eu tentando lembrar do rapaz. De onde eu o conhecia? Não me lembrava dele. Que droga essa minha cabeça. Recorri às memórias. As cenas passavam em minha mente iguais aquelas de televisão. Nada. Não conseguia lembrar de onde o conhecia. Ele continuou: - Bons tempos hein! Eu estou trabalhando numa empresa de contabilidade aqui mesmo, no Estreito. Meu pai andou meio doente, mas está melhor. Minha mãe vai bem – O rapaz era de uma simpatia fora de sério, mas eu ainda não tinha aberto a boca e continuava sem lembrar dele. Agora resolvi recorrer a outro método. Queria muito lembrar. Eu continuava calado e ele ali contando sua vida, animado em me ver. Resolvi lembrar dos colégios onde estudei. Claro. Devia ser amigo de escola. Lembrei do Cabral, onde estudei até a antiga 8ª série. Não, do Cabral não era. Talvez da Escola Técnica de São José. Não, também não. Ah, claro, do CEPU, lá fiz meu supletivo. Mais de 100 alunos na sala de aula. Ele estudou comigo ali? Não. Que coisa. A cabeça já estava esquentando. Ele continuava a falar: - É eu tenho muitas saudades daquele tempo. E você? – Estava desconfiado de que ele havia me confundido com outra pessoa. Como eu ainda não tinha falado nada, pensei em dizer isso a ele, que ele estava enganado, mas fui surpreendido por uma frase sua: - Ainda tenho comigo aquela fotografia que tiramos todos juntos, deixe eu te mostrar. Agora eu gelei, como diz a turma hoje. Se ele tinha uma foto minha e falava com tanta intimidade eu é que devia estar louco e não ele. Estava aí a prova do “crime”. Ele puxou uma foto onde apareciam uns 7 rapazes com uniformes do exército. Começou a falar sobre cada um deles, inclusive um que havia cometido suicídio. Eu já havia matado a charada, mas ele disse: - Ah, poxa, nesse dia você estava de folga, por isso não está nessa foto. Não. Eu não servi o exército. Nem mesmo jamais havia entrado ali. Ele com certeza estava me confundindo com alguém do exército. Alguém muito parecido. Ele não parecia estar debochando de mim. Parecia falar sério e com ânimo por ter-me “reencontrado”. E agora? Várias pessoas que estavam na fila nos olhavam. Algumas até demonstrando que estavam contentes por presenciarem um reencontro de dois velhos amigos. Só faltava eu dizer alguma coisa e darmos um abraço. Que dúvida. Eu digo a ele que ele se enganou e que não sou quem ele pensa que sou? Ele sorria. Tomei uma decisão. Claro que ele não lembrava meu nome, aliás, não sabia, nem eu o dele. Pela primeira vez abri a boca para dizer: - Que bom te ver também rapaz. Fiquei muito impressionado - Nos abraçamos e disse para mandar um abraço a seus pais. Ele foi se afastando satisfeito com o “reencontro” e disse: - Vamos marcar alguma coisa. Reunir a turma. Vou te ligar, ainda tenho teu telefone.

Seu Manual – Formidável

- Seu Manual o senhor viu na TV aquele incêndio na floresta? - Vi sim, achei formidável. - Formidável? O senhor achou legal? - Não meu jovem. Formidável significa também extraordinário, muito bom, ou que dá medo, horrendo, assombroso. Entendeu? - Agora sim!

O mentirosinho do Cabral

Jefinho, como era chamado carinhosamente pelos colegas, escondia um segredo. Era um grande mentiroso. Os pais já haviam percebido e quando confrontados com a artimanha do filho, diziam: - Jeferson, Jeferson. Diga a verdade, é sua última chance – A mãe com as mãos na cintura e o pai com a cinta na mão. Jefinho, teimoso, dizia: - Mas é verdade. Lá no Cabral, colégio onde estudava, todos gostavam do Jefinho e tudo o que ele dizia era lei. Certa manhã Jefinho acordou com uma baita preguiça. Pensou em ficar em casa, ou melhor, na rua, brincando com os amigos que estudavam à tarde. Foi até a janela e viu que era um lindo dia. Céu azul. Sem vento. “Pra que ir a aula hoje?”, pensava Jefinho. Teve uma ideia. Foi à escola. Sentou e depois que bateu o sinal se debruçou sobre a carteira. Fingia estar dormindo. A professora chegou perto e disse: - O que houve Jeferson? Está com sono? - Não professora, não. Estou com muita dor de cabeça. - O que aconteceu? Será que comeu algo que não lhe caiu bem? - Não professora. Acho que foi a viagem. - Quem viagem, Jeferson? - É que morreu um tio lá no Paraná. O tio Irineu (o tio Irineu está vivo até hoje, passados 30 anos), e eu não queria perder a aula. Gosto muito da escola – Se fosse o Pinóquio a ponta do nariz teria chagado ao quadro negro. Mas a professora comoveu-se diante o esforço de Jefinho. Ela disse: - Vá para casa e descanse querido. - Não quero perder a aula, professora! - Mas você vai para casa sim! E lá se foi Jefinho. Feliz da vida. Só não saiu pulando para não chamar atenção dos coordenadores. Em casa e na rua fez a festa. Para os pais disse de modo convincente que haviam sido dispensados mais cedo. Reunião de professores. “Pena”, disse ele. Os pais ficaram desconfiados. Na outra semana Jefinho chegaria com outra história no colégio. - Pessoal, pessoal. Vocês nem sabem o que aconteceu. - O que Jefinho, o que aconteceu? – Perguntava a turma. - Meu pai ia viajar ontem e assim que chegou ao aeroporto seu avião decolou. Meu pai estava atrasado. A turma lamentou: - Que pena Jefinho. - É, que pena, Jefinho. Jefinho saiu com essa: - Pena? Pena nada. Assim que o avião decolou, assim que chegou lá no alto, explodiu. Morreu todo mundo – O espanto foi geral. As meninas quase choravam, os meninos diziam que o pai do Jefinho era um sortudo. Aquela turma não via TV e nem lia jornal, não iam saber que era mentira, pensava Jefinho. Certa noite Jefinho sonhou com um lindo galo. O galo cantava imponente por todo seu terreno. Ele chegou à escola e contou para turma sobre seu sonho. Disse que jogaria no bicho. Jefinho gostava dum joguinho de bicho. O que ele não gostou foi de ouvir que quase todos os colegas também jogariam no bicho. No galo é claro. Jefinho ficou enciumado. Não seria justo outros ganharem no seu palpite. Parou, pensou, e disse: - Pessoal, pessoal. Olha só. Eu sempre jogo no bicho e quando se sonha com galo se joga na cabra. - Na cabra? – Perguntaram. - É. Na cabra. No dia seguinte, assim que chegou ao colégio, ouviu a gurizada gritando: - Ai Jefinho. Valeu Jefinho. Tu é fera Jefinho – Ele não entendia, até que Juninho chegou com um bilhetinho na mão e disse: - A galera ta contente. Todo mundo ganhou no bicho, Jefinho - Jefinho perguntou: - Deu galo?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Morte bonita?

Depois da lamentável notícia, em algumas situações, alguém diz: - Foi uma morte bonita – E não falta alguém para completar: - Morreu dormindo. Não sentiu nada! É difícil imaginar uma morte bonita. Bonito é viver. Claro que quem diz isso está na realidade querendo dizer que foi uma morte sem grandes sofrimentos, uma morte rápida. A segunda afirmação merece atenção de especialistas na área. Dizer que uma pessoa morreu sem sentir nada só porque foi encontrada morta logo pela manhã é um tanto suspeito. Rodrigo, um historiador, homem “devorador” de livros e grande apreciador da respiração e da vida, disse: - Eu não gostaria de morrer dormindo. Será o dia mais importante da minha vida. Único. Quero estar bem acordado, atento a tudo, sentir cada momento. Acredito que Rodrigo quer saborear a vida até o último instante. Faz lembrar o capitão Rodrigo Cambará, personagem de Érico Veríssimo, do livro O tempo e o vento. O capitão Rodrigo quando estava partindo para um combate (que culmina com sua morte), embora otimista, disse a sua esposa, Bibiana, que quando morresse que fosse escrito em seu túmulo – Capitão Rodrigo Cambará, sugou a vida até sobrar só o caroço - O Rodrigo de hoje também acha que não há morte bonita. Acha estranha a afirmação de que quem morreu dormindo não sofreu nada. Imagino um sujeito agoniado, procurando alguém ao seu lado, alguém que o ajude, e não encontra ninguém. Estica o braço para apanhar o celular e só então lembra que o deixou lá na cozinha. Que droga. Bom é estar bem. Mas como a morte ainda faz parte da vida, ou do fim dela, é bom lembrar esses dois Rodrigos. O personagem de Érico Veríssimo morre com um tiro nas costas, nem fica sabendo quem lhe tirou a Grande Dádiva. Já o Rodrigo de hoje segue aproveitando. Boas companhias, bons livros, boa comida, boa bebida, boa música, até seu violão. Está decidido. No dia de sua morte quer estar bem. Pelo menos o suficiente para saber tudo o que estiver acontecendo a sua volta. Quer curtir esse momento frio e triste como última coisa de sua vida. Mas ele sabe que enquanto ainda faltar alguns segundos não vai deixar de aproveitar. Rindo ou chorando, somente depois do último segundo irá se entregar. São planos. Morrer sem muita demora pode até ser uma benção, mas o bom mesmo é não pensar em ter uma morte bonita e sim uma vida bonita. Afinal de contas, alguém dirá sobre nós, se foi uma morte bonita ou não.

Bom exemplo - Polícia Militar

Tantos maus exemplos por aí. Tantos exemplos a não serem seguidos. Por essas e outras quando vemos bons exemplos vale à pena mencionar. O primeiro envolveu a Polícia Militar. Eu queria ir até a casa de meus pais em Santo Amaro da Imperatriz, mas estava sem carro. Um amigo ofereceu seu carro e eu aceitei. Na hora de voltar fui surpreendido por um pneu furado. Já na BR 282 notei que o pneu trocado estava vazio. Sem telefone, já sem socorro, o que fazer? De repente passa uma viatura da polícia militar. Eu dei sinal com a mão direita, o policial ao lado do motorista retribuiu o sinal e se foram. Uns dois minutos depois a viatura voltou, parou ao meu lado e o policial a quem eu havia acenado perguntou se eu só havia dado tchau ou havia algum problema. Expliquei a situação. Eles disseram que não pararam porque acharam que eu só estava os cumprimentando. Então depois de falarem que a borracharia mais próxima ficava a mais de 6 quilômetros dali, perguntaram se eu gostaria que deixassem minha esposa e os dois pequenos filhos em algum outro lugar. Em seguida me levaram até a borracharia. Fizeram o devido relatório. Lembro seus sobrenomes, Borges e Pereira. Eu sou Pereira e minha esposa é Borges, que coincidência. Depois de alguns minutos voltaram até a borracharia e me levaram de volta até o carro de meu amigo. Ótima ajuda. Bons policiais.

Bom exemplo - COMCAP

Segundo caso. Há alguns anos observei um funcionário da COMCAP retirando o lixo da frente de minha barbearia. Um dos sacos de lixo que ele jogou para dentro do caminhão caiu na rua. Ele com indignação chutou aquele saco de lixo que arrebentou. Imediatamente liguei para a COMCAP e contei o que havia acontecido. Fui muito bem atendido ao telefone, mas a surpresa maior veio algumas horas mais tarde no mesmo dia. O funcionário que havia chutado o lixo entrou em minha barbearia e pediu desculpas pelo que havia ocorrido mais cedo no mesmo dia. Explicou que fora uma atitude impensada. Obviamente o elogiei pela atitude. Afinal de contas esta sua última atitude foi tão sublime que superou a anterior. Mais um bom exemplo.

Bom exemplo – Taxista inocente

Foi emocionante ouvir semana passada, aliás, estava ansioso por assistir alguma entrevista com o taxista que a mando de uma manicure pegou o garotinho de 6 anos no colégio e o levou até sua assassina. Quando a repórter perguntou se ele sentia-se culpado pela morte do menino ele respondeu: “Quem é que foi lá dentro do colégio buscar o menino?” Sua resposta revela com certeza uma consciência sensível e de um homem inocente envolvido numa trama terrível. Sua consciência o acusa embora tudo indique sua inocência. Enquanto isso, muitos culpados afirmam com veemência sua inocência. Belo exemplo de boa consciência e sinceridade.

Falando em COMCAP

Tenho visto pelas ruas e assistido na TV entrevistas onde funcionários da COMCAP só comprovam o que está evidente. Boa parte dos problemas que temos com as chuvas se dá por pessoas jogarem quase todo tipo de lixo nas ruas. Um pouco mais de consciência e educação será de grande ajuda. Jogue o lixo no lugar certo, certo?

Seu Manual – Despercebido e desapercebido

- Ah, o senhor até já sabe minha pergunta. Qual a diferença entre despercebido e desapercebido? - Vamos lá meu jovem: Despercebido – não notado, não percebido, desatento. Exemplo: Observadora come é, detalhe algum lhe passa despercebido. Desapercebido – desprovido, desprevenido, despreparado. Exemplo: O aluno foi ao colégio desapercebido do material escolar. - É seu Manual tem até gente da TV usando mal essa palavra.

Empregadas domésticas

Ta bem claro, quem é “pobretão ou pé rapado” não pode ter empregada doméstica. Isso é pra quem pode e não para quem quer. Querer descontar até o pão que a empregada comeu, só porque dorme no emprego. Como se chama isso?

terça-feira, 19 de março de 2013

Beneficio e arrependimento

Jaime é um daqueles caras que nasceram para negociar. Para ele comprar um Culeirinha por 50 e vender por 100 é moleza. Como gosta de cavalos chegou a comprar um por 500 reais, trocou por outro que valia 1000 e em seguida conseguiu negociar por uma CG que valia 2500. Mas dessa vez entrou outro bicho na história. Jaime fora alimentar seus cavalos não muito longe de casa. No caminho viu um cachorro, um pastor alemão, abandonado. No dia seguinte, uma segunda-feira, logo cedo lá estava o pobre cão. Sentiu pena, mas seguiu em frente. A noite encontrou mais uma vez o pastor. Já estava cansado e mancando. Dessa vez Jaime não resistiu. Pegou o cão e o levou a um conhecido ali perto, o Gilmar. Gilmar gosta de cavalos e cachorros, mas, sobretudo, gosta de sentir que levou vantagem em qualquer negócio. Jaime maquinou no caminho o que diria ao colega negociador. Assim que viu o Gilmar, disse: - Gilmar, olhe só esse cachorro. O nome dele é Benefício. Um pastor alemão puro. E não sabe da maior, ele anda sempre ao lado da gente com o cavalo, é incrível. É cão protetor. Entrou pra mim essa semana num negócio por 200 reais. O problema é que não posso ficar com ele. Vou te deixar ele por apenas 100 reais – Gilmar respondeu: - Poxa rapaz, até gostei do bicho, mas não tenho dinheiro – Jaime argumentou: - Pode me pagar em dezembro. - Em dezembro? Então eu quero! E lá se foi Jaime contente por ter ajudado o pobre cão que passava fome nas ruas. E lá ficou o Gilmar pensando: me dei bem nessa com o Jaime, barato e só em dezembro. No dia seguinte o Benéfico comeu uma galinha do Gilmar. No outro dia mais duas galinhas. Uma semana depois Gilmar telefonou para Jaime e disse: - O Jaime, quero te devolver o Benefício. Ele já me comeu 5 galinhas e faz a maior bagunça no sítio – Jaime argumentou: - O Gilmar, negócio é negócio. Tu já pegou o cachorro bem abaixo do preço. - Eu sei, eu sei, mas olha Jaime, não dá pra ficar com o Benefício aqui. Até porque não tenho nenhum benefício com ele, só prejuízo. - Sinto muito, Gilmar, mas o Benefício é teu. - Vamos fazer o seguinte, Jaime. Eu te dou 30 reais de arrependimento. Leve ele, por favor. - Ta bem, ta bem. Pego ele hoje à noite. Assim que Gilmar vê Jaime colocar Benefício dentro de seu carro lembra das 5 galinhas mortas e a bagunça que o cão fez por ali. Como gosta de pensar que sempre leva vantagem falou sozinho na varanda do sítio: Valeu à pena dar 30 pro Jaime. Fiquei com o arrependimento, mas ele ficou com o Benefício.

São José da Terra Firme

São José está completando 263 anos e com certeza uma bela maneira de aprender sobre nossa cidade é com o livro São José da Terra Firme, de Gilberto Gerlach e Osni Machado – ganhei autografado este o Desterro. Eis algumas curiosidades: “Uma estatística da época – 1797 – assinala que a Freguesia de São José era composta de 389 fogos (casas habitadas), com uma população total de 2.079 habitantes, incluindo os escravos, que eram em número de 412. Já existiam escravos libertos, no total de 14”. “Em 10 de outubro de 1848 é levado à forca o pardo Jacinto Martins, idade de 40 anos, natural de Minas Gerais, por haver matado a facão e machado um casal da raça negra, com quem morava, e estuprado a filha deste casal. Esta forca ficava ao lado da Igreja Matriz de São José, lado Norte (segundo o historiador Álvaro Tolentino de Souza). Anos depois esta forma de execução foi abolida.” Essas e outras incontáveis histórias estão no maravilhoso livro de Gilberto Gerlach.

Sexta-feira Santa na quarta-feira

Assim como o aniversário de nossa cidade cai em diferentes dias da semana, ano passado segunda, agora terça, ano que vem quarta, assim acontece com a data da morte de Cristo. Ele morreu no dia 14 do mês de Nisã, numa sexta-feira. Calcula-se a partir do Equinócio, cerca de 21 de março. Anota-se a lua nova mais próxima e então inicia o mês de Nisã. Lá nos dias de Jesus Cristo os dias iniciavam ao pôr do sol e não a meia noite como se dá hoje. Portanto na próxima terça-feira, dia 26, a partir do pôr do sol começara a real data da morte do Senhor. A sexta-feira Santa deste ano cai de terça até o pôr do sol de quarta da semana que vem.

Papo de barbearia Violência contra mulher

“Um bom homem. Um sonho de genro. Um bom colega de trabalho. Um cara bom de papo. Gente fina”. Não são poucos os casos em que elogios assim são atribuídos a homens que parecem gente boa, mas na realidade espancam suas esposas. Já li relatos de pais que saiam da casa da filha felizes com “o sonho de genro” que tinham. A sós, o marido dava bofetadas na mulher. Socos. Batia sua cabeça contra a parede. Colocava uma faca no pescoço do próprio filho para torturar e ameaçar a esposa. Desse acontecimento veio a conversa. Da conversa dados estatísticos. Há uma região dos Estados Unidos onde acontecem em média 16 denuncias por minuto, num telefone destinado a isso. Enquanto ainda falávamos no assunto sentimo-nos interrompidos por uma reportagem no rádio que numa incrível coincidência falava no mesmo assunto. É no mundo inteiro. Em todas as camadas sociais. O papo se estendeu. Há mulheres que denunciam maridos agressores, mas voltam a ser agredidas. Algumas até mortas. Uma advogada concordou que falta apoio após as denúncias, apoio as mulheres agredidas. Um rapaz vindo do nordeste nos espantou com seu comentário, mas depois entendemos sua colocação. Ele disse que a Lei Maria da Penha foi à pior coisa que aconteceu em sua região. Esse seu comentário é que nos causou espanto. Como pode ter sido ruim, amigo? Ele explicou seu ponto de vista. Disse que antes da lei as mulheres ali apanhavam e pronto. Agora, com a Lei, as que denunciam são mortas pelo marido na próxima agressão. O que ele quis nos dizer foi o seguinte: Em sua visão, as mulheres lá antes apanhavam e pronto. Foi assim por décadas. Agora há bem mais mortes. Por quê? Pesquisas que lemos e conversamos mostram que mulheres que não denunciam não o fazem por vários motivos. Algumas porque não querem criar os filhos sozinhas. Outras têm medo de que parentes não acreditariam em suas afirmações. Outras é pela dependência financeira. Outras sabe lá por que motivo. Muitos desses agressores têm histórico de que na infância viram a mãe ser espancada. Alguns desses foram espancados e até estuprados quando ainda meninos. Nada justifica, mas talvez lance uma luz sobre a gravidade da situação. Se é que esse papo teve conclusão talvez seja a seguinte: Mulheres agredidas devem denunciar sim. Denunciar os covardes que praticam qualquer tipo de agressão. Só se espera que elas possam receber o apoio e proteção que tem direito e merecem. Ah, e para aquelas que ainda não se casaram fiquem atentas. Qualquer mínimo sinal de tendência a violência, intolerância, é sinal “vermelho”. É hora de procurar um homem de verdade. E isso não é fim de papo!

Papo de barbearia II – Som alto

“Gosto não se discute”. Quem ousaria discordar? Mas a questão é outra. O amigo leitor (a) já deve ter visto e ouvido por vezes alguém ouvindo música em um volume alto demais, exagerado. Já parou para avaliar o tipo de música que se ouve nessas situações? Alguma vez ouviu uma boa música, de um bom compositor, de um bom cantor, em alto volume? Eu não!

Seu Manual

- Seu Manual qual a diferença entre tráfego e tráfico? - Tráfego meu jovem é movimento, trânsito, fluxo de mensagens. Tráfico é comércio, negócio ilícito, fraudulento. - Ah, é que havia esquecido. Obrigado!

Duvido

Duvido que pessoas que tanto falam em amor, bondade, paciência, respeito pela vida; até religiosas são. Dentre esses há aqueles que até evitam comer carne certos dias do ano. Religiosos. Duvido que alguém ainda praticará algum tipo de farra com animais indefesos. Será que estou sendo ingênuo?

Bilhete premiado

Não é coisa do passado. Ainda há pessoas caindo no conto do “bilhete premiado”. Há poucos dias um morador do bairro Bela Vista foi vítima dessa história. Bilhete premiado? “Olho aberto”. Tem muitos malandros por aí.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Sabedoria x inteligência

Outro dia meu filho perguntou: “Pai, o sinônimo de inteligência é sabedoria”? Refletimos juntos sobre o sentido das duas palavras. Inteligência: Faculdade ou capacidade de aprender, compreender, intelecto. Sabedoria: Grande conhecimento, saber, erudição. Numa aplicação mais ampla de inteligência o dicionário usa a palavra perspicácia. Perspicácia significa basicamente “enxergar além do óbvio”. Meu filho e eu falamos um pouco a respeito dos inteligentes e dos sábios. Há pessoas muito inteligentes. Muito competentes em diversos assuntos. Uma capacidade intelectual impressionante. Há também pessoas sábias. Uma pessoa sábia é capaz de usar bem sua inteligência. Uma pessoa sábia, mesmo que não tenha “grandes estudos” faz bom uso do que sabe e conduz bem a sua vida. Sendo assim, torna melhor, mais feliz a sua vida e dos a sua volta. Existem aqueles inteligentes que conduzem mal a sua vida, tornando lamentável a sua vida e dos a sua volta. Aqueles inteligentes que surpreendem por seu vasto conhecimento de assuntos e a triste revelação de não saber resolver problemas com o marido ou esposa, filhos, vizinhos, parentes, colegas de trabalho ou escola. Coisa boa é observar como um sábio conduz sua vida. Não dá uma de entendido, mas quando precisa saca lá do fundo de suas reflexões a solução para resolver problemas que para muitos é complicado. Isso quando não evita os problemas, sábios costumam evitar problemas, quando não evitam, resolvem, e com maestria. Um inteligente pode ser sábio, maravilha. Se não, é só mais um que adquiriu conhecimento, mas usa pouco. Um sábio sempre é inteligente. Pode estar aí pertinho do amigo leitor, ou leitora. Mas preste atenção, eles costumam passar despercebidos, afinal de contas, só dão o ar de sua graça quando necessário. O sábio nem sequer se preocupa em parecer ser corajoso. O sábio é tão corajoso que nem sempre demonstra sua coragem. Ele avalia se vai valer à pena. Perspicácia. Vê além do óbvio. Vê lá na frente o resultado de suas ações. Depois de alguns minutos meu filho e eu concluímos que vale a pena buscar a inteligência, mas a sabedoria, ah, essa é mais desejável do que um tesouro. Ela própria é um tesouro.

O lobisomem pinguço

Henrique chegou em sua barbearia e encontrou o Valdemar dormindo logo ao lado de sua porta. Valdemar vivia bêbado e dormia em qualquer canto. Não era um sujeito ruim, mas incomodava moradores e comerciantes do bairro pedindo dinheiro para a cachaça, ou ficava enchendo a paciência dos outros com seu papo-furado. Um dia Henrique teve uma ideia e disse a Valdemar que precisava falar um sério assunto com ele. Era só uma brincadeira. Só não imaginou que ele levaria tão a sério. Henrique disse: - O Valdemar você que anda por aí a noite toda já viu o lobisomem? – Valdemar, com sua voz rouca e português enrolado, respondeu: - Que lombisomem que rapaz. Nunca vi lombisomem nenhum. - Sabe por que você nunca viu o lobisomem? Porque você é o lobisomem. - Eu não so lombisomem coisa nenhuma – Valdemar saiu indignado com Henrique. Uma hora depois Valdemar voltou com um cigarro na boca e perguntou ao barbeiro: - Me diz uma coisa. Ta vendo que eu to fumando. Lombisomem fuma? – Henrique argumentou: - Quando vira lobo não fuma, mas quando está como homem fuma sim. A prova está bem aqui na minha frente – E lá saiu Valdemar indignado mais uma vez. No final da tarde Valdemar voltou: - O Henrique, se lombisomem existe por que eu nunca vi? - Mas é claro Valdemar, você vira lobisomem e nem percebe. Valdemar, preocupado, perguntou: - O Henrique. E se alguém quiser matar o lombisomem? - Aí você tem de se cuidar. Valdemar, você sabe como se mata um lobisomem? - Ah, isso eu sei. É com uma bala de prata – respondeu Valdemar meio assustado. Os comerciantes do bairro estranharam o sumiço de Valdemar. Quando aparecia era no final da manhã ou no início da tarde. À noite ninguém mais o via pelas ruas. Dias depois Valdemar apareceu na barbearia. Já havia tomado algumas pingas. Esperou até o último cliente sair e perguntou ao Henrique: - O Henrique sabe se tem alguém desconfiado de mim. Daquele assunto sabe né? - Não. Será que você tem andado muito por aí à noite? – Valdemar vendo que não havia mais ninguém na barbearia, falou: - Que nada rapaz. Consegui uma corrente e um cadeado. Amarro uma mão na outra e passo a corrente até o pé e fico quietinho. Deixo a chave meio longe e só solto de manhã rapaz. De repente tem um maluco por aí que tem uma bala de prata. Eu é que não vou me arrisca. Ó, não conta pra mais ninguém.

Imprudência?

Na marginal da BR 101, próximo a entrada a Forquilhinhas, como não há mais entrada ou acesso a BR, alguns motoristas estão entrando na 101 de maneira bem arriscada. Viram o veículo totalmente à esquerda e então entram na BR. Isso além de atrasar motoristas que vem atrás os coloca em sério risco, pois é uma maneira totalmente inconveniente de entrar na BR 101. É imprudência?

Seu Manual

- Seu Manual quando devo usar nem um e nenhum? - Meu jovem é simples. Nem um (a) (em duas palavras) é quando significar nem um sequer, nem um só, nem um único. Nenhum (a) quando corresponder ao antônimo de algum. - Obrigado seu Manual!

Palavras no Tempo

Na última segunda-feira, dia 4, o Museu Histórico de São José prestigiou e foi prestigiado com o lançamento do segundo livro de Luciane Mari Deschamps. Dezenas de amigos, familiares e admiradores aproveitaram o aconchego do Museu e o clima agradável da noite para terem em suas mãos o livro Palavras no Tempo, que além de Luciane contou com a participação especial de Janaína Lúcia Alves, Janine Lúcia Alves e Márcia Lima. Márcia, por motivo de saúde, não pode comparecer. Desejamos pronta recuperação. Luciane é professora de Língua Portuguesa, especialista em Psicopedagogia e escritora. Ela traz em suas poesias as emoções que sentimos e muitas vezes não encontramos palavras que as expressem. Afinal de contas quem passa somos nós ou é o tempo? Parabéns a Luciane Mari Deschamps e as suas colaboradoras.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Um salto para a sobriedade

Hoje levantei de maneira incomum. Antigamente não era difícil sair da cama dessa maneira. Às vezes acordava e quando olhava o relógio saltava da cama. Aliás, saía da cama com grande disposição. Até que hoje não está tão ruim. Afinal de contas poucos com a minha idade fariam o que ainda faço. Estou com 82 anos e mesmo sentindo que algo mudou ainda me surpreendo com minha energia. Quando tinha meus 40 e poucos anos não via mais da vida além do trabalho e das bebidas. O trabalho parecia custar a passar, o tempo parecia custar passar. Não via a hora de chegar a algum bar, passava por vários até chegar em casa. Minha mulher e 3 filhos tinham pouco minha presença. Certo dia um de meus filhos, o caçula, de 11 anos, apareceu em casa com um convite do AA. Não dei à mínima. Já minha mulher no mesmo dia me carregou para uma sala cheia de bêbados como eu. Talvez alguns ali já estivessem sóbrios. Eu não estava. Aquele dia foi marcante. Nunca esquecerei a data de 3 de julho de 1973. Foi à última vez que minha família, amigos - amigos se é que tinha - me viram bêbado. Aos 42 anos iniciava nova vida. Curtiria como dizem hoje os jovens, minha vida, minha família. Passaram-se três anos de uma vida diferente. Livre da dependência. Conversava com minha esposa e meus filhos. Eu os ouvia e eles me ouviam. A trajetória de felicidade foi cortada repentinamente. Numa tarde de inverno em 1976 meu patrão me chamou e disse a pior coisa que um homem pode ouvir. Um homem que é pai ou uma mulher que é mãe jamais deveria receber tal notícia. Meu garoto de apenas 14 anos, aquele mesmo menino que 3 anos antes aceitara um panfleto do AA na rua e o entregara a minha mulher. Maldita ironia da vida. Com a atitude de meu filho fui levado a cura das bebedeiras e agora, 3 anos depois um bêbedo o havia atropelado enquanto voltava do colégio. O bêbado subiu na calçada onde meu garoto caminhava com seus sonhos. Carregava uma alegria contagiante e o sonho de ser jogador de futebol. Não bebo há 40 anos, nem uma única gota de álcool. Hoje sonhei que estava bebendo num bar. Esse tipo de sonho não é incomum. Voltei a dormir. Sonhei então com minha família reunida numa das primeiras ocasiões de fim de semana sem eu estar bêbado. Num daqueles domingos chegou um cunhado com uma garrafa de bebida. Olhei atentamente para aquela garrafa doido para agarrá-la e esvaziá-la não numa pia, mas na minha boca seca de vontade. Por um instante olhei para meu filho e vi em seu olhar a pesquisa de minha decisão. Sonhei com esse dia. Lembrei de meu filho. Saltei da cama como se estivesse atrasado para o mais importante de todos os compromissos. Fui ainda cedo a uma sala de AA. Um dia alguém leu uma passagem bíblica onde dizia que um dia eu reencontraria meu filho. Falaram em ressurreição. Não me aprofundei nessa ideia até aquele dia. Imaginei que quando tiver a oportunidade de abraçá-lo de novo quero afirmar a ele que nunca, nunca mais coloquei álcool em minha boca. Com tudo que bebi cheguei até aqui. Meu filho viveu apenas 14 anos e eu 82 e sabe lá até quando. Amanhã quero acordar mais tranquilo. Não me contento em sentar numa praça e lamuriar. Meu garoto meu ajudou e vou continuar ajudando outros que bebem como eu bebia. Como me disse aquele consolador com uma Bíblia na mão: vocês se reencontrarão. Só então vou querer saltar da cama como hoje. Para abraçá-lo!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Reunião de condomínio (Um bate-papo)

-Quer relaxar? Quer uma conversa civilizada? Quer ouvir pessoas se expressando educadamente? Quer falar sem ser interrompido? NÃO VÁ A UMA REUNIÃO DE CONDOMÍNIO. -Que absurdo caro colunista. Todos sabem que não devemos perder a reunião de condomínio. Como participar das decisões se ficarmos em casa? - Eu sei, eu sei. O leitor falou a coisa certa. Mas e as perguntas que fiz ali no começo? - Não importa. Em todos os condomínios é assim. - Desculpe leitor, mas ouvir que em todos os condôminos é assim não me anima em nada. Eu mesmo já fui injustamente ofendido numa dessas reuniões. E por uma senhora, pra não chamá-la de velha mal educada. - É amigo colunista, mas se não for à reunião não poderá depois reclamar de nada. - Pior que é verdade. - Mas o que o incomoda tanto, amigo colunista? - Ah amigo leitor é a falta de educação. A maneira extremamente grosseira como alguns se tratam. - Falou bem amigo colunista. Alguns. Não generalize. - Olha só. Eu que costumo usar meu espaço nos jornais para incentivar os pais a irem às reuniões do colégio, do PROERD, do condomínio, agora estou aqui recebendo um sermão. - Não é sermão amigo colunista. Pare e pense. Tu estás aí digitando, refletindo sobre cada palavra, sobre as consequências de nossas decisões. Vamos lá rapaz. Reavalie. - É. Admito que tu me convenceste. Mas e aquelas figuras indesejáveis? - Ignore. Pense no bem daqueles que são educados. Pense no bem do seu imóvel. Concentre-se nisso. - Valeu amigo. Desculpe. Nem perguntei seu nome. - Consciência Educação da Silva. - Muito prazer. Eis um colunista a seu dispor.

Quase sem saída

Esta semana ao circular a noite pelo bairro Bela Vista avistei o que havia apenas ouvido nas notícias – ônibus escoltados pela policia, brigas feias no meio da rua, e a notícia do assalto a mão armada de um amigo comerciante onde seu carro foi levado pelo bandido. Detalhe: tudo isso em menos de uma hora. Há 40 anos aqui me surpreendo assim como os demais. Em seguida apanhei mais um livro de Harlan Coben – Não conte a ninguém. Meia hora depois troquei por um momento de livro e voltei a ler uma interessante expressão. Dizia assim: “E eu mesmo retornei, a fim de ver todos os atos de opressão que se praticam debaixo do sol, e eis as lágrimas dos oprimidos, mas eles não tinham consolador, e do lado dos seus opressores havia poder, de modo que não tinham consolador”. Nós, aqui da região, precisamos nos conscientizar de que as coisas mudaram, mudaram para pior. Pessimismo? Experimente o amigo leitor andar pelas ruas e acrescente a essa caminhada sorrisos e cumprimentos a quem passa por nós. Metade corresponde. Outra metade demonstra apatia. Já essa apatia pode ou não ser devido à violência a nossa volta. Pode estar dentro de muitos já cansados dos problemas ou talvez sejam apenas pessoas nada simpáticas, não tão agradáveis. Acostumar-se com apatia, violência, insegurança, leva tempo. Nesse meio tempo somos vitimados pela inocência que nos faz pensar que ainda vivemos nos dias do: Boa tarde seu Manoel. Bom dia dona Maria. Minha mãe vai bem sim, obrigado. Passe lá em casa para tomar um café. Também havia no passado vizinhos atentos. Se alguém desconhecido pisasse em nossa rua, todos ficavam de olho. E se olhasse para nossa casa então? A rua em que morasse um policial, ah, essa bandido passava longe. No comércio todos os fregueses eram amigos. Agora muitos trabalham com portas fechadas. Só as abrem para rostos conhecidos. No ônibus quando eu bobeava e não via um idoso ou mulher grávida ao meu lado, meu pai tocava em meu ombro e pronto, o recado estava dado. Hoje há pais que confundem educação com tolice, coitados, coitados dos filhos, os pais já eram. Como acostumar-se com uma mudança para pior? Como adaptar-se? Como definir quem é quem? Depois que li a passagem mencionada, aliás, está em Eclesiastes 4:1, meditei no contexto das palavras. Lágrimas, opressão, poder, falta de consoladores. Nunca antes se viu tantas pessoas religiosas e sem esperança ao mesmo tempo. Tantas denuncias da mídia, tantos planos e tão pouco sucesso. Voltei ao livro de Harlan Coben - Gênero Mistério. É o segundo que estou lendo desse autor. Não é a toa que há tanta inspiração para histórias de ficção policial. Ficção? Antes fosse pura ficção. Mas haverá saída.