quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Quase sem saída

Esta semana ao circular a noite pelo bairro Bela Vista avistei o que havia apenas ouvido nas notícias – ônibus escoltados pela policia, brigas feias no meio da rua, e a notícia do assalto a mão armada de um amigo comerciante onde seu carro foi levado pelo bandido. Detalhe: tudo isso em menos de uma hora. Há 40 anos aqui me surpreendo assim como os demais. Em seguida apanhei mais um livro de Harlan Coben – Não conte a ninguém. Meia hora depois troquei por um momento de livro e voltei a ler uma interessante expressão. Dizia assim: “E eu mesmo retornei, a fim de ver todos os atos de opressão que se praticam debaixo do sol, e eis as lágrimas dos oprimidos, mas eles não tinham consolador, e do lado dos seus opressores havia poder, de modo que não tinham consolador”. Nós, aqui da região, precisamos nos conscientizar de que as coisas mudaram, mudaram para pior. Pessimismo? Experimente o amigo leitor andar pelas ruas e acrescente a essa caminhada sorrisos e cumprimentos a quem passa por nós. Metade corresponde. Outra metade demonstra apatia. Já essa apatia pode ou não ser devido à violência a nossa volta. Pode estar dentro de muitos já cansados dos problemas ou talvez sejam apenas pessoas nada simpáticas, não tão agradáveis. Acostumar-se com apatia, violência, insegurança, leva tempo. Nesse meio tempo somos vitimados pela inocência que nos faz pensar que ainda vivemos nos dias do: Boa tarde seu Manoel. Bom dia dona Maria. Minha mãe vai bem sim, obrigado. Passe lá em casa para tomar um café. Também havia no passado vizinhos atentos. Se alguém desconhecido pisasse em nossa rua, todos ficavam de olho. E se olhasse para nossa casa então? A rua em que morasse um policial, ah, essa bandido passava longe. No comércio todos os fregueses eram amigos. Agora muitos trabalham com portas fechadas. Só as abrem para rostos conhecidos. No ônibus quando eu bobeava e não via um idoso ou mulher grávida ao meu lado, meu pai tocava em meu ombro e pronto, o recado estava dado. Hoje há pais que confundem educação com tolice, coitados, coitados dos filhos, os pais já eram. Como acostumar-se com uma mudança para pior? Como adaptar-se? Como definir quem é quem? Depois que li a passagem mencionada, aliás, está em Eclesiastes 4:1, meditei no contexto das palavras. Lágrimas, opressão, poder, falta de consoladores. Nunca antes se viu tantas pessoas religiosas e sem esperança ao mesmo tempo. Tantas denuncias da mídia, tantos planos e tão pouco sucesso. Voltei ao livro de Harlan Coben - Gênero Mistério. É o segundo que estou lendo desse autor. Não é a toa que há tanta inspiração para histórias de ficção policial. Ficção? Antes fosse pura ficção. Mas haverá saída.

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