quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ficar de “molho”

Quem é autônomo sabe muito bem, férias é coisa rara. Ao mesmo tempo em que temos certa “liberdade”, talvez mais do que quem é funcionário, ainda assim ficamos bastante “presos” aos nossos serviços. Mas quando a situação fica difícil, tal como algum problema de saúde, aí não tem jeito. Nos últimos 20 anos, meu maior período de férias foi de 10 dias, e nem todos os anos. Senti na pele, literalmente, que não somos mesmo de ferro. Fiz uma consulta no posto de saúde do bairro Bela Vista na terça-feira, dia 8. Fui por dois motivos. Primeiro, por causa de alguns sinais. Na testa, nariz e nas costas. A esperança de que a retirada dos sinais, na testa e no nariz, me deixaria mais bonito, foi frustrante. Fiquei igual. O segundo, exames de sangue. Três dias depois me ligaram dizendo que a cirurgia seria em três dias. Da consulta a cirurgia, 6 dias. Legal. Já o exame de sangue pode levar até 60 dias. Fui imaginando algo muito simples. A cirurgia foi numa clínica em Palhoça. Na hora certa fui chamado e conduzido até alguns alunos que se formarão ainda este ano. Muito atenciosos por sinal. Depois de iniciada a primeira cirurgia mantive a calma. O professor que os orientava não demonstrava nenhuma simpatia. Tomara que seu profissionalismo supere essa falta. Em certo momento ele chegou perto do jovem médico e disse: - Você fez exatamente o que eu disse para não fazer. Vá mais fundo, mais fundo. Fiquei contente que ele não estava em minha última consulta com meu próctologista. Disse ao jovem médico que não deveriam ter esse tipo de conversa perto dos pacientes. Numa primeira cirurgia, com um professor de “cara amarrada”, e ouvindo isso, não é bom. E foram quatro etapas. Para quem ainda não fez uma cauterização, é tranquilo. Num dos sinais foram 5 pontos, no outro 1. Nunca havia sido “costurado”, nunca havia feito uma cirurgia desse tipo. Como não tenho direito a atestado, fui trabalhar na manhã seguinte. Aí a coisa “apertou”. Tentar vencer a dor é complicado. Trabalhando dói. Sentado dói. Para dormir é difícil. Pra quem está acostumado com o trabalho e a não dizer não para clientes é complicado. Mas é importante lembrar que às vezes é preciso saber ficar de “molho”. E mais importante ainda, cuidar da saúde. Meus sinais foram encaminhados para a biópsia. Agora é aguardar. Minha mãe teve câncer de pele. Minha esposa insiste em que eu e meus filhos usemos o filtro solar. Está certa. O índice de câncer de pele é auto, temos que nos cuidar. Escrevo me retorcendo de dor. Tomara que passe logo. Quero voltar a trabalhar o dia inteiro e 100%. Se não for querer demais. De molho só almôndega.

Pedofilia

Domingo dia 20, a Xuxa deu seu depoimento no Fantástico. Falou até sobre abusos sexuais que sofreu na infância. O que ela disse é uma grande realidade, os pais devem ficar muito atentos ao comportamento dos filhos. Alteração no comportamento pode ser um sinal. Mas a prevenção é ainda mais importante. Como? Lembrar do velho ditado: “Seguro morreu de velho”. No caso de Xuxa, os abusos ocorreram com pessoas próximas. Marido da avó, grande amigo do pai e etc. Portanto, “olho aberto”. Não é paranóia, mas muito cuidado com quem se aproxima de nossos filhos e com sinais de intimidade. Conversar abertamente com os filhos é vital. Deixar claro para eles que não devem ter medo de falar com os pais se notarem comportamentos “estranhos”. Molestadores muitas vezes ameaçam as crianças dizendo que farão mal aos seus pais caso contem o que aconteceu, ou que os pais não acreditarão. Em muitos casos os pedófilos são pessoas próximas.

Seu manual

- Seu Manual qual a diferença entre dispensa e despensa? - Dispensa é licença, permissão, isenção de serviço. Despensa é parte da casa, escola, hospital. Entendeu: - Sim. Ah, o senhor está dispensado por hoje.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Nos ver com outros olhos

É de um poeta escocês, não sei seu nome, mas preste atenção: - Quem dera que por algum poder o dom fosse nos dado de olhar para nós mesmos assim como somos olhados! De quantos erros seríamos poupados – Desde que li essa frase, essa poesia, fiquei pensando – como os outros me veem. Meus amigos, clientes, colegas, familiares, etc. Nos olharmos numa fotografia ou numa filmagem, tal como dessas de casamentos, já nos surpreendemos. Mas creio que o poeta escocês queria ir mais a fundo. Creio que ele queria nos fazer pensar que, se de fato, tivéssemos esse poder, mudaríamos algumas ou muitas coisas. É fácil notar isso. É só pensar nos outros. Como os olhamos? O que falamos de nossos amigos? O que achamos que eles fazem de admirável e o que achamos que eles deveriam mudar? Paramos diante uma mesa de jogo, dominó ou canastra, e parece que só nós notamos uma boa jogada, quem vê de fora vê melhor. Vou perguntar para alguém. Talvez para mais de um amigo como eles me veem. O que pensam sobre mim? Que tipo de pessoa sou? Que impressão passo? Para aqueles que dizem que não estão “nem aí” para o que os outros pensam a seu respeito, com todo respeito, mas talvez esteja perdendo uma oportunidade de um valioso checape. Como disse o poeta: “De quantos erros seríamos poupados”. Só tem que ter coragem. O aparelho que fará o exame serão os olhos de um amigo. O resultado não virá num daqueles papéis de exames. Virá da boca de quem examinou. Tomara que bem poucos me peçam esse exame e o seu resultado. Se pedirem vou ter que “calibrar” bem os olhos e a língua. Espero o mesmo dos meus avaliadores.

Quem é quem.

Este é o tema do mais novo programa da TV BV, sábado as 21:40h. No primeiro programa o convidado foi Luiz Carlos Prates. O Prates de sempre. Diz o que pensa, defende o que acredita. Não tem meio termo quando se fala dele. É amado ou odiado. Depois de falar abertamente sobre sua saída da RBS, falou de uma certa pessoa cujo nome não revela. Disse que se encontrá-la na rua, será capa da Veja. Prates apresenta o Jornal do Meio Dia no SBT. Tomara que volte logo para alguma rádio local. Há uns dois meses perguntei a ele quando voltaria. Ele me disse que está com muitas atividades na TV, CBN Lages, jornais e palestras. Tenho a impressão que ele volta. Seria na Guarujá?

A colunista

Registro em meu espaço os mais sinceros elogios a uma colunista especial. Com um estilo agradável, muito inteligente, sensível, e sempre com assuntos que tocam fundo as relações humanas. Viviane Bevilacqua tem suas crônicas publicadas todos os domingos no caderno Dona DC. Consegue como poucos descrever sentimentos, anseios e desejos a nossa volta. É minha primeira leitura ao abrir o DC de domingo.

Seu “Manual”

- Seu Manual como eu escrevo a palavra cerrar? - Depende meu jovem. Cerrar com c é quando significa fechar. Exemplo: Cerre os olhos: vou fazer-lhe uma surpresa! Serrar com s é quando significar cortar. Exemplo: Ele já serrou a madeira. - Entendeu? - Sim!

Pessoas folgadas

Ainda ouço profissionais lamentando a folga de algumas pessoas. Um profissional vai fazer um serviço numa casa, tal como instalar móveis, e ouve outros pedidos: Instalar tomadas, pendurar algo aqui ou ali. Se não estava no contrato é bom “acertar” com o profissional. Na pior das hipóteses, se não puder pagar, no mínimo ser muito grato. Ele tinha essa obrigação.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O mentirosinho do Cabral

Jefinho, como era chamado carinhosamente pelos colegas, escondia um segredo. Era um grande mentiroso. Os pais já haviam percebido e quando confrontados com a artimanha do filho, diziam: - Jeferson, Jeferson. Diga a verdade, é sua última chance – A mãe com as mãos na cintura e o pai com a cinta na mão. Jefinho, teimoso, dizia: - Mas é verdade. Lá no Cabral, colégio onde estudava, todos gostavam do Jefinho e tudo o que ele dizia era lei. Certa manhã Jefinho acordou com uma baita preguiça. Pensou em ficar em casa, ou melhor, na rua, brincando com os amigos que estudavam à tarde. Foi até a janela e viu que era um lindo dia. Céu azul. Sem vento. “Pra que ir a aula hoje?”, pensava Jefinho. Teve uma ideia. Foi à escola. Sentou e depois que bateu o sinal se debruçou sobre a carteira. Fingia estar dormindo. A professora chegou perto e disse: - O que houve Jeferson? Está com sono? - Não professora, não. Estou com muita dor de cabeça. - O que aconteceu? Será que comeu algo que não lhe caiu bem? - Não professora. Acho que foi a viagem. - Quem viagem, Jeferson? - É que morreu um tio lá no Paraná. O tio Irineu (o tio Irineu está vivo até hoje, passados 30 anos), e eu não queria perder a aula. Gosto muito da escola – Se fosse o Pinóquio a ponta do nariz teria chagado ao quadro negro. Mas a professora comoveu-se diante o esforço de Jefinho. Ela disse: - Vá para casa e descanse querido. - Não quero perder a aula! - Mas você vai sim! E lá se foi Jefinho. Feliz da vida. Só não saiu pulando para não chamar atenção dos coordenadores. Em casa e na rua fez a festa. Para os pais disse de modo convincente que haviam sido dispensados mais cedo. Reunião de professores. “Pena”, disse ele. Os pais ficaram desconfiados. Na outra semana Jefinho chegaria com outra história no colégio. - Pessoal, pessoal. Vocês nem sabem o que aconteceu. - O que Jefinho, o que aconteceu? – Perguntava a turma. - Meu pai ia viajar ontem e assim que chegou ao aeroporto seu avião decolou. Meu pai estava atrasado. A turma lamentou: - Que pena Jefinho. - É, que pena, Jefinho. Jefinho saiu com essa: - Pena? Pena nada. Assim que o avião decolou, assim que chegou lá no alto, explodiu. Morreu todo mundo – O espanto foi geral. As meninas quase choravam, os meninos diziam que o pai do Jefinho era um sortudo. Aquela turma não via TV e nem lia jornal, não iam saber que era mentira, pensava Jefinho. Certa noite Jefinho sonhou com um lindo galo. O galo cantava imponente por todo seu terreno. Ele chegou à escola e contou para turma sobre seu sonho. Disse que jogaria no bicho. Jefinho gostava dum joguinho de bicho. O que ele não gostou foi de ouvir que quase todos os colegas também jogariam no bicho. No galo é claro. Jefinho ficou enciumado. Não seria justo outros ganharem no seu palpite. Parou, pensou, e disse: - Pessoal, pessoal. Olha só. Eu sempre jogo no bicho e quando se sonha com galo se joga na cabra. - Na cabra? – Perguntaram. - É. Na cabra. No dia seguinte, assim que chegou ao colégio, ouviu a gurizada gritando: - Ai Jefinho. Valeu Jefinho. Tu é fera Jefinho – Ele não entendia, até que Juninho chegou com um bilhetinho na mão e disse: - A galera ta contente. Todo mundo ganhou no bicho, Jefinho - Jefinho perguntou: - Deu galo? - Galo? Galo nada, rapaz. Deu cabra, deu cabra na cabeça. Todo mundo ganhou. A gente sabe que sempre pode confiar em você, Jefinho.

Seu “Manual”

- Qual a diferença entre acender e ascender? - Ora meu jovem. Acender significa pôr fogo, ligar, alumiar. Ascender significa subir, progredir. Entendeu? - Sim!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Meus oito anos

O poema a seguir com o tema Meus oito anos é de autoria de Casimiro de Abreu (1839-1860), um dos mais populares poetas brasileiros. Nasceu no Rio de Janeiro e não conseguiu concluir seus estudos por ter de trabalhar no comércio por imposição do pai. Nos deixou belos poemas como este: Oh! Que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como são belos os dias Do despontar da existência! - Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar é – lago sereno O céu – um manto azulado, O mundo – um sonho dourado, A vida – um hino d’amor! Que auroras, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar!

Saudosismo

Talvez seja apenas o saudosismo que me fez compartilhar hoje essa linda poesia de Casimiro de Abreu. Lembrar da minha infância aqui no bairro Jardim Cidade em São José, num terreno cheio de árvores, cheio de frutas, do futebol ainda na rua. Cada uma dessas doces lembranças me faz pensar que assim como o passado deixou saudades e não volta mais, assim também o presente, o nosso hoje, será amanhã apenas o passado. Já que não posso voltar ao passado quero aproveitar o presente para que o “amanhã”, lá no futuro, eu sinta ainda mais saudades por saber que aproveitei muito bem esse presente.

Não assumem

Não faltam reportagens mostrando o que a imprudência, a irresponsabilidade, a falta de respeito pela vida, tem feito com nossos semelhantes. Pessoas bebem e dirigem. Outras abusam na velocidade. Há muitas outras maneiras de mostrar falta de respeito que resulta em prejuízo a inocentes. O pior de tudo é ouvir ainda frases do tipo: “era pra ser assim”,“ tinha que acontecer” , “ chegou a sua hora”, “ foi a vontade de Deus”. Não era pra ser assim, não tinha que acontecer, não havia hora nenhuma marcada, jamais poderia ter sido a vontade de Deus. Parece mais fácil arrumar desculpas para a irresponsabilidade e continuar com a impunidade.

Versos dos Meus Sonhos

“Versos dos Meus Sonhos” é o tema do livro que recebi da escritora Vera Regina Eltermann, aqui de São José. Cheio de emoções e delicadeza faz-nos refletir e deixar falar os sentimentos e ver como é possível a realização de sonhos. Muito obrigado, Vera Regina.

PALAVRAS EM MIM

PALAVRAS EM MIM - Meus Poemas e Relatos da Infância, da escritora Luciane Mari Deschamps é o tema de mais um belo livro que recebi na última semana. Poesias que nos levam a infância, a imaginar o futuro e avaliar nossos sentimentos. Reflexões que emocionam. Obrigado, Luciane.