domingo, 26 de maio de 2013

Não deixe para amanhã

O Flávio era filho único e sempre foi muito apegado ao pai, Arnaldo. O tempo passou e a adolescência chegou. Flávio começou a deixar de beijar seu pai. Diante os amigos então, nem pensar. Que vergonha: pensava Flávio. Isso não durou mais que uns 3 ou 4 meses. Um dia Flávio viu seu pai jogando dominó com amigos num sábado perto de casa. Assim que passou pelo pai seus pensamentos o levaram a refletir – até quando terei meu pai comigo? Ele é novo, só tem 48 anos, mas até quando o terei comigo? Flávio retornou e surpreendeu seu pai com um carinhoso beijo no rosto na frente de vários velhos amigos de seu pai. O gesto se repetiu por todas às vezes em que passava pelo pai. Ultrapassou os beijos com gestos de carinho passando a mão na cabeça do pai e o abraçando. Cerca de um ano após essa atitude de Flávio veio à notícia, seu Arnaldo estava com câncer. A luta contra a doença durou menos de um ano. Hoje Flávio chora de saudades de seu pai Arnaldo. Chora de saudades e não de remorso. Disse que choraria de remorso caso não tivesse demonstrado o carinho e amor pelo pai. Lembra com emoção e satisfação as conversas e carinho que mostrou ao pai. Ele sente-se feliz de não ter deixado essas demonstrações para um “amanhã”.

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