domingo, 6 de dezembro de 2015

Pensamentos velados

Há quem diga: “Poxa, eu falei sem pensar”. Ou: “Ah, eu não queria ter dito isso”.
Sempre tive dúvidas quanto a isso. Como podem chegar às palavras em nossa língua, em nossa boca, sem ter primeiro passado pela cabeça, pelos sentimentos?
Tenho um amigo que no alto dos seus 80 anos de idade e muito sábio costuma lembrar um ditado: “Somos escravos das nossas palavras e senhores do nosso silêncio”. Meu amigo, senhor Tufi, faz muito bem em nos presentear com essa maravilhosa frase de reflexão.
Nunca antes vi tantas “placas” de igrejas, tantos religiosos, tantos acadêmicos, tantos doutores, e nunca tinha visto tanta intolerância, preconceito, impaciência. Desde uma fila na sinaleira ou no supermercado. Ou com pessoas de outra denominação religiosa. E ainda pela cor da pele ou origem, de outro país ou outro Estado. Quanta raiva, indignação.
A ignorância leva pessoas a agirem de maneira imprópria. Ignorar o que não conhecem. Não fazer caso e não querer entender o outro lado da história.
Ouço na CBN que funcionários haitianos são maltratados em alguns lugares. Quem faz isso tem a audácia de se considerar melhor que eles, quando na verdade ainda não chegam nem perto de seu caráter.
Se “pinta um quadro” de certas classes de pessoas ou profissionais e pronto, assunto encerrado.
O interessante é que muitas dessas pessoas que ao contrário do amar procuram ser tolerantes. Tolerar é bom sim, mas depende do quê. Se sempre toleramos com a vontade de pular no pescoço do outro é porque não temos amor, compaixão, empatia.
Muitos celebram em dezembro o nascimento de Cristo. Segundo estudos e pesquisas Jesus nasceu lá pelo início do mês de outubro. E ainda assim, como diz outro ditado: “a mão que bate é a mesma que acaricia”. Ou seja, esses mesmos preconceituosos, racistas, intolerantes, terão a coragem de festejar fora de época o nascimento de alguém que viveu e demonstrou o amor em sua plenitude. Beijos e abraços e felicidades serão “disparados a torto e a direita”, por alguns que não são assim ao longo do ano, ao longo da vida.

Atos de bondade, de amor ao próximo, de respeito, deviam fazer parte da vida, parte de nós. O Bullyng, as piadas e desrespeito com pessoas que demonstram fé e amor, o preconceito, já deveria ser trabalhado em casa, por nós, pais. Caso contrário, aumentará o número dos que se julgam superiores. Haverá mais pessoas dizendo: “Eu não queria ter dito isso”. Queria sim. Assuma. Ou então, mude a maneira de encarar a vida, as pessoas. Renovar nossa maneira de pensar nos dará o maravilhoso som do silêncio quando necessário e palavras brilhantes que saem de um coração e mente de pessoas que falam o que pensam de melhor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário