terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Férias

Geralmente começamos a tirar férias logo que começamos a estudar. Coisa boa eram as férias de julho ou de dezembro. Lá nos anos 80, meus primeiros anos de estudos, admito, era pelo menos um pouco de malandragem, afinal de contas já no mês de setembro começava contar quantos dias faltavam para a chegada das férias. O último dia de aula lá no Cabral já era especial. Saber que no dia seguinte e mais uns 60 e poucos dias estaria de folga. As brincadeiras de bicicleta, o Atari, a bola e muito mais. Ah que saudades. Estou escrevendo esta coluna em meu primeiro dia de férias. Serão apenas 12 dias. Nem pensar em desligar o celular. Há outros importantes compromissos na vida dos quais não se pega férias. Mais uma vez não viajo. Ando por aí, por aqui, nessas lindas cidades. Sejamos sinceros, a beleza natural de Florianópolis é sempre de “cair o queixo”. O SESC de Cacupé tem sido um bom lugar para curtir com a família. As belas praias. Aí a coisa se estende. De Pontas das Canas a Palmas, ou a praia do Sonho, um dos pontos de parada esta semana. Nos últimos dias ouvi vários clientes amigos se expressando sobre férias. O Rafael disse que nessas férias não viajaria por um simples motivo. Quer ter dessa vez a sensação de ficar em casa, andar pelo bairro, tomar uma cerveja com amigos e etc. Alguns disseram que passaram na praia. Outros viajaram para visitar parentes. Acho especialmente boa a sensação de não ter hora para fazer as coisas. Dormir sem ligar o despertador. Sei lá se vou conseguir isso. Fico pensando que se acordar tarde vou perder tempo. Tempo que poderia ser bem aproveitado. Ah que bobagem. Será? Mas com mais tempo livre observamos melhor. Num restaurante vejo um homem de uns 50 anos fechar os olhos antes de comer e fazer uma oração. Curioso, metido, me aproximo e dou os parabéns pela atitude. Ele agradece. Também tenho esse hábito. Vejo pais pacientemente brincando com os filhos. Mas também pais desatentos, impacientes. Fico observando, mas consigo não me envolver, tento não avaliar. Não sou mesmo nenhum especialista. Em casa, à noite, tudo volta à cabeça, cada cena, cada situação. Aí me perco e começo a tentar avaliar o que vi. Férias. Se o corpo permanece em movimento nas férias quanto mais à cabeça. Essa não para. Que droga. Tento parar de pensar. Falho. Lembro mais uma vez das férias lá dos anos 80. Esse pensamento vem acompanhado da música de Alceu Valença, Estação da Luz. “Lá vem chegando o verão. No trem da estação da luz. É um pintor passageiro colorindo o mundo inteiro derramando seus azuis”. E o trem da vida passa rápido. Mais rápido ainda devem passar meus agora só 11 dias de folga. É bom saber que assim como na infância lá pelo mês de setembro (será que ainda é malandragem?) posso lembrar que ela sempre vem. Bem mais curta é verdade, mas muito bem aproveitada.

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