segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Juvenal a loirinha e o Totó.

A rotina de Juvenal transformou-se quando conheceu uma loirinha. Ela passou repentinamente a pegar o ônibus no mesmo lugar que Juvenal. Do ponto final do Bela Vista enquanto aguardava o coletivo via a loirinha atravessando a rua. Sempre que a via ela já estava em frente à Maxifarma em direção ao ponto final.
Juvenal viajava entre muitos pensamentos. Às vezes imaginava-se com elegância atendendo um moderno celular ou então com um carrão passando próximo ao ônibus, só para que a loirinha o admirasse. Mas a coisa era diferente. Lá estava ele do jeito de sempre.
Certo dia o Totó, seu cachorrinho, lhe faria uma desagradável surpresa. Juvenal estava de calça nova, sapato novo e camisa nova. Pensava: é hoje.
Para sua boa surpresa a loirinha fixa um olhar penetrante que vai varias vezes dos pés a cabeça. Ele fica tentando imaginar o que ela estaria pensando a seu respeito. Mas, seu pensamento é interrompido pela voz do cobrador que diz:
- E amigo, esse cachorro é seu?
Depois de olhar para o chão e trocar um rápido olhar com Totó, sente o rosto pegar fogo de tanta vergonha e diz:
- Não, o cachorro não é meu. Nunca o vi.
- Ah, desculpe – diz o cobrador que segue procurando pelo dono do cachorro.
Disfarçadamente Juvenal olha para a loirinha que ri da situação.
Juvenal pensa em jogar Totó pela janela, mas seria crueldade imperdoável.
Enquanto ainda se recupera do susto, ouve o cobrador:
- Amigo, o cachorro é teu sim. Não sai do teu lado e não para de abanar o rabo.
Agora o mundo de Juvenal havia caído. Todos riam muito. Até a loirinha. Logo ele que queria causar boa impressão. Ele pensava: por que isso não acaba como cena de novela quando a coisa fica feia. Mas, se ele queria alivio a situação ainda iria piorar, pelo menos um pouco. O motorista, educadamente depois de parar o ônibus na descida da Avenida Brasil, olha para Juvenal e fala:
- Calma rapaz. Pegue seu cachorrinho e o coloque para fora com calma – Entre muitos risos, alguns debochados outros só engraçados, Juvenal pega Totó, e mesmo com vontade de atirá-lo pela janela o conduz calmamente para fora do coletivo.
Agora a parte mais difícil. Entrar de novo no ônibus e passar pela loirinha que com tudo isso ainda olha para Juvenal e com uma voz suave:
- Seu cachorrinho é lindo.
Assim que salta do ônibus no Centro ele começa aquela coisa tipo, de toda coisa ruim se pode tirar coisas boas. Talvez...
Bom, depois de não conseguir notar nada de bom no que havia acontecido um amigo no serviço o anima:
-E, ela falou contigo cara. Tu chamaste atenção dela!
Aquilo soou bem as orelhas ainda quentes de Juvenal que nunca mais viu a loirinha.

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