segunda-feira, 3 de maio de 2010

O sofá

Aderbal sonhava em ter um sofá bonito em casa. Sempre que andava pela Felipe Schmidt, olhava as lojas que exibiam belos sofás. Quando ainda solteiro, mas já namorando, foi encontrar a namorada no Shopping Itaguaçu, iriam ao cinema. Mas é claro, Aderbal primeiro admirou um belo sofá e pensou que quando casado, teria um daqueles em sua casa, mesmo que fosse uma humilde casa.
De repente, lembra da namora e caminha em direção ao cinema. Aderbal é um sujeito um tanto romântico e pensa em comprar balas para a amada.
Numa dessas lojas vê balas coloridas e mesmo sabendo que tem pouco dinheiro pede duzentos gramas de bala. Aderbal pensa que vira o preço do quilo, mas que nada, era o preço de cem gramas. Quando a simpática moça lhe dá o preço, ele fica pasmo.
Envergonhado, não diz que se confundiu com o preço, achando que era preço do quilo, não de cem gramas, a bala era cara mesmo.
Aderbal paga e conta discretamente o dinheiro e nota que tem exatamente o valor das entradas do cinema. Ele fica preocupado com a possibilidade de a namorada pedir pipocas ou algo parecido. Não tinha dinheiro nem para uma água.
Assim que se encontram começam aquelas coisas de namorados:
-Oi amor.
-Oi meu lindo. Senti saudades.
-Eu também. Você ta linda. Vamos?
-Hum, vamos meu cheiro.
Ela olha para a pequena lanchonete, ali no cinema. Aderbal, vendo seu olhar, lembra que não tem mais um centavo. Antes que ela peça algo, ele diz:
-Ta com sede? Porque se estiver com sede tem um bebedouro aqui. Aproveite e tome água agora e não terá de levantar depois-
Meio sem entender o deselegante convite, ela vai até o bebedouro e toma água.

Nenhum comentário:

Postar um comentário